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5 dias que podem prejudicar uma vida inteira

Um recente estudo investigou como 5 dias de alimentação hipercalórica rica em alimentos ultraprocessados afetam a ação da insulina no cérebroa distribuição de gordura corporal e a sensibilidade à insulina periférica, em homens saudáveis de peso normal.

👨‍🔬 Metodologia

  • 29 homens (19–27 anos, IMC 19–25)
  • Divididos em:
    • Grupo HCD (high-caloric diet): 18 participantes consumiram +1500 kcal/dia com snacks doces e gordurosos por 5 dias
    • Grupo controle: 11 participantes mantiveram dieta habitual
  • Três fases de avaliação:
    • Linha de base
    • Logo após os 5 dias de HCD
    • Após 7 dias de retorno à dieta normal
  • Utilizaram insulina intranasal (INI) e fMRI para medir a atividade cerebral estimulada por insulina
  • Avaliações adicionais: gordura hepática por ressonância, composição corporal, OGTT, aprendizado de recompensa

🔍 Principais achados

🧠 Ação da insulina no cérebro

  • Após o HCD, houve:
    •  resposta à insulina em regiões como córtex insular, ponte e opérculo rolândico (indicando hiperatividade inicial)
    •  resposta à insulina no hipocampo e giro fusiforme 1 semana após o fim do HCD (sugere desenvolvimento de resistência cerebral à insulina)
  • Essas alterações ocorreram sem mudanças no peso corporal ou sensibilidade periférica à insulina

🍬 Dieta e comportamento

  • “A alimentação hipercalórica aumentou a gordura hepática significativamente.

  • Houve diminuição a sensibilidade a recompensas alimentares e aumento a sensibilidade à punição. Essas alterações de comportamento persistiram mesmo após o retorno à dieta habitual. 5 dias podem prejudicar uma vida inteira. Imagina esse comportamento que normalmente dura mais que 5 dias como quem viaja e fala que deve aproveitar…” – Explica o Dr. Daniel Benitti

🧠🧠 Integridade da substância branca

  • Após o HCD, observou-se redução da integridade da substância branca (diminuição da anisotropia fracionada e aumento da difusividade média) em:
    • Corpo caloso
    • Fascículo fronto-occipital inferior
    • Corona radiata anterior

📌 Conclusões

  • Apenas 5 dias de consumo de snacks ultraprocessados e hipercalóricos foram suficientes para:
    • Aumentar a gordura hepática
    • Induzir disfunção na resposta cerebral à insulina
    • Alterar aprendizado de recompensa e punição
    • Afetar microestrutura cerebral, mesmo sem alteração de peso ou metabolismo periférico
  • Sugere que mudanças iniciais no cérebro precedem o ganho de peso e podem estar envolvidas no desenvolvimento da obesidade e doenças metabólicas.

⚠️ Limitações

  • Apenas homens foram estudados (mulheres excluídas por influência do ciclo hormonal)
  • Pequeno número de participantes (n = 29)
  • Não foi possível avaliar efeitos inflamatórios profundos ou efeitos de longo prazo

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.

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Romã vs envelhecimento

“Pomegranate Extract Supplementation Reduces Inflammatory Cytokines and Systolic Blood Pressure in Healthy Adults with Elevated Inflammation: A Randomized Controlled Trial”

🎯 Objetivo do estudo

Avaliar se a suplementação com extrato de romã padronizado durante 12 semanas pode reduzir inflamação crônica de baixo grau (inflammaging) e melhorar parâmetros cardiovasculares em adultos saudáveis, mas com citocinas inflamatórias elevadas.

👥 População

  • 78 participantes, entre 55 e 70 anos, saudáveis, mas com níveis elevados de:
    • IL-6 ≥ 1.5 pg/mL e/ou
    • IL-1β ≥ 0.8 pg/mL
  • Randomizados em 2 grupos:
    • Grupo intervenção: 740 mg/dia de extrato de romã (contendo punicalaginas e ácido elágico)
    • Grupo placebo

🧪 Parâmetros avaliados

  1. Citocinas inflamatórias: IL-6, IL-1β, IL-8, TNF-α
  2. Pressão arterial (sistólica e diastólica)
  3. Parâmetros metabólicos: glicemia, insulina, lipídios
  4. Segurança e efeitos adversos

🔍 Resultados principais

✅ 1. Redução significativa de citocinas inflamatórias

  • IL-6: reduziu significativamente no grupo romã (p = 0.014)
  • IL-1β: também caiu significativamente (p = 0.030)
  • IL-8 e TNF-α: não sofreram alterações relevantes

✅ 2. Redução da pressão arterial sistólica

  • Redução significativa de ~5 mmHg em quem tinha PAS ≥ 130 mmHg no início
  • Nenhuma mudança importante na pressão diastólica

🟰 3. Nenhuma alteração em parâmetros metabólicos

  • Glicemia, insulina, colesterol e triglicérides permaneceram estáveis em ambos os grupos

✅ 4. Boa tolerância

  • Nenhum evento adverso grave foi relatado
  • Alta adesão (acima de 90%) ao protocolo de suplementação

🧠 Interpretação e mecanismos sugeridos

  • A romã é rica em punicalaginas e ácido elágico, compostos polifenólicos com ação:
    • Antioxidante
    • Anti-inflamatória (via NF-κB)
    • Estimuladora da via do óxido nítrico (NO) → melhora da função vascular
  • A melhora da pressão arterial pode ser secundária à melhora do estado inflamatório e função endotelial.

📌 Conclusão

suplementação com extrato de romã por 12 semanas:

  • Reduz citocinas inflamatórias chave (IL-6 e IL-1β)
  • Diminui a pressão arterial sistólica em indivíduos com níveis elevados
  • Pode ser um intervenção funcional segura e eficaz contra o envelhecimento inflamatório (inflammaging), com foco cardiovascular e imunológico

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 Suplementação ESSENCIAL para mulheres a partir dos 35 anos 

💪✨ Suplementação ESSENCIAL para mulheres a partir dos 35 anos ✨💪

A partir dos 35 anos, o corpo da mulher passa por mudanças importantes: há queda gradual nos níveis hormonais, o metabolismo desacelera, a massa muscular tende a diminuir, e surgem sinais de perda de energia, foco e disposição.

É justamente nessa fase que a suplementação estratégica pode atuar como uma aliada poderosa para a saúde, o bem-estar e a longevidade da mulher. Entre os suplementos mais estudados e indicados estão: creatina, ômega-3 e proteína de alta qualidade.

🧠💪 1. Creatina

Embora ainda cercada de mitos, a creatina é segura, acessível e altamente recomendada para mulheres — especialmente após os 35.
🔹 Ajuda a preservar massa muscular e força, reduzindo o risco de sarcopenia
🔹 Contribui para melhora da cognição, memória e energia mental
🔹 Pode aumentar a resistência ao esforço físico, inclusive em treinos leves

Dose sugerida: 3 a 5g por dia, preferencialmente de creatina monohidratada

❤️🧠 2. Ômega-3 (EPA/DHA)

O ômega-3 é um ácido graxo essencial que o corpo não produz — e sua deficiência está ligada a diversas condições crônicas.
🔹 Tem efeito anti-inflamatório potente
🔹 Auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares
🔹 Contribui para o equilíbrio do humor, combate à ansiedade e proteção cognitiva
🔹 Pode aliviar sintomas de TPM e menopausa

Dose sugerida: 1 a 3g de EPA/DHA por dia (confira a concentração no rótulo)

🍽️🏋️‍♀️ 3. Proteína de alta qualidade

Com o passar dos anos, muitas mulheres não consomem proteína suficiente para manter os músculos e a vitalidade.
🔹 Proteína ajuda na preservação da massa magra
🔹 Aumenta a saciedade e ajuda no controle de peso
🔹 Contribui para a saúde da pele, cabelos e unhas
🔹 Pode ser obtida via whey protein, proteína vegetal ou blends com colágeno hidrolisado + proteína isolada

Dose sugerida: Cerca de 1.2 a 1.6g de proteína por kg de peso corporal por dia, com suplementação conforme necessidade.

🌿 Conclusão

“A suplementação para mulheres com mais de 35 anos não é luxo — é estratégia de autocuidado e prevenção. Com orientação adequada, esses três suplementos podem fazer uma grande diferença na saúde física, mental e emocional ao longo das décadas seguintes. Essa suplementação não apresenta contra-indicação e independe dos exames de sangue” – Afirma o Dr. Daniel Benitti

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

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1 Minuto

“Apenas 1 minuto de exposição a um tom puro de 100 Hz pode melhorar a cinetose (enjoo de movimento)”


📄 Publicado em Environmental Health and Preventive Medicine (2025)
👨‍🔬 Realizado por pesquisadores da Universidade de Nagoya, Japão

🎯 Objetivo

Investigar se a exposição breve a um som puro de 100 Hz pode:

  • Ativar a função vestibular (equilíbrio)
  • Reduzir sintomas de cinetose (enjoo provocado por movimento, como em veículos, simuladores e balanços)

🧪 Metodologia

O estudo teve 3 fases:

  1. Ex vivo (em laboratório com orelha interna de camundongos):
    • Identificou que 100 Hz ativa fortemente as células vestibulares (ligadas ao equilíbrio)
  1. Testes em camundongos vivos:
    • A exposição por 5 minutos a 100 Hz antes de movimentos bruscos reduziu o desequilíbrio causado
    • O efeito protetor durou até 2 horas
  1. Ensaios clínicos com humanos (n=82):
    • Participantes expostos a 1 minuto de som a 100 Hz com 80–85 dBZ antes de:
      • Balanço oscilante
      • Simulador de direção
      • Carro em movimento
    • Foram avaliados por:
      • Posturografia (equilíbrio)
      • Variabilidade da frequência cardíaca (HRV) (atividade autonômica)
      • Questionário MSAQ (sintomas de enjoo)

🔍 Resultados Principais

✅ Efeito sobre o equilíbrio

  • A exposição ao som de 100 Hz reduziu significativamente a área de oscilação postural após movimento (indicador de desequilíbrio)
  • O efeito foi mais forte em pessoas com alta suscetibilidade à cinetose

✅ Efeito sobre o sistema nervoso autônomo

  • Melhorou o padrão de frequência cardíaca, sugerindo:
    • Redução da hiperatividade simpática
    • Aumento do tônus parassimpático (relaxamento)

✅ Efeito sobre sintomas subjetivos

  • Participantes relataram menos náusea, tontura, desconforto e sonolência no MSAQ
  • O som teve efeito semelhante ao de medicamentos leves contra enjoo

🔈 Parâmetros ideais

“Para obter os efeitos positivos é necessário a frequência de 100 Hz, intensidade de  80–85 dBZ (nível comum em conversas humanas), duração de 1 minuto e exposição bilateral. Coisas simples fazem grande diferenças. É importante ressaltar que o som não afetou a audição e o nível de exposição é considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS).” – Informa o Dr. Daniel Benitti.

💡 Conclusão

exposição breve a um som puro de 100 Hz pode ser uma ferramenta simples, segura e eficaz para prevenir e reduzir a cinetose, atuando diretamente no sistema vestibular e autônomo.

A tecnologia é promissora para:

  • Veículos autônomos
  • Realidade virtual
  • Jogos, viagens, simuladores
  • Pessoas com labirintite leve ou sensibilidade ao movimento

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Quem precisa de estatina?

Um recente artigo veio para respodner esta pergunta: “Guideline-Directed Application of Coronary Artery Calcium Scores for Primary Prevention of Atherosclerotic Cardiovascular Disease” – JACC Cardiovasc Imaging, 2025

🎯 Objetivo

Avaliar como o score de cálcio coronariano (CAC) pode ser aplicado de forma guiada pelas diretrizes ACC/AHA (EUA) e ESC/EAS (Europa) na prevenção primária de doença cardiovascular aterosclerótica (ASCVD), em pessoas aparentemente saudáveis.

👥 População do estudo

  • 1.903 indivíduos (55–75 anos), sem doença cardiovascular, diabetes ou uso prévio de estatina.
  • Dados extraídos do Rotterdam Study.
  • Todos tinham níveis de LDL < 190 mg/dL.

🧪 Método

  • Comparou-se a aplicação do CAC segundo:
    • ACC/AHA (2018): usando PCE (Pooled Cohort Equations) e o novo modelo PREVENT.
    • ESC/EAS (2021): usando SCORE2/SCORE2-OP.
  • Avaliou-se quem seria elegível ao CAC, quem foi “reclassificado” (uprisked ou derisked), e os números necessários para tratar (NNT10y) com estatinas.

🔍 Resultados principais

🔹 Proporção de indivíduos elegíveis ao CAC:

DiretrizHomens (%)Mulheres (%)
ACC/AHA (PCE)18,3%11,9%
ACC/AHA (PREVENT)13,4%3,4%
ESC/EAS (SCORE2)46,6%44,9%

🔹 Reclassificação após o CAC:

  • Uprisked: CAC > 100 ou ≥ 75º percentil → estatina recomendada.
  • Derisked: CAC = 0 + não fumante + sem histórico familiar → evitar estatina.
  • Proporção reclassificada:
    • ACC/AHA (PREVENT): 88,8% dos homens e 80% das mulheres.
    • ESC/EAS: 48,5% dos homens e 22,1% das mulheres (uprisked).

🔹 Incidência de eventos de ASCVD:

  • CAC ≥100 → risco semelhante ao de pacientes de alto risco:
    • Ex: IR de até 27,4 eventos por 1.000 pessoas/ano para mulheres uprisked.
  • CAC = 0 → risco muito baixo:
    • Ex: IR de 3,7 por 1.000 pessoas/ano em mulheres derisked pela ESC/EAS.

🔹 NNT10y (Número necessário para tratar por 10 anos com estatina de alta intensidade):

GrupoHomensMulheres
ACC/AHA (PREVENT)1113
ESC/EAS1225

📌 Conclusão

“ O exame mede o nível de cálcio nas artérias do coração.

CAC = 0? Seu risco é baixíssimo.

CAC alto? É sinal de alerta — mesmo sem sintomas!

Pessoas com CAC = 0 tiveram risco 7x menor de eventos cardíacos em 10 anos.

Já quem tinha CAC elevado, mesmo com colesterol “normal”, se beneficiaria com estatinas de alta potência. O CAC evita uso desnecessário de remédios em quem não precisa além de identificar

quem está em risco silencioso e precisa agir já! Prevenção cardiovascular hoje vai além do colesterol.  Informação é proteção.”  – Conclui o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular, médico especialista em Lipedema.

Pergunte ao seu médico sobre o CAC se você:

✔️ Tem mais de 45 anos

✔️ Tem histórico familiar de infarto

✔️ Está em dúvida se deve ou não usar estatina

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Saúde do povo brasileiro

panorama atual da saúde metabólica no Brasil precisa melhorar. Temos visto tendências em aumentos de obesidade, diabetes, síndrome metabólica e dislipidemia, além dos desafios estruturais do sistema de saúde para enfrentar essas condições.

📈 Principais Achados

🔹 1. Estilo de vida e fatores de risco (Vigitel 2019)

  • 44,8% da população relatou atividade física insuficiente.
    • Mulheres: 52,2%
    • Homens: 36,1%
  • Apenas 34,3% consomem frutas e vegetais regularmente (≥5 dias/semana).
  • 18,2% consomem alimentos ultraprocessados com frequência.

🔹 2. Obesidade crescente

  • Obesidade (IMC ≥ 30 kg/m²) subiu de 13,9% em 2009 para 19,8% em 2019.
  • Mais prevalente entre pessoas de 45–64 anos (20,9%).
  • Jovens (18–24 anos): 8,7%, mas com tendência de crescimento.

🔹 3. Síndrome metabólica

  • Estudo em Florianópolis (2009–2014): prevalência de 30,9%.
  • Inatividade física aumentou o risco de desenvolver síndrome metabólica em até 2,2 vezes.

🔹 4. Diabetes tipo 2

  • Aumento de 24% na prevalência autorreferida de 2006 (5,5%) a 2019 (7,4%).
  • Estudo ELSA-Brasil: 20% dos participantes já tinham diabetes tipo 2 no início da coleta (2008–2010).
  • Estima-se que diabetes causou 65.581 mortes em 2013 (9,1% das mortes entre 35–80 anos; 14,3% se incluído diabetes não diagnosticado).

🔹 5. Dislipidemia

  • Dados do ELSA-Brasil (35–74 anos):
    • Triglicerídeos elevados: 23,2% (mulheres) e 40,7% (homens)
    • HDL baixo: 20,7% (mulheres) e 14,7% (homens)
    • LDL alto: 57,6% (mulheres) e 58,8% (homens)
  • Estudo ERICA (12–17 anos):
    • HDL baixo: 46,8%
    • Colesterol total alto: 20,1%
    • Triglicerídeos altos: 7,8%
  • Hipercolesterolemia familiar: 1 em cada 263 pessoas (mais comum em pretos e pardos do que em brancos).

🔹 6. Impacto da COVID-19

  • Obesidade e diabetes aumentaram o risco de formas graves da COVID-19.

🏥 Desafios no Sistema de Saúde

  • “ O Brasil realiza o 2º maior número de cirurgias bariátricas do mundo (68.530 em 2019). Porém, 90% dessas cirurgias são feitas no setor privado. O Brasil não precisa de mais cirurgia bariátrica. As pessoas precisam entender que precisam de um estilo de vida melhor e levar mais a sério a questão saúde. As únicas pessoas que apresentam uma proteção natural a obesidade são as mulheres com lipedema. Mas todos precisam se conscientizar. “ – Informa o Dr. Daniel Benitti

  • As novas diretrizes (2020) do Ministério da Saúde recomendam:

🧠 Conclusão

O Brasil vive as consequências metabólicas de uma transição epidemiológica rápida e desigual.

🔴 É urgente investir em:

  • Educação em saúde
  • Acesso igualitário a tratamentos
  • Promoção de estilo de vida saudável
  • Prevenção de doenças crônicas não transmissíveis

 

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Jejum protege de trombose?

Um recente estudo investigou como o jejum intermitente (JI) influencia a ativação plaquetária e o risco de trombose, especialmente em pacientes com doença arterial coronariana (DAC), por meio de interações com o metabolismo intestinal e a microbiota, com foco no metabólito ácido indol-3-propiônico (IPA).

🧪 Metodologia

  • Estudo conduzido em:
    • Pacientes com DAC (n=160)
    • Camundongos ApoE−/− (modelo de aterosclerose)
  • Intervenção: jejum intermitente (alternando dias de alimentação livre com jejum de 24h)
  • Avaliação:
    • Agregação plaquetária
    • Formação de trombos (mesentério e cérebro)
    • Níveis plasmáticos de IPA
    • Sinalização intracelular em plaquetas
    • Colonização intestinal com Clostridium sporogenes
    • Modelo de lesão miocárdica por isquemia/reperfusão (I/R)

🧠 Principais Descobertas

✅ 1. JI inibe ativação plaquetária

  • Redução significativa na agregação plaquetária após 10 dias de JI em pacientes com DAC e camundongos ApoE−/−.
  • Menor formação de trombos em modelos induzidos com FeCl₃.

🧬 2. Mecanismo: aumento do IPA

“O jejum intermitente aumentou a produção de ácido indol-3-propiônico (IPA) pelo intestino, via crescimento de Clostridium sporogenes. O ácido indol-3-propiônico reduziu a ativação plaquetária ao se ligar ao receptor nuclear PXR (pregnane X receptor) nas plaquetas. Isso é fantástico para quem tem aterosclerose e lipedema que são pessoas com maior risco de trombose. O efeito do jejum foi equivalente ao do clopidogrel mas de forma natural.” – Explica o Dr Daniel Benitti

🔬 3. IPA  PXR  inibição de vias de sinalização

  • IPA inibe vias como:
    • Src/Lyn/Syk
    • LAT/PLCγ/PKC/Ca²
  • Isso reduz:
    • Ativação de integrinas
    • Liberação de grânulos plaquetários
    • Formação de coágulos

❤️ 4. Efeitos cardiovasculares positivos

  • JI reduziu a lesão miocárdica em modelos de isquemia/reperfusão
  • IPA oral teve efeito similar ao clopidogrel, e sua combinação foi sinérgica

🌿 Papel do Microbioma

  • O efeito anti-trombótico do JI depende da microbiota intestinal:
    • JI aumentou a abundância de Clostridium sporogenes
    • Esse microrganismo é essencial para produzir IPA
    • A eliminação da microbiota com antibióticos aboliu os efeitos protetores

🧩 Implicações Clínicas

  • O JI pode ser uma estratégia dietética para reduzir hiperatividade plaquetária e risco trombótico em pacientes com DAC
  • IPA surge como alvo terapêutico promissor
  • Clostridium sporogenes pode ser considerado como probiótico funcional cardiovascular

⚠️ Limitações

  • Evidência clínica ainda preliminar
  • Estudos em humanos de maior duração são necessários
  • Há estudos contraditórios sobre os efeitos do JI em doenças cardiovasculares (incluindo riscos em jejum prolongado)

✅ Conclusão

O estudo revela um mecanismo inédito pelo qual o jejum intermitente protege contra trombose, por meio da microbiota intestinal e do metabólito IPA, que age diretamente sobre as plaquetas. Isso abre caminho para novas terapias naturais ou microbianas para doenças cardiovasculares.

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Bala de melatonina

UM recente estudo “Quantidade de Melatonina e CBD em Gomas de Melatonina Vendidas nos EUA” investiga a precisão dos rótulos de produtos de gomas de melatonina disponíveis no mercado americano, comparando as quantidades declaradas de melatonina e canabidiol (CBD) com as quantidades realmente presentes nesses produtos.

Contexto:

Antes da pandemia de COVID-19, aproximadamente 1,3% das crianças nos EUA utilizavam melatonina, principalmente para auxiliar no sono, reduzir o estresse e promover relaxamento.

Durante a pandemia, o consumo aumentou significativamente, resultando em um crescimento de 530% nas ligações para Centros de Controle de Intoxicações relacionadas à ingestão de melatonina por crianças entre 2012 e 2021. Esses incidentes foram associados a quase 28.000 visitas a departamentos de emergência, mais de 4.000 hospitalizações, 287 admissões em unidades de terapia intensiva e 2 óbitos.

Metodologia:

Em setembro de 2022, os pesquisadores identificaram 30 marcas únicas de gomas de melatonina no Banco de Dados de Rótulos de Suplementos Dietéticos dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA. Dessas, 25 produtos foram adquiridos online e analisados. As gomas foram reconstituídas e submetidas à análises de cromatografia líquida de ultra-alta eficiência para quantificar melatonina, CBD e serotonina.

Resultados:

Variação na Melatonina: Dos 25 produtos analisados, um não continha níveis detectáveis de melatonina, mas apresentava 31,3 mg de CBD. Nos demais produtos, a quantidade de melatonina por porção variou de 1,3 mg a 13,1 mg, representando de 74% a 347% da quantidade declarada no rótulo. Apenas 3 produtos (12%) continham uma quantidade de melatonina dentro de ±10% do valor declarado.“ – Informa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

  • Presença de CBD: Cinco produtos declaravam conter CBD, com quantidades variando de 10,6 mg a 31,3 mg por porção. A quantidade real de CBD variou de 104% a 118% do valor declarado.
  • Serotonina: Nenhum dos produtos analisados apresentou detecção de serotonina.

Discussão:

A maioria dos produtos de gomas de melatonina analisados apresentou rotulagem imprecisa, com a maioria contendo quantidades de melatonina e CBD superiores às declaradas. Estudos anteriores no Canadá encontraram resultados semelhantes, com variações significativas nas quantidades de melatonina em relação ao declarado. A administração de doses tão pequenas quanto 0,1 mg a 0,3 mg de melatonina pode elevar as concentrações plasmáticas a níveis normais noturnos em adultos jovens. Portanto, o consumo dessas gomas conforme as instruções pode expor crianças a doses de melatonina entre 40 e 130 vezes superiores às necessárias. Ingestões não intencionais podem resultar em doses ainda maiores. Além disso, o CBD é aprovado pela FDA apenas para tratar convulsões refratárias causadas por três distúrbios genéticos raros, não havendo aprovação para uso em crianças saudáveis.

Conclusão: Diante desses achados, os clínicos devem alertar os pais de que o uso pediátrico de gomas de melatonina pode resultar na ingestão de quantidades imprevisíveis de melatonina e CBD, potencialmente levando a efeitos adversos inesperados.

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

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Pode usar adoçante na gestação?

 “Consumo de Adoçantes Artificiais na Gravidez e Risco de Sobrepeso na Prole” – British Journal of Nutrition (2024)

Este grande estudo de coorte prospectivo do Danish National Birth Cohort investigou a associação entre o consumo de bebidas com adoçantes artificiais (ASB) ou com açúcar (SSB) durante a gravidez e o risco de sobrepeso nos filhos até os 18 anos.

🧪 Como foi feito o estudo?

  • Mais de 66 mil mulheres grávidas responderam a um questionário alimentar (FFQ) durante a 25ª semana gestacional.
  • O consumo foi classificado em: nenhum, <1/semana, 1-6/semana, ≥1/dia.
  • Foram excluídas mulheres com diabetes.
  • Os filhos foram acompanhados dos 5 meses até os 18 anos, com dados de peso, altura e IMC.

🔍 Principais Resultados

✅ 1. Adoçantes artificiais (ASB) durante a gravidez aumentam o risco de sobrepeso

  • Crianças de mães que consumiram ≥1 bebida com adoçante artificial por dia apresentaram maior risco de sobrepeso aos:
    • 7 anos (OR 1.17),
    • 11 anos (OR 1.19),
    • 14 anos (OR 1.16),
    • 18 anos (OR 1.26), mesmo após ajustes estatísticos.

✅ 2. Açúcar (SSB) teve efeito inverso inesperado

  • Curiosamente, o consumo de ≥1 bebida com açúcar por dia durante a gravidez foi associado a menor risco de sobrepeso nos filhos aos:
    • 11 anos (OR 0.82),
    • 18 anos (OR 0.72), após ajustes.

❗ 3. Sem efeito ao nascimento ou na infância precoce

  • Não houve associação significativa com peso ao nascer, nem com sobrepeso aos 5 ou 12 meses.

🧠 Possíveis explicações discutidas

Exposição fetal aos adoçantes artificiais (através da placenta) pode influenciar o metabolismo, a microbiota e a preferência por sabor doce.  Os efeitos podem ser dose-dependentes, com maior risco em maiores quantidades de adoçantes. Fatores como IMC materno, tabagismo, amamentação e nível socioeconômico foram considerados e ajustados, mas resíduos de confusão não podem ser excluídos. A exposição pós-natal via leite materno também pode contribuir para os efeitos observados. Eu não recomendo o uso de adoçantes. Na verdade qualquer coisa que as pessoas vão atrás pensando na perda de peso, normalmente não faz bem pra elas.” – Explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

📌 Conclusão

  • O estudo sugere que consumir adoçantes artificiais durante a gravidez está associado a um maior risco de sobrepeso nos filhos, especialmente na adolescência.
  • Apesar dos ajustes, novos estudos são necessários para entender melhor os mecanismos e confirmar os achados.
  • Os autores reforçam a importância de precaução no uso de adoçantes artificiais na gestação, em linha com as diretrizes da OMS que não recomendam seu uso para controle de peso.

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.

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Teste Apneia

“teste de apneia expiratória” ou “teste do tempo de apneia após expiração tranquila” é um método simples, sem equipamentos, usado informalmente por alguns profissionais como um indicador da tolerância do corpo ao dióxido de carbono (CO) e da função autonômica respiratória.

🧪 Como é feito o teste:

  1. A pessoa respira normalmente, sem forçar a respiração.
  2. Após uma expiração natural (sem forçar a saída total do ar), ela faz uma pausa e segura a respiração sem inspirar novamente.
  3. Cronometra-se o tempo até surgir o primeiro impulso respiratório (vontade de respirar), não até a pessoa ficar sem ar.
  4. O tempo é registrado.

⏱ Interpretação do tempo:

  • Acima de 30–40 segundos: Excelente tolerância ao CO₂, bom controle autonômico, associado a boa saúde metabólica e cardiovascular.
  • 20–30 segundos: Dentro do esperado, embora possa ser otimizado.
  • 10–20 segundos: Baixa tolerância ao CO₂, pode estar associada a estresse crônico, hiperventilação, inflamação, ansiedade, etc.
  • Abaixo de 10 segundos: Sinal de alerta. Pode estar associado a distúrbios respiratórios, disfunção autonômica, risco aumentado de apneia obstrutiva do sono (AOS), baixa variabilidade cardíaca, inflamação crônica, e menor resiliência ao estresse.

😴 Relação com apneia do sono:

  • Pessoas com apneia obstrutiva do sono muitas vezes apresentam baixa tolerância ao CO e padrões de respiração disfuncionais (hiperventilação crônica durante o dia, por exemplo).
  • Um tempo de apneia menor que 10 segundos sugere baixa capacidade de manter homeostase respiratória, o que pode refletir também numa pior resposta durante eventos de apneia noturna — ou seja, o corpo pode ter menor capacidade de lidar com quedas de oxigênio e aumento de CO₂ durante o sono.
  • Pode estar relacionado à hipersensibilidade dos quimiorreceptores ao CO, o que faz com que a pessoa acorde mais facilmente durante eventos apneicos.

🌿 Relação com a saúde global:

O tempo de apneia após expiração é um marcador funcional da saúde metabólica e nervosa:

  • Pode refletir estado inflamatório sistêmico.
  • Relaciona-se ao nível de estresse crônico, ansiedade, desequilíbrios no eixo HPA.
  • Indica o nível de resiliência do sistema nervoso autônomo.
  • Está ligado ao funcionamento mitocondrial, pois o controle da respiração está intimamente ligado à eficiência energética celular.
  • Pode sugerir predisposição a doenças crônicas como hipertensão, síndrome metabólica e distúrbios do sono.

🧘‍♂️ O que pode melhorar esse tempo:

  • Treinamento respiratório consciente (Buteyko, pranayama, respiração nasal funcional).
  • Redução do estresse e melhora da resposta ao cortisol.
  • Atividade física regular.
  • Sono de qualidade.
  • Alimentação anti-inflamatória e controle glicêmico.
  • Exposição à luz natural e ritmos circadianos regulares.

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