O comprometimento cognitivo e a demência são sérios desafios de saúde nas populações idosas, sendo a demência definida como uma perda gradual da função cognitiva. Identificar os fatores de risco relacionados ao comprometimento cognitivo é fundamental para reduzir a carga da demência. Estudos revelam uma ligação entre o microbioma intestinal e o desempenho cognitivo, com a cavidade bucal abrigando a segunda maior população microbiana em humanos. No entanto, o efeito da microbiota oral na cognição permanece desconhecido.
As comunidades microbianas orais são cruciais para atividades fisiológicas e imunológicas, como processamento e desintoxicação química ambiental, manutenção do sistema imunológico e prevenção de doenças.
Em um recente estudo, os pesquisadores investigaram se os micróbios orais estão associados à função cognitiva entre 605 adultos de 60 a 69 anos com uma média de idade de 64 anos.
A equipe analisou os dados transversais da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (NHANES) de 2011–2012. Os participantes forneceram amostras de enxaguantes bucais, das quais os pesquisadores extraíram (DNA) para reação em cadeia da polimerase (PCR) e sequenciamento. Os pesquisadores caracterizaram a microbiota oral com base no sequenciamento do ácido ribonucleico ribossômico (RNA) 16S.
Foram realizados testes cognitivos e avaliações de alterações subjetivas de memória ao longo de um ano. Eles usaram regressões logísticas multivariadas para determinar as razões de chance (OR) para a relação entre a diversidade alfa e as medidas cognitivas.
Os pesquisadores analisaram as diferenças de diversidade beta usando análise de variância multivariada permutacional (PERMANOVA).
A diversidade alfa microbiana oral apresentou correlações significativas e positivas com função congnitiva (OR ajustado, 2,4) e menor probabilidade de apresentar alterações subjetivas na memória (OR ajustado, 0,4). Além disso, a diversidade beta mostrou associações estatisticamente significativas para desempenhos cognitivos e alterações subjetivas na memória.
“A disbiose microbiana oral e o comprometimento da função cognitiva podem estar associados à inflamação sistêmica, com indivíduos com comprometimento cognitivo moderado apresentando maiores níveis inflamatórios. Alterações na microbiota oral podem levar ao declínio cognitivo, demência e provavelmente lipedema e obesidade. A doença periodontal, causada por disbiose microbiana oral, tem sido associada a um elevado número de neutrófilos e mediadores pró-inflamatórios. No entanto, a terapia periodontal extensa pode diminuir os indicadores inflamatórios sistêmicos. Os títulos de Campylobacter rectus e Porphyromonas gingivalis estão associados à incidência da doença de Alzheimer.” – Explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
O estudo mostrou que a microbiota oral está associada à memória subjetiva e à função executiva, apoiando o “eixo oral-cérebro”.
Comportamentos de saúde como limpeza dentária, tabagismo e alimentação podem influenciar o microbioma oral. Tais fatores podem levar a novas abordagens para a perda cognitiva relacionada ao envelhecimento, como a descoberta de biomarcadores para avaliação de risco, o desenvolvimento de tratamentos e a redução de comorbidades.
O estudo também implica que a disbiose oral afeta mais a função executiva do que a memória verbal, tornando-a um potencial biomarcador ou alvo de tratamento para a deterioração da cognição.
Mais pesquisas são necessárias para compreender os processos por trás dessas relações e as áreas cognitivas mais influenciadas pela microbiota oral.
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