Percebemos no nosso dia a dia um número crescente de pessoas que comem por compulsão, sem saber o que estão comendo e isso tem ajudado a crescer os índices de obesidade no mundo.
Há um debate significativo sobre se os alimentos altamente processados (alimentos com carboidratos refinados e/ou gorduras adicionadas) são viciantes.
A falta de conhecimento científico e critérios fundamentados para avaliar a natureza aditiva dos alimentos altamente processados tem dificultado essa questão.
O debate científico mais recente sobre o potencial viciante de uma substância foi centrada no tabaco (cigarro). Em 1988, foi emitido um relatório identificando produtos do tabaco como viciantes com base em três critérios científicos primários:
- Uso descontrolado ou compulsivo,
- causar psicoatividade (ou seja, alteração do humor) através de seu efeito no cérebro
- reforçam o comportamento de uso sendo suficientemente gratificante para manter autoadministração.
Os avanços científicos têm agora identificado a capacidade dos produtos de tabaco para (4) desencadear fortes impulsos ou desejos como outro indicador importante do potencial viciante.
Em 2011, Gearhardt usou imagens de ressonância magnética funcional para examinar os cérebros de 48 mulheres enquanto elas viam imagens de um milk-shake de chocolate e novamente quando tomavam um gole de um milk-shake. Quando as participantes que preenchiam aos critérios para dependência alimentar viram as fotos do milk-shake, elas mostraram altos níveis de ativação em áreas cerebrais associadas ao desejo e à motivação, incluindo o caudado e o córtex orbitofrontal medial. Ela também descobriu que os cérebros das mulheres viciadas eram menos ativos no córtex orbitofrontal lateral, uma região associada ao autocontrole, enquanto bebiam o shake.
Essa pesquisa também sugere que as pessoas com dependência alimentar respondem aos estímulos alimentares da mesma forma que os alcoólatras respondem aos estímulos para beber. Esse estímulo inicial – uma foto de uma pizza, um cheiro defumado – desperta desejos profundos em ambos os casos. Além disso, a atividade cerebral entorpecida relacionada à restrição que ocorre quando uma pessoa viciada em comida bebe um milk-shake pode ser semelhante ao que acontece com alcoólatras que tomam um gole de álcool e depois não conseguem parar de beber.
“Entender a dependência alimentar e capacidade de vício dos alimentos ultraprocessados é fundamental para a saúde de todas as pessoas, ainda mais das mulheres com Lipedema que tem um metabolismo mais acelerado. O cérebro de uma criança é muito sensível a estímulos e esses alimentos estão gerando vícios desde cedo. Não permitir esses alimentos em casa é o primeiro passo para podermos formar uma geração mais saudável, com menos vícios e pouca inflamação.” Indica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Alimentos altamente processados são substâncias complexas que são psicoativas, altamente reforçadores, fortemente desejados e consumidos compulsivamente. Os alimentos que as pessoas relatam serem mais prováveis consumir de maneira viciante são todos os alimentos altamente processados que fornecem tanto carboidratos refinados e gorduras adicionadas (por exemplo, chocolate, sorvete, batatas fritas e pizza), seguido por alimentos altamente processados que contêm carboidratos refinados sem altos níveis de gordura (ou seja, cereais matinais, balas de goma e refrigerante). Além disso, esses alimentos altamente processados são projetados para fornecer rapidamente essas doses anormalmente altas de carboidratos refinados e gorduras devido a mudanças significativas na matriz alimentar durante o processamento que removem ingredientes que diminuiriam a taxa de ingestão e a absorção (por exemplo, água e fibra). Esses alimentos altamente processados são substâncias densas em energia que fornecem rapidamente calorias biodisponíveis no corpo, que então ativa os sistemas de recompensa através do eixo intestino-cérebro. A dose exata e taxa de absorção na qual carboidratos refinados e gorduras adicionadas tornam-se capazes de desencadear um processo viciante é desconhecido, assim como é para a nicotina.
Se formos analisar as evidências científicas atuais, podemos considerar que os alimentos altamente processados atendem aos critérios para serem rotulados como substâncias viciantes usando os padrões estabelecidos para produtos de tabaco. O potencial viciante de alimentos altamente processados podem ser um fator-chave que contribui para os altos custos de saúde pública associados a um ambiente alimentar dominado por alimentos baratos, acessíveis e altamente comercializados.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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