Crianças, celulares e o preço silencioso da desconexão emocional
Em um mundo onde os smartphones se tornaram quase extensões do nosso corpo, é urgente refletirmos sobre quem são os mais vulneráveis a esse novo estilo de vida: as crianças.
Estudos globais mostram uma realidade alarmante: receber um smartphone antes dos 13 anos está fortemente associado a piores indicadores de saúde mental na vida adulta. Dados do Global Mind Project, com mais de 100 mil jovens entre 18 e 24 anos, revelam que quanto mais cedo uma criança ganha um celular, maior é o risco de pensamentos suicidas, agressividade, perda da autoestima e até sintomas psicóticos, como distanciamento da realidade e alucinações.
O impacto é ainda mais devastador nas meninas. Quase metade das que receberam o celular com 5 ou 6 anos relataram pensamentos suicidas na vida adulta. E não é apenas uma questão de tempo de tela. A exposição precoce a redes sociais, algoritmos viciantes, cyberbullying, pornografia e distúrbios do sono são caminhos diretos para esse colapso mental.
A ciência por trás dos vídeos curtos (como TikTok, Reels, shorts) aprofunda o alerta.
“O cérebro de jovens viciados nesse conteúdo mostra alterações estruturais em regiões ligadas ao controle emocional, tomada de decisão e gratificação imediata — com mudanças no córtex orbitofrontal e na atividade do sistema de recompensa. Em outras palavras: o cérebro está sendo moldado para buscar prazer fácil e rápido, em detrimento da atenção, empatia e resiliência. Mas o mais preocupante: enquanto as crianças perdem o contato com o mundo real, muitos pais perdem o contato com os próprios filhos. Pais não foram substituídos pelos celulares — mas muitos se omitiram diante deles.” – Comenta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Precisamos recuperar o básico: conviver, escutar, brincar, ensinar, acolher. Smartphones não podem ser babás digitais. Nenhum aplicativo pode ensinar o valor de um abraço. Nenhum vídeo substitui o impacto de uma conversa olho no olho.
Criar filhos é dividir tempo. É sentar no chão para brincar, é jantar juntos sem telas, é ensinar pelo exemplo. Quando os pais estão presentes — de verdade, sem notificações competindo por atenção — as conexões neurais mais importantes se fortalecem: aquelas que moldam a autoestima, o controle emocional e o senso de pertencimento.
O que você pode fazer como pai ou mãe?
Adiar ao máximo o primeiro smartphone (especialmente antes dos 13 anos);
Limitar e supervisionar o uso de redes sociais;
Priorizar o sono, a rotina e o convívio familiar;
Conversar sobre o impacto emocional do conteúdo online;
Ser exemplo de uso consciente da tecnologia.
Cuidar da infância é proteger o futuro da sociedade. Celulares não são brinquedos inofensivos. Eles moldam cérebros, comportamentos e emoções — e podem roubar da criança o que ela tem de mais precioso: sua capacidade de crescer inteira.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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