Um recente estudo avaliou de forma causal se os adoçantes não calóricos influenciam o metabolismo da glicose e o microbioma humano, de forma personalizada.
Método
- Tipo de estudo: Ensaio clínico randomizado, controlado e intervencionista.
- Participantes: 120 adultos saudáveis, rigorosamente selecionados como abstêmios de NNS.
- Grupos de intervenção (n=20 cada):
- Sacarina
- Sucralose
- Aspartame
- Estévia
- Controle com glicose (veículo dos sachês)
- Controle sem suplemento
- Duração: 7 dias de linha de base + 14 dias de suplementação + 7 dias de seguimento.
- Ferramentas:
- Monitoramento contínuo de glicose (CGM)
- Testes de tolerância à glicose oral (GTT)
- Sequenciamento metagenômico de fezes e microbioma oral
- Metabolômica plasmática
Principais Resultados
1. Impacto sobre a glicemia
- Sacarina e sucralose:
- Aumentaram significativamente a resposta glicêmica (área sob a curva do GTT) durante a fase de exposição.
- Efeito reversível após interrupção da suplementação.
- Aspartame e estévia:
- Não apresentaram alteração significativa na tolerância à glicose.
- Controles (glicose e sem suplemento):
- Nenhuma alteração glicêmica significativa.
2. Alterações no microbioma
“Todos os adoçantes alteraram significativamente a composição e função da microbiota fecal e oral, com efeitos específicos para cada adoçante: Sucralose: alterou vias de metabolismo de purinas. Sacarina: alterou vias de glicólise e degradação de glicose. Aspartame: impactou o metabolismo de poliaminas. Estévia: alterou vias de biossíntese de ácidos graxos. Resumindo, o ideal é não usar adoçantes, mas se for utilizar o que gera menos dano a pessoa é a stevia.” – Explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
3. Correlação com o metaboloma
- Sucralose: aumento de intermediários do ciclo de Krebs (como isocitrato e trans-aconitato), aminoácidos e redução de metabólitos de purinas (ácido úrico e pseudouridina).
- Metabólitos plasmáticos como butirato, valerato e propionato também aumentaram, correlacionando-se com respostas glicêmicas.
4. Transplante fecal em camundongos germ-free
- Microbiota de “respondedores de topo” humanos levou à intolerância à glicose em camundongos, indicando causalidade microbiota-dependente.
- O efeito foi personalizado: só ocorreu com microbiotas de indivíduos que haviam respondido ao adoçante.
- Sacarina e sucralose, mesmo em doses abaixo do limite diário aceitável, prejudicam a tolerância à glicose de forma personalizada e dependente da microbiota.
- Os efeitos não são universais, mas sim determinados pela configuração basal do microbioma intestinal.
- Adoçantes não calóricos não são metabolicamente inertes, como antes se supunha.
- Há uma necessidade urgente de abordagens personalizadas no uso de NNS e mais estudos clínicos de longo prazo.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
Caso prefira, entre em contato diretamente com ele via e-mail: