Para aqueles que estão em um relacionamento de longo prazo, estudos mostram que certas características de saúde podem ser compartilhadas entre os parceiros — e isso também se estende aos transtornos psiquiátricos, de acordo com um novo estudo.
Com base na análise de mais de 6 milhões de casais em Taiwan, Dinamarca e Suécia, uma equipe internacional de pesquisadores descobriu que as pessoas têm probabilidade significativamente maior de apresentar os mesmos transtornos psiquiátricos que seus parceiros do que seria esperado ao acaso.
Entre as condições observadas estavam: esquizofrenia, TDAH, depressão, autismo, ansiedade, transtorno bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), abuso de substâncias e anorexia nervosa.
“Eles descobriram que a maioria dos transtornos psiquiátricos apresenta correlações consistentes entre cônjuges, independentemente do país e da geração, indicando a importância desse fenômeno na dinâmica populacional dos transtornos psiquiátricos”. – Comenta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Esse fenômeno é chamado de correlação conjugal (spousal correlation) e, historicamente, os maiores níveis desse tipo de semelhança já haviam sido observados em crenças religiosas, opiniões políticas, nível educacional e uso de substâncias.
Fatores envolvidos
Os pesquisadores apontam três fatores principais para explicar o fenômeno:
- Escolha por semelhança: tendemos a escolher parceiros com características semelhantes às nossas.
- Limitações sociais: a escolha do parceiro é influenciada por restrições sociais e ambientais.
- Convivência prolongada: com o tempo, casais que vivem juntos em um mesmo ambiente acabam se tornando mais parecidos.
Os três fatores provavelmente atuam em conjunto, e identificar qual tem maior peso é um desafio.
Resultados universais
Apesar das diferenças culturais e nos sistemas de saúde dos três países analisados, os resultados foram estatisticamente semelhantes, com pequenas variações relacionadas a TOC, transtorno bipolar e anorexia.
“Os resultados mostram, a semelhança entre cônjuges em pares de transtornos psiquiátricos é consistente entre países e persiste ao longo das gerações, indicando um fenômeno universal e surpreendente.” – Explica.
Limitações do estudo
- O estudo não diferenciou casais que se conheceram antes ou depois do diagnóstico dos transtornos.
- A análise de gerações sucessivas foi realizada apenas em Taiwan.
- Mais dados são necessários para compreender por que e como isso acontece.
Apesar dessas limitações, a amplitude e força dos padrões observados tornam os resultados altamente relevantes para o estudo da saúde mental.
Implicações para filhos e genética
Outro achado importante foi que filhos de pais que compartilham o mesmo transtorno têm risco aumentado de desenvolver a condição.
Isso tem grande impacto em estudos genéticos, que tradicionalmente assumem que o acasalamento na população é aleatório. Este estudo sugere que essa premissa pode estar incorreta.
Se pessoas com determinados transtornos psiquiátricos têm maior probabilidade de se relacionar entre si, isso altera a estimativa de quanto esses distúrbios são influenciados por fatores genéticos.
“Dada a ubiquidade da correlação conjugal, é essencial considerar padrões não aleatórios de escolha de parceiros ao projetar estudos genéticos sobre transtornos psiquiátricos”. – Finaliza o Dr. Daniel.
Conclusão
Esse estudo revela que relações de longo prazo têm impacto profundo na expressão e transmissão de transtornos psiquiátricos, mostrando que a dinâmica dos relacionamentos deve ser considerada na compreensão, prevenção e tratamento dessas condições.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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