Um recente estudo investigou se o aumento da obesidade em países mais desenvolvidos se deve mais à redução do gasto energético (por menor atividade física) ou ao maior consumo calórico.
Metodologia
- Gasto energético total (TEE) foi medido com a técnica de água duplamente marcada.
- Gasto energético basal (BEE) foi medido por calorimetria indireta ou estimado com base na composição corporal.
- Composição corporal (gordura corporal e massa livre de gordura) foi avaliada por diluição isotópica.
- Os países foram categorizados segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (HDI).
- Populações incluíram caçadores-coletores (ex: Hadza), pastores, horticultores e sociedades urbanas industrializadas.
1. Obesidade aumenta com o desenvolvimento econômico
- Índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura e massa corporal absoluta aumentam com o HDI.
- O IMC elevado nos países ricos se deve principalmente à maior massa livre de gordura (FFM), e não apenas à gordura.
2. Populações desenvolvidas gastam mais energia em termos absolutos
- TEE, BEE e AEE (atividade física) foram mais altos em populações mais desenvolvidas, refletindo o maior tamanho corporal.
- Após ajustes pelo tamanho corporal, o TEE e BEE foram ligeiramente menores (6–11%) com o aumento do HDI, mas o AEE não diminuiu com o desenvolvimento.
3. Gasto energético ajustado tem pouca relação com obesidade
- O TEE ajustado pela FFM teve associação fraca ou nula com percentual de gordura e IMC.
- A variação no TEE explica no máximo 10% do aumento da obesidade relacionado ao desenvolvimento.
4. Consumo calórico e dieta explicam mais
- Populações mais desenvolvidas apresentaram maiores ingestões calóricas.
- Entre 25 populações com dados disponíveis, a porcentagem de ultraprocessados na dieta correlacionou-se fortemente com maior gordura corporal, mesmo após controle por idade, sexo e gasto energético.
- Consumo de carne, por outro lado, não se correlacionou com gordura corporal após ajustes.
“A hipótese de que o aumento da obesidade se deve à redução do gasto energético com a industrialização não se sustenta. O principal fator para o aumento da obesidade com o desenvolvimento é o aumento da ingestão calórica, não a redução da atividade física. A dieta, especialmente a presença de alimentos ultraprocessados, desempenha um papel central na epidemia de obesidade moderna. As pessoas devem escolher melhor o que comem. Não é apenas caloria e sim a qualidade do alimento. Isso é ainda mais importante nas mulheres com lipedema.” – Alerta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
- Redução do gasto basal em países ricos pode estar ligada à menor carga de patógenos e menor atividade imune, ou a mudanças dietéticas, como menor consumo de fibras.
- Alimentos modernos podem ser mais facilmente digeríveis e promover maior absorção de calorias.
- UPFs podem atrapalhar sinais de saciedade, promover armazenamento de gordura e aumentar o consumo energético total.
- Medidas públicas devem focar mais na qualidade e composição dos alimentos do que apenas em estimular a atividade física.
- Programas de prevenção da obesidade devem utilizar gordura corporal, e não apenas o IMC, como indicador.
- Regular o ambiente alimentar para reduzir o impacto de alimentos ultraprocessados é crucial.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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