Você iniciou o tratamento para o Lipedema e estava indo tudo bem, mas vieram as festas de final de ano e desandou tudo. De repente, você não consegue mais se concentrar porque está gastando toda a sua energia mental tentando evitar guloseimas tentadoras. Quando você finalmente cede, sente culpa, vergonha e baixa autoestima. Vem aquela sensação de fracasso. Combine esses sentimentos com a ideia de que, já que você estragou a sua dieta e o tratamento, é melhor comer mais antes de voltar a seguir a rotina saudável. Então, como você pode se livrar da culpa e redefinir o seu cérebro para fazer escolhas inteligentes?
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Fazer dieta certamente é a principal promessa de ano novo, mas quando limitamos o quanto comemos, isso pode afetar o corpo de maneiras que não previmos.
“Várias coisas acontecem em nossos corpos quando restringimos a ingestão de alimentos. 10-15% do metabolismo basal depende da ingesta alimentar. Sabemos que o nosso metabolismo fica mais lento e os hormônios que regulam os nossos sentimentos de fome e saciedade ficam fora de controle. Você acaba comendo demais, não porque é ruim ou fraca, mas porque o seu corpo está fazendo tudo o que pode para sair da fome autoimposta. É um mecanismo de defesa. De uma perspectiva evolutiva, nossos corpos estão mais ajustados para sobreviver em tempos de escassez alimentar e, por isso, se esforça para comer e armazenar”, explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Mesmo quando você não está ativamente em um plano de dieta, a sua mentalidade de dieta pode fazer com que você coma mais e ganhe peso. Você pode comer mais do que normalmente, antecipando que em breve estará de volta a uma dieta restritiva.
Vários estudos mostraram que a dieta restritiva, em última análise, leva ao ganho de peso, não à perda de peso. Mas, estudos também mostraram que a autoestima pode prever os resultados da dieta.
Quando você trabalha para reduzir a sua culpa e vergonha em relação à comida e melhor aceitação da imagem corporal, você tende a desenvolver melhores hábitos alimentares a longo prazo. Isso é muito importante nas mulheres com Lipedema, pois praticamente todas têm um sentimento de culpa muito grande.
Uma mentalidade de dieta também lhe diz que suas decisões alimentares refletem em seu valor como pessoa. Você está comendo alimentos “ruins”, então você deve ser uma pessoa ruim, fraca ou indigna. Isso pode perpetuar um ciclo de alimentação emocional que adiciona excesso de peso, reduz a autoestima e é difícil de terminar.
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Como começar?
Trabalhe para parar os pensamentos negativos em sua cabeça e adote essas dicas para incentivar uma melhor relação com a comida e uma alimentação saudável.
Não diga a si mesma que certos alimentos são “ruins”.
Concentre-se em como um alimento faz o seu corpo se sentir, não se ele se encaixa na moda atual da dieta. Alimentos saudáveis nos dão mais energia e tendem a nos fazer sentir melhor. Alimentos ultraprocessados sobrecarregam muito o corpo, que tem de lidar de forma rápida com o alimento e isso deixa a pessoa com menos energia e disposição.
Não subtraia de sua alimentação. Adicione!
É mais importante adicionar do que restringir. A restrição tem o efeito oposto que queremos que tenha, então, se nos concentrarmos em adicionar alimentos que nos fazem sentir bem, como vegetais e frutas, que ajudam na digestão, grãos integrais e proteínas, que nos mantêm mais cheios, por mais tempo, acabamos esquecendo o que não estamos comendo. A restrição também nos leva a sentir muita fome mais tarde e a perder o autocontrole. Não restrinja como forma de compensar uma alimentação menos do que ideal. Isso apenas preparará o cenário para uma futura compensação.
Limite os seus pensamentos internos negativos
Quando vinculamos a nossa autoestima tão diretamente às nossas escolhas alimentares e combinamos isso com uma dieta restritiva, estamos nos preparando para falhar e nos sentirmos culpadas, o que, por sua vez, produz comportamentos excessivos e mais culpa. Anote as mudanças positivas que você está fazendo a cada dia (como beber mais água ou fazer caminhadas) em um diário e pare de usar as palavras “bom” e “ruim” para descrever as suas escolhas alimentares e você mesma.
Em última análise, o que funciona para a perda de peso a longo prazo são pequenas mudanças incrementais em seus padrões gerais de alimentação. E quanto menos você se concentrar em restringir e categorizar os alimentos e quanto mais você se concentrar em criar comportamentos saudáveis em torno de alimentos e atividade física, mais saudável será o seu corpo e a sua mente.
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