Anticoncepcionais hormonais, lipedema e trombose: o alerta necessário
Mulheres com lipedema enfrentam desafios clínicos que vão além da estética e da dor. Um dos riscos frequentemente negligenciados é o aumento da chance de eventos tromboembólicos venosos (TEV), como trombose venosa profunda e embolia pulmonar.
Um estudo recente da Cleveland Clinic mostrou que mulheres obesas com lipedema têm risco significativamente maior de desenvolver TEV, mesmo após ajustes para fatores como idade e comorbidades. O risco foi 20% maior em comparação com mulheres obesas sem lipedema (OR 1,20; IC 95%: 1,03–1,41; p = 0,02).
Diante desse cenário, o uso de anticoncepcionais hormonais, especialmente os que contêm drospirenona, exige extrema cautela. Revisões sistemáticas e estudos populacionais demonstraram que pílulas combinadas com drospirenona estão associadas a um risco aumentado de trombose venosa em comparação com outras formulações. A taxa de eventos trombóticos pode ser até 6 vezes maior em usuárias de drospirenona do que em mulheres que não usam contraceptivos orais. Mesmo quando comparadas a anticoncepcionais de segunda e terceira geração, como os que contêm levonorgestrel, a drospirenona apresentou risco relativo de trombose aumentado (RR até 1,65).
Outro fator de atenção é o uso de estradiol oral, também relacionado a maior risco trombótico devido ao seu metabolismo hepático e aumento na produção de fatores de coagulação. Esse risco é potencializado em mulheres com predisposição inflamatória, como nas que vivem com lipedema.
Recomendações práticas:
Evitar o uso de contraceptivos contendo drospirenona em mulheres com lipedema.
Considerar vias não orais de estradiol, caso a terapia hormonal seja necessária, para reduzir o risco de trombose.
Avaliar alternativas contraceptivas mais seguras, como dispositivos intrauterinos (DIU) sem hormônio ou com levonorgestrel.
Realizar triagem individualizada para risco trombótico, especialmente em pacientes com histórico familiar, obesidade, varizes ou imobilidade.
A individualização do cuidado é essencial. Em mulheres com lipedema, o risco trombótico não pode ser negligenciado. O uso de anticoncepcionais deve ser cuidadosamente avaliado, respeitando a fisiopatologia única da doença e as evidências científicas disponíveis.
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O que você deve evitar se pretende seguir uma alimentação sem glúten?
Um recente estudo avaliou a prevalência dos alelos HLA-DQ2 e HLA-DQ8 — ligados à doença celíaca — em mulheres com lipedema, e discutir os potenciais benefícios de uma dieta sem glúten como estratégia terapêutica.
Métodos
População: 95 mulheres com diagnóstico clínico de lipedema.
Exclusão de doença celíaca: Sorologia negativa (IgA total e anti-transglutaminase IgA).
Genotipagem: PCR-SSOP e NGS para HLA-DQ2 e DQ8.
Avaliações clínicas:IMC, volume de membros (bioimpedância), gordura visceral, e sintomas via questionário QuASiL.
Estatística: Teste t de Student e qui-quadrado (p < 0,05).
Resultados
Prevalência aumentada de HLA em pacientes com lipedema:
Essas diferenças foram estatisticamente significativas (p < 0.0001).
Não houve diferença significativa em volume de membros, gordura visceral ou escores QuASiL entre os grupos.
Destaques Clínicos e Discussão
O estudo sugere uma ligação entre os alelos HLA-DQ2/DQ8 e o lipedema, especialmente em quadros com maior componente inflamatório.
A ingestão de glúten pode aumentar a permeabilidade intestinal, ativar macrófagos (especialmente M2, presentes no lipedema) e estimular angiogênese e fibrose.
“A remoção da gordura subcutânea por lipoaspiração não trata a intolerância ou inflamação de base, podendo inclusive redirecionar a inflamação induzida pelo glúten para a gordura visceral;
Estimular o acúmulo de gordura visceral pós-operatória, aumentar o risco de atrofia cerebral, já que a gordura visceral está mais correlacionada com esse desfecho do que idade, IMC ou hipertensão.” – Explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Conclusão
Pacientes com lipedema que buscam assistência médica apresentam prevalência significativamente aumentada de HLA-DQ2 e HLA-DQ8. Essa associação genética, embora não seja causativa, sugere que a retirada do glúten pode beneficiar pacientes HLA-positivas com lipedema, especialmente aquelas com maior carga inflamatória. Estratégias nutricionais devem ser consideradas antes de intervenções cirúrgicas, uma vez que a lipoaspiração isolada pode deslocar o foco inflamatório para áreas mais perigosas, como a gordura visceral, com impactos sistêmicos e neurológicos.
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Embora o lipedema seja muitas vezes mal compreendido, ele carrega características que tornam as mulheres afetadas únicas, belas e metabolicamente protegidas.
Estética ginecóide: sinônimo de feminilidade
A distribuição característica do lipedema — concentrada nos quadris, pernas e glúteos — confere à mulher uma silhueta ginecóide, com cintura fina e quadril largo (índice cintura-quadril < 0,7). Essa forma corporal é associada não apenas à fertilidade, mas também à beleza clássica retratada desde as deusas antigas até a arte renascentista.
Metabolismo mais saudável que o da obesidade comum
Mesmo com índice de massa corporal (IMC) elevado, estudos mostram que mulheres com lipedema apresentam menos alterações metabólicas do que aquelas com obesidade induzida por estilo de vida:
Menor prevalência de diabetes (2–6%).
Menor risco de dislipidemias e resistência à insulina.
Pressão arterial muitas vezes normal em fases iniciais.
Esses dados sugerem que o tecido adiposo do lipedema, por ser subcutâneo e localizado em áreas ginecóides, pode ter um papel protetor cardiovascular e metabólico.
Resiliência evolutiva e hormonal
A gordura do lipedema é resistente a dietas restritivas — o que pode ser frustrante no presente, mas uma vantagem em contextos evolutivos. Essa reserva energética pode ter permitido que mulheres preservassem sua fertilidade e a capacidade de amamentar em tempos de escassez alimentar.
Beleza que desafia o tempo
Muitas mulheres com lipedema relatam menos rugas, pele mais jovem e feições suaves — talvez devido a maior presença de colágeno e hialuronato no tecido subcutâneo. A presença de pele macia e elasticidade preservada é comum, reforçando sua beleza natural.
Melhora com tratamento clínico
Com protocolos adequados — que envolvem alimentação anti-inflamatória, suporte hormonal e manejo linfático — é possível observar:
O lipedema pode ser um desafio, mas também revela uma biologia feminina resiliente, protetora e poderosa. Com o diagnóstico correto e um tratamento individualizado, é possível florescer com saúde, dignidade e beleza.
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Um recente estudo investigou como produtos de cuidados pessoais (PCPs) — especificamente loções corporais e fragrâncias — impactam o campo de oxidação humano, uma camada de radicais hidroxila (OH) que se forma ao redor do corpo devido à reação do ozônio (O₃) com compostos emitidos pela pele, como alquenos.
Metodologia:
Quatro voluntários jovens foram expostos em uma câmara controlada (~22,5 m³) com e sem ozônio (até 45 ppb).
Foram avaliados três cenários:
Sem uso de produtos.
Uso de loção corporal (sem fragrância, rica em ácido linoleico).
Uso de fragrância comercial (Calvin Klein – “ck one”), rica em etanol e monoterpenos.
Utilizaram modelos cinéticos multiescala (KM-SUB-Skin-Clothing) e modelagem computacional de dinâmica de fluidos (CFD) para simular transporte, reações químicas e dispersão dos compostos.
Resultados Principais:
1. Loção Corporal:
Redução significativa da geração de radicais OH.
A loção:
Dilui os lipídios da pele (como esqualeno), reduzindo os precursores de OH, especialmente o composto 6-methyl-5-hepten-2-one (6-MHO).
Libera fenoxietanol, que atua como um sequestrador de OH, aumentando a perda de OH na fase gasosa.
Resultado: Redução de 30 a 140% nas concentrações de OH em comparação ao cenário sem loção.
2. Fragrância:
A aplicação gerou:
Alta emissão de etanol (até 4 ppm) e monoterpenos (~11 ppb).
Efeito paradoxal:
Monoterpenos podem gerar OH pela reação com O₃.
Porém, a enorme quantidade de etanol atua como um sumidouro de OH, reduzindo drasticamente sua concentração (queda de até 86% logo após a aplicação).
O efeito da fragrância é mais intenso no curto prazo, mas de curta duração devido à rápida volatilização e remoção pela ventilação.
3. Campo de Oxidação Humano (Human Oxidation Field):
Tanto loções quanto fragrâncias suprimem significativamente o campo de oxidação humano, reduzindo a capacidade natural do corpo de gerar radicais OH no ambiente próximo.
A loção tem efeito mais duradouro devido à liberação contínua de compostos como fenoxietanol.
A fragrância tem um efeito mais intenso inicialmente, devido à explosão de etanol e monoterpenos, mas que decai rapidamente.
O campo de oxidação humano é importante para transformar compostos orgânicos voláteis (VOCs) no ambiente próximo à pele.
A redução desse campo:
Diminui a formação de produtos de oxidação, que podem ser tanto benéficos (degradando poluentes) quanto prejudiciais (gerando partículas ultrafinas e produtos tóxicos).
A alta emissão de compostos como etanol e fenóis a partir de PCPs pode afetar a saúde respiratória, cardiovascular e a qualidade do ar interno e externo.
Estudos correlacionam esses processos químicos com inflamação das vias aéreas, estresse oxidativo, aumento da pressão arterial e disfunções respiratórias.
Conclusões:
“Produtos de cuidados pessoais alteram significativamente a química do ar interno e o microambiente ao redor do corpo. Fragrâncias, por serem à base de etanol, suprimem mais intensamente o campo de oxidação humano do que loções. Loções, além de atuarem como barreiras físicas à oxidação da pele, liberam compostos que sequestram OH por longos períodos.
O uso generalizado de produtos pessoais pode ter impactos subestimados tanto na saúde humana quanto na qualidade do ar, dentro e fora de ambientes fechados.” – Analisa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Considerações Finais:
Embora a redução do campo de oxidação possa diminuir a formação de produtos de oxidação potencialmente tóxicos, ela também pode prejudicar processos de autodepuração do ar próximo ao corpo.
A exposição direta aos compostos dos próprios produtos deve ser levada em conta, uma vez que esses químicos podem ter efeitos adversos sobre a saúde.
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Terapias anti-hormonais, como tamoxifeno e inibidores de aromatase, são consideradas fundamentais no tratamento de câncer de mama hormônio-dependente (receptor hormonal positivo).
Um efeito colateral relevante dessas terapias é a síndrome geniturinária da menopausa, que prejudica significativamente a qualidade de vida.
O tratamento local com estrogênio vaginal é eficaz para aliviar esses sintomas, porém, seu uso é controverso devido ao receio de possível aumento no risco de recorrência ou mortalidade do câncer de mama.
Existem orientações clínicas conflitantes, levando muitas pacientes a evitarem esse tipo de terapia, muitas vezes desnecessariamente.
Um recente estudo avaliou se o uso de estrogênio vaginal local em pacientes com câncer de mama está associado a alteração na sobrevida global e na sobrevida específica para câncer de mama.
Metodologia:
Tipo de estudo: Coorte retrospectiva.
Base de dados: SEER-MHOS (Medicare Health Outcomes Survey).
Período: 2010–2017.
População:
18.620 mulheres com diagnóstico de câncer de mama ≥65 anos.
Grupo exposto: 800 mulheres que utilizaram estrogênio vaginal.
Grupo controle: 17.820 mulheres que não utilizaram.
Desfechos:
Primário: Sobrevida global.
Secundário: Sobrevida específica do câncer de mama.
Análises estatísticas:
Testes de Wilcoxon (variáveis contínuas) e qui-quadrado (categóricas).
Estimativas de Kaplan-Meier.
Modelagem por regressão multivariada com controle para idade, raça, estadiamento, tratamentos (cirurgia, radioterapia, terapia hormonal) e ano de diagnóstico.
Análise de riscos competitivos para sobrevida específica.
Resultados Principais:
Melhora significativa na sobrevida global:
HR = 0,56 | p < 0,0001.
Melhora na sobrevida específica do câncer de mama:
HR = 0,53 | p = 0,014.
Maior benefício quanto maior o tempo de uso (>7 anos):
HR = 0,01 | p < 0,0001 (extremamente significativo).
Análise do subgrupo com câncer de mama hormônio-dependente:
Sobrevida global: HR = 0,62 | p = 0,0007 (significativo).
Sobrevida específica do câncer: HR = 0,62 | p = 0,08 (não significativo, mas tendência positiva).
Conclusão:
“ O uso de estrogênio vaginal local não aumenta o risco de mortalidade geral nem de mortalidade específica por câncer de mama. Ao contrário, está associado a uma melhora da sobrevida, tanto geral quanto (em menor grau) específica para câncer, particularmente em mulheres que utilizaram por mais tempo. Esses achados fortalecem uma mudança no paradigma atual, desmistificando o medo do uso do estrogênio local em pacientes com histórico de câncer de mama, com importantes implicações clínicas para qualidade de vida.” – Conclui o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
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Um recente estudo investigou a associação entre o consumo de gordura na dieta (ajustado por peso corporal) e a massa muscular esquelética (ALMBMI) e força muscular (GSMAXBMI) em adultos de 20 a 59 anos, usando dados da NHANES (2011–2014).
Métodos
População estudada: 5.356 adultos dos EUA (20–59 anos).
Avaliação dietética: Dois recordatórios de 24h.
Desfechos principais:
ALMBMI: Massa magra apendicular ajustada pelo IMC (via DXA).
GSMAXBMI: Força de preensão ajustada pelo IMC (dinamômetro manual).
Modelos estatísticos: Regressão linear múltipla ponderada e análise de curvas não lineares com pontos de inflexão.
Resultados principais
Associação geral:
O consumo total de gordura (g/kg/dia) se associou positivamente tanto à ALMBMI quanto à GSMAXBMI até certos limites (curva em U invertido).
Pontos de inflexão (threshold):
ALMBMI: Aumenta até ~1,88 g/kg/dia → depois estabiliza ou diminui.
GSMAXBMI: Aumenta até ~1,64 g/kg/dia → depois estabiliza ou diminui.
Tipos de gordura:
Gorduras saturadas, monoinsaturadas e poli-insaturadas → associação positiva com massa e força muscular.
EPA e DHA (ômega-3 de cadeia longa) → associação negativa com força muscular em análise multivariada, exigindo mais estudos.
Subgrupos:
Associações mais fortes em:
Indivíduos com baixa ingestão proteica (<0.8 g/kg/dia).
“O consumo moderado de gordura pode beneficiar a massa e força muscular em adultos jovens e de meia-idade. No entanto, há um limite superior, especialmente em dietas com baixa proteína ou em indivíduos muito ativos. A ingestão excessiva de gordura (>1.88 g/kg/dia) pode não trazer benefícios adicionais e até comprometer a massa muscular. Mas pouca ingesta de gordura <0,7 g/kg também prejudicou a massa muscular e força grip. Tudo é equilíbrio e não podemos demonizar nenhum nutriente.” Informa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Limitações
Estudo transversal: não permite inferir causalidade.
Cut-offs de sarcopenia baseados em dados de idosos podem não ser ideais para adultos jovens.
Necessidade de ensaios clínicos randomizados para confirmação.
Conclusão
Para adultos de 20 a 59 anos:
Ingestão ideal de gordura total: ≤ 1.88 g/kg/dia.
Pessoas com baixa ingestão de proteína ou atividade física intensa devem considerar limites ainda menores(~1.01 g/kg/dia).
Dietas equilibradas em gorduras insaturadas, com proteína adequada, são fundamentais para a saúde muscular.
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Um recente estudo avaliou os efeitos do consumo de mel – uma fonte natural de carboidratos (~80%) com propriedades antioxidantes, antimicrobianas e anti-inflamatórias – em parâmetros fisiológicos, imunológicos, perceptivos e de desempenho físico em humanos, no contexto do exercício.
Metodologia
Revisão sistemática conforme diretrizes PRISMA
Bases pesquisadas: PubMed, MEDLINE, SPORTDiscus.
Foram identificados 273 estudos, dos quais 9 atenderam aos critérios de inclusão e qualidade (PEDro ≥ 5).
Intervenções com mel: agudas (pré, durante ou pós-exercício) ou crônicas (até 16 semanas).
Principais Resultados
Biomarcadores bioquímicos
Agudo: O consumo de mel teve efeitos semelhantes ao de outras fontes de carboidratos em termos de glicemia, insulina, cortisol, IL-6 e respostas imunes. Em alguns casos, o mel mostrou menor elevação de IL-1ra comparado a bebidas comerciais.
Crônico: Suplementação com 70 g de mel pré-treino por 8–16 semanas
Resultados foram mais evidentes em comparação com grupos que não receberam suplemento ou receberam placebo sem carboidrato.
Estudos com doses menores ou mel misturado a outros ingredientes (ex: 30 mL/dia) não mostraram efeitos significativos.
. Desempenho físico
Benefícios modestos observados apenas quando comparado a placebo (água), e não a outros carboidratos. No ciclismo e corrida, o mel ajudou a manter desempenho nos estágios finais do exercício. Em esportes intermitentes (ex: futebol), nenhuma vantagem foi observada sobre bebidas esportivas comerciais.
Respostas perceptivas
O mel foi geralmente bem tolerado, com percepção de sabor mais doce que água, mas sem aumento de desconforto gastrointestinal. Nenhuma diferença significativa na percepção de esforço ou fadiga. Potencial como suplemento “natural”
“Por conter frutose e glicose, o mel é uma fonte de carboidrato multipla e pode ser uma alternativa “comida de verdade” aos suplementos comerciais. Sua baixa carga glicêmica pode evitar hipoglicemia rebote em esportes intermitentes. Possui potencial antioxidante natural sem os riscos de inibir adaptações como ocorre com doses altas de antioxidantes isolados. Além disso, nesta época do ano diminui reatividade brônquica principalmente se associado a semente de aipo.” Analisa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Conclusões
Agudamente, o mel é comparável a outras fontes de carboidratos, podendo ajudar a manter glicemia e respostas imunológicas.
Cronicamente, pode reduzir inflamação e estresse oxidativo, mas ainda faltam estudos controlados sobre seus efeitos em desempenho físico e recuperação.
Recomendam-se mais estudos controlando a ingestão total de carboidratos e comparando diferentes fontes e doses.
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Um recente estudo investigou se o uso de colete com peso durante uma intervenção de perda de peso influencia a manutenção da perda de peso e a preservação da taxa metabólica de repouso (RMR) em idosos com obesidade e osteoartrite.
Métodos
Desenho do estudo
Estudo piloto longitudinal, baseado em dados de seguimento de 24 meses do ensaio clínico “Arthritis Pilot for Preserving Muscle While Losing Weight” (NCT02239939).
18 participantes idosos (70,4 ± 3,1 anos; 83% mulheres), com obesidade (IMC médio 35,2), completaram o protocolo.
Intervenção
Duração: 6 meses de intervenção ativa + 18 meses de seguimento livre.
Grupos:
WL+VEST (n = 9): restrição calórica (1100–1300 kcal/dia) + uso de colete com peso até 10 h/dia, com carga progressiva até 15% do peso corporal.
RMR voltou ao basal aos 24 meses em ambos os grupos.
Correlação moderada inversa entre a queda do RMR nos primeiros 6 meses e o reganho de peso até os 24 meses (r = –0,39; p = 0,11).
Discussão e Implicações
“ O uso do colete com peso preservou parcialmente o metabolismo basal, o que ajudou na manutenção da perda de peso. As pessoas subestimam muito o efeito da adaptação metabólica. Perder peso é fácil, mas manter o peso perdido é difícil se não criarmos adaptações antes de perder peso. A intervenção simula o conceito do “gravitostato” — um mecanismo homeostático teórico onde o esqueleto detecta alterações no peso corporal e regula o apetite. O carregamento gravitacional pode atuar como um regulador do peso corporal. Essa simples abordagem inovadora pode ser utilizada para prevenir o efeito sanfona, especialmente em idosos que não podem realizar exercícios físicos tradicionais e nas mulheres com lipedema que normalmente se apresentam com pouca massa muscular.” – Comenta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Limitações
Tamanho amostral pequeno (n = 18).
Seguimento com amostra de conveniência.
Falta de controle rigoroso de variáveis como dieta e posição corporal (em pé vs. sentado) durante o uso do colete.
Resultados são exploratórios e precisam de confirmação em estudos maiores e mais diversos.
Conclusão
O uso de colete com peso durante uma intervenção de perda de peso em idosos com obesidade pode atenuar a recuperação do peso corporal em longo prazo e preservar o metabolismo de repouso, favorecendo a manutenção do emagrecimento.
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Um recente estudo avaliou como a quantidade e a qualidade dos carboidratos ingeridos na meia-idade influenciam o envelhecimento saudável, definido como:
Ausência de 11 doenças crônicas principais (como câncer, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas),
Cohorte: 47.513 enfermeiras com idade média de 48,5 anos em 1984.
Período de seguimento: 1984 a 2016 (32 anos).
Avaliação dietética: Questionários de frequência alimentar (FFQ) aplicados em 1984 e 1986.
Método estatístico: Regressão logística multivariada ajustada por múltiplos fatores de confusão (IMC, estilo de vida, consumo energético, etc.).
🥦 Principais Achados
✅ Associação positiva com envelhecimento saudável:
Carboidratos totais: Cada aumento de 10% das calorias provenientes de carboidratos aumentou as chances de envelhecimento saudável (OR: 1,17).
Carboidratos de alta qualidade (frutas, vegetais, grãos integrais, leguminosas): OR: 1,31.
Fibras totais e específicas (de frutas, vegetais e cereais): ORs variando de 1,07 a 1,17 por desvio padrão.
Carboidratos de frutas, vegetais e grãos integrais: Aumento de até 37% na chance de envelhecimento saudável.
❌ Associação negativa com envelhecimento saudável:
Carboidratos refinados: OR: 0,87.
Vegetais ricos em amido (como batata, milho): OR: 0,90.
Índice glicêmico (IG) alto: OR: 0,76 (quintil mais alto vs mais baixo).
Relação carboidrato/fibra elevada: OR: 0,71.
🔄 Análises de Substituição
“A substituição isocalórica de carboidratos refinados, gordura total, proteína animal ou gordura trans por carboidratos de alta qualidade aumentou as chances de envelhecimento saudável em 8% a 16%. Já substituir proteína ou gordura insaturada por carboidrato total teve impacto negativo. O efeito benéfico pode ser atribuído ao maior consumo de fibras e alimentos com baixo índice glicêmico, que modulam a inflamação, microbiota intestinal, metabolismo da glicose e saúde vascular. A fibra também está associada a maior expectativa de vida, menor risco de depressão, melhora da memória e função física em idosos. Infelizmente as pessoas comem muito menos fibra do que deveriam.” – Analisa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema
📌 Conclusão
Este estudo robusto sugere que a qualidade dos carboidratos ingeridos na meia-idade é um importante preditor de envelhecimento saudável. Dietas ricas em fibras e carboidratos provenientes de alimentos integrais estão associadas a melhores desfechos em saúde física, mental e cognitiva a longo prazo.
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Um recente estudo investigou como as diferentes isoformas do gene APOE (ε2, ε3, ε4 e knockout) afetam a transcrição gênica e a estrutura da cromatina em micróglias humanas no contexto da doença de Alzheimer (DA), usando um modelo de camundongos com microglia humana xenotransplantada.
Metodologia
Derivação de micróglias humanas a partir de iPSCs com genótipos APOE2, APOE3, APOE4 e APOE-knockout (KO).
Transplante das micróglias em camundongos App^NL-G-F, modelo de DA com placas amiloides.
Análise aos 12 meses pós-transplante usando:
RNA-seq para perfil transcriptômico
ATAC-seq para perfil epigenômico (acessibilidade cromatínica)
Ensaios funcionais de fagocitose
Principais resultados
1. APOE2 promove um fenótipo protetor nas micróglias
Enriquecimento significativo de sítios de ligação do receptor de vitamina D (VDR) em micróglias APOE2.
APOE2 upregula genes-alvo do VDR, como IL10RA, que possui ação anti-inflamatória, sugerindo um possível mecanismo protetor epigenético.
Conclusões
“A APOE2 induz um perfil epigenético e transcricional mais favorável, com funções imunológicas preservadas e anti-inflamatórias. A APOE4 está associado a perda funcional de micróglias, com menor resposta fagocítica e inflamação aumentada. Modular a via do receptor de vitamina D (VDR) pode ser uma estratégia terapêutica promissora, especialmente em portadores de APOE4.
Os dados mostram que o risco genético de Alzheimer mediado por APOE pode estar fortemente relacionado à reprogramação epigenética das micróglias. As mulheres com lipedema são as únicas pessoas que possuem uma proteção natural contra Alzheimer.” – Explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
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