A atividade física na meia-idade e na velhice é um fator importante para reduzir o risco de condições crônicas de saúde, incluindo diabetes, doenças cardiovasculares e demência. Evidências crescentes sugerem que adultos com perda auditiva praticam menos atividade física do que aqueles sem, o que pode colocar esta população em maior risco de desenvolver doenças crônicas. Em apoio, a perda auditiva foi identificada como um importante fator de risco potencialmente modificável para demência.
Adultos de meia e mais idade (≥50 anos) com perda auditiva constituem uma grande proporção da população, com algumas estimativas indicando que quase metade desta população apresenta algum grau de perda auditiva.
Portanto, direcionar intervenções de atividade física para adultos de meia-idade e idosos com perda auditiva poderia ser uma oportunidade fundamental para reduzir o impacto global das condições crônicas de saúde. Dado que se estima que as doenças crônicas custem cerca de 54 bilhões de dólares em cuidados de saúde mundialmente anualmente, bem como 14 bilhões de dólares em perda de produtividade (Organização Mundial da Saúde [OMS], 2020), são necessárias medidas urgentes para reduzir o pesado custo humano e o fardo econômico global de doenças não transmissíveis e outras condições de saúde crônicas (físicas e mentais).
Foi proposto que a inatividade física pode aumentar o risco de perda auditiva da mesma forma que as doenças crônicas, através do aumento do estresse oxidativo, da inflamação e da redução do fluxo sanguíneo para a cóclea.
No entanto, nenhum estudo considerou a possibilidade de causalidade reversa, em que a perda auditiva pode levar a menos atividade física. O conhecimento da direção da associação entre perda auditiva e atividade física é essencial, pois pode informar quando o momento ideal para intervir e promover um envelhecimento ativo e saudável.
Por exemplo, se a atividade física reduz o risco de perda auditiva, então aqueles em risco de perda auditiva (por exemplo, indivíduos com diabetes) podem necessitar de mais apoio. Alternativamente, se a atividade física diminuir após o início da perda auditiva, as consultas audiológicas podem ser um momento oportuno para fornecer informações adicionais ou sinalização para promover a participação na atividade física nesta população. Além disso, a falta de atividade física em idosos com perda auditiva pode contribuir para o desenvolvimento de condições crônicas adicionais de saúde.
Um recente estudo ajudou a resolver esta dúvida. O pesquisadores utilizaram participantes \ do Estudo Longitudinal Inglês sobre Envelhecimento (N = 11.292) que tinham 50 anos ou mais na avaliação inicial (1998-2000). Os indivíduos foram acompanhados semestralmente por até 20 anos (2018-2019) e foram classificados como relatando perda auditiva (n = 4.946) ou não relatando perda auditiva (n = 6.346).
Os resultados mostraram que a atividade física basal não foi associada à perda auditiva ao longo do acompanhamento. O acompanhamento mostrou que a atividade física diminuiu mais rapidamente ao longo do tempo naqueles com perda auditiva, em comparação com aqueles sem perda auditiva.
Este estudo destaca a importância de abordar a atividade física para adultos de meia-idade e idosos que relatam perda auditiva, uma vez que declínios mais rápidos ao longo do tempo representam um risco aumentado de pior função física, fragilidade, bem como outras condições comórbidas. Mais pesquisas são necessárias para delinear a relação entre perda auditiva e atividade física, ou seja, para entender por que adultos com perda auditiva deixam de ser tão ativos fisicamente quando a perda auditiva ocorre.
“As recomendações para abordagens holísticas para todos os profissionais da saúde, inclusive aos cuidados de saúde auditiva, sugerem que devemos estar conscientes das potenciais condições associadas à perda auditiva e de como estas podem ser abordadas, para fornecer cuidados holísticos e centrados no paciente. A atividade física é um comportamento modificável que pode ajudar a reduzir o risco e/ou impacto dessas condições, mas os indivíduos com perda auditiva podem precisar de apoio adicional e personalizado para garantir que sejam capazes de praticar atividades físicas.” – Complementa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
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