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Quer envelhecer com saúde?

Um recente estudo avaliou como a quantidade e a qualidade dos carboidratos ingeridos na meia-idade influenciam o envelhecimento saudável, definido como:

  • Ausência de 11 doenças crônicas principais (como câncer, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas),
  • Boa função física e cognitiva,
  • Boa saúde mental aos 70 anos ou mais.

👩‍⚕️ População e Metodologia

  • Cohorte: 47.513 enfermeiras com idade média de 48,5 anos em 1984.
  • Período de seguimento: 1984 a 2016 (32 anos).
  • Avaliação dietética: Questionários de frequência alimentar (FFQ) aplicados em 1984 e 1986.
  • Método estatístico: Regressão logística multivariada ajustada por múltiplos fatores de confusão (IMC, estilo de vida, consumo energético, etc.).

🥦 Principais Achados

 Associação positiva com envelhecimento saudável:

  • Carboidratos totais: Cada aumento de 10% das calorias provenientes de carboidratos aumentou as chances de envelhecimento saudável (OR: 1,17).
  • Carboidratos de alta qualidade (frutas, vegetais, grãos integrais, leguminosas): OR: 1,31.
  • Fibras totais e específicas (de frutas, vegetais e cereais): ORs variando de 1,07 a 1,17 por desvio padrão.
  • Carboidratos de frutas, vegetais e grãos integrais: Aumento de até 37% na chance de envelhecimento saudável.

 Associação negativa com envelhecimento saudável:

  • Carboidratos refinados: OR: 0,87.
  • Vegetais ricos em amido (como batata, milho): OR: 0,90.
  • Índice glicêmico (IG) alto: OR: 0,76 (quintil mais alto vs mais baixo).
  • Relação carboidrato/fibra elevada: OR: 0,71.

🔄 Análises de Substituição

“A substituição isocalórica de carboidratos refinados, gordura total, proteína animal ou gordura trans por carboidratos de alta qualidade aumentou as chances de envelhecimento saudável em 8% a 16%. Já substituir proteína ou gordura insaturada por carboidrato total teve impacto negativo. O efeito benéfico pode ser atribuído ao maior consumo de fibras e alimentos com baixo índice glicêmico, que modulam a inflamação, microbiota intestinal, metabolismo da glicose e saúde vascular. A fibra também está associada a maior expectativa de vida, menor risco de depressão, melhora da memória e função física em idosos. Infelizmente as pessoas comem muito menos fibra do que deveriam.” – Analisa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema

📌 Conclusão

Este estudo robusto sugere que a qualidade dos carboidratos ingeridos na meia-idade é um importante preditor de envelhecimento saudável. Dietas ricas em fibras e carboidratos provenientes de alimentos integrais estão associadas a melhores desfechos em saúde física, mental e cognitiva a longo prazo.

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

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Gene do Alzheimer?

Um recente estudo investigou como as diferentes isoformas do gene APOE (ε2, ε3, ε4 e knockout) afetam a transcrição gênica e a estrutura da cromatina em micróglias humanas no contexto da doença de Alzheimer (DA), usando um modelo de camundongos com microglia humana xenotransplantada.

🔬 Metodologia

  • Derivação de micróglias humanas a partir de iPSCs com genótipos APOE2, APOE3, APOE4 e APOE-knockout (KO).
  • Transplante das micróglias em camundongos App^NL-G-F, modelo de DA com placas amiloides.
  • Análise aos 12 meses pós-transplante usando:
    • RNA-seq para perfil transcriptômico
    • ATAC-seq para perfil epigenômico (acessibilidade cromatínica)
    • Ensaios funcionais de fagocitose

📌 Principais resultados

1. 🧬 APOE2 promove um fenótipo protetor nas micróglias

  • Maior expressão de genes relacionados à:
    • Fagocitose
    • Migração celular
    • Regulação anti-inflamatória (ex: IL10RA)
  • A cromatina nas micróglias APOE2 estava mais acessível em loci ligados a respostas imunológicas positivas e ativação do receptor de vitamina D (VDR).

2. 🔥 APOE4 prejudica a função microglial

  • Redução na expressão de genes cruciais para:
    • Homeostase
    • Migração
    • Resolução da inflamação
  • Perfil transcricional similar ao APOE-KO, sugerindo que APOE4 se comporta como uma forma de perda de função parcial.
  • Cromatina menos acessível em regiões pró-resolução e enriquecida para genes associados ao risco genético de Alzheimer (ex: BIN1, CD33).

3. 🧪 Análise funcional: fagocitose

  • Micróglias APOE2 demonstraram maior capacidade de fagocitose de partículas bacterianas e mielina do que APOE3 e APOE4.
  • APOE4 mostrou a menor atividade fagocítica entre os grupos.

4. 🧠 Interseção com dados genéticos de risco

  • As regiões com maior acessibilidade cromatínica nos grupos APOE-KO e APOE4 coincidiam com loci identificados em GWAS da doença de Alzheimer.
  • APOE2, ao contrário, mostrou padrão transcricional distante dos genes de risco.

5. 🌞 Vitamina D e epigenética

  • Enriquecimento significativo de sítios de ligação do receptor de vitamina D (VDR) em micróglias APOE2.
  • APOE2 upregula genes-alvo do VDR, como IL10RA, que possui ação anti-inflamatória, sugerindo um possível mecanismo protetor epigenético.

📚 Conclusões

“A APOE2 induz um perfil epigenético e transcricional mais favorável, com funções imunológicas preservadas e anti-inflamatórias. A APOE4 está associado a perda funcional de micróglias, com menor resposta fagocítica e inflamação aumentada. Modular a via do receptor de vitamina D (VDR) pode ser uma estratégia terapêutica promissora, especialmente em portadores de APOE4.

Os dados mostram que o risco genético de Alzheimer mediado por APOE pode estar fortemente relacionado à reprogramação epigenética das micróglias. As mulheres com lipedema são as únicas pessoas que possuem uma proteção natural contra Alzheimer.” – Explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

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Emagrecer sem Esforço

Um recente estudo japonês explorou como a AceCel — um tipo de fibra dietética modificada — afeta a composição da microbiota intestinal e o metabolismo do hospedeiro, especialmente em relação à oxidação de gordura e regulação do peso corporal.

🧪 Metodologia

  • Modelos experimentais: camundongos selvagens (C57BL/6), camundongos obesos (ob/ob) e camundongos germ-free (GF).
  • Intervenção: dieta com AceCel vs. controle e acetato de sódio (AceNa).
  • Análises: composição da microbiota (16S rRNA), metabolômica intestinal (GC-MS), expressão gênica hepática, testes de tolerância à glicose/insulina, entre outros.

🧠 Principais Resultados

1. AceCel reduz o ganho de peso corporal

  • Redução significativa do ganho de peso em camundongos WT e ob/ob.
  • Diminuição da massa hepática e adiposa sem afetar a massa muscular.
  • Efeitos não observados com AceNa ou outros tipos de celulose modificada (propionilada ou butirilada).

2. Promoção da oxidação de ácidos graxos

  • Redução do quociente respiratório (RQ) e aumento da oxidação de gordura durante o ciclo de luz (repouso).
  • Aumento da expressão hepática de genes envolvidos na oxidação de lipídios: Ppara, Cpt1a, Hmgcs2, Sirt1, Fgf21.
  • Supressão da oxidação de carboidratos e depleção do glicogênio hepático.

3. Redução dos açúcares simples no intestino

  • Diminuição de glicose, maltose, sacarose e outros carboidratos disponíveis na luz intestinal.
  • Isso reduz a entrada de glicose no sangue portal e favorece o uso de lipídios como fonte energética.

4. Efeito mediado pela microbiota

  • AceCel não teve efeito em camundongos germ-free.
  • AceCel aumentou a abundância de Bacteroides thetaiotaomicron (BT) e Akkermansia muciniphila, enquanto reduziu Bifidobacterium pseudolongum.
  • A fermentação bacteriana foi intensificada, com aumento de ácidos orgânicos como succinato e fumarato.

5. Acetato como modulador da função bacteriana

“O acetato aumenta a expressão de genes de transporte e catabolismo de carboidratos (susG, susB, glkA) em Bacteroides. A AceCel estimula o crescimento de Bacteroides e sua capacidade de consumir açúcares, intensificando a fermentação e reduzindo a disponibilidade de carboidratos para o hospedeiro. Uma forma simples de obter a mesma resposta é utilizando vinagre de maçã com uma fibra como biomassa de banana.” – Informa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

💡 Conclusão

celulose acetilada atua como um prebiótico altamente eficaz na redução da massa corporal e melhora metabólica via modulação da microbiota intestinal, promovendo:

  • Maior oxidação de gordura
  • Redução da absorção intestinal de açúcares
  • Estímulo à fermentação bacteriana benéfica

Seu mecanismo se assemelha ao jejum ou à dieta cetogênica, mas sem reduzir a ingestão alimentar, tornando-se uma alternativa promissora e de fácil adesão no combate à obesidade.

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Melatonina e Magnésio: Eficácia, Mecanismos e Segurança no Sono

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Melatonina e magnésio são dois suplementos amplamente utilizados para promover o sono, atuando por mecanismos distintos.

  • melatonina regula o ciclo sono-vigília, sendo especialmente eficaz em distúrbios do ritmo circadiano, como jet lag e desalinhamento do ciclo biológico. Ela ajuda a reduzir o tempo necessário para adormecer, embora possa causar efeitos como tontura ou sonolência diurna.
  • magnésio, por sua vez, é essencial para o relaxamento muscular e a regulação dos neurotransmissores. Melhora a qualidade do sono, reduz despertares precoces e contribui para controlar a insônia associada à ansiedade.

👉 Enquanto a melatonina é mais indicada para reajustar ciclos de sono, o magnésio atua aprofundando o sono e promovendo relaxamento. Pesquisas indicam que a combinação de ambos, especialmente com vitaminas do complexo B, pode trazer benefícios significativos para quem sofre de insônia.

✔️ A melatonina tende a ser mais eficaz em ajustes de curto prazo no sono, enquanto o magnésio oferece vantagens mais amplas, incluindo redução do estresse. Seus efeitos colaterais são geralmente leves, sendo o desconforto gastrointestinal o mais comum em doses elevadas de magnésio.

👉 A escolha entre melatonina e magnésio depende da origem do distúrbio do sono, embora o uso combinado possa oferecer uma solução mais completa para melhorar tanto a qualidade quanto a duração do sono.

Este artigo analisa a eficácia, os mecanismos de ação e a segurança de ambos, avaliando seus efeitos isolados e em conjunto, considerando diferentes faixas etárias, tipos de insônia e níveis de estresse.

🔬 Mecanismos de Ação:

  • melatonina, produzida principalmente pela glândula pineal, é um hormônio que regula o ritmo circadiano. Sua liberação é estimulada pela escuridão, sinalizando ao cérebro que é hora de dormir. Ela se liga aos receptores localizados no núcleo supraquiasmático do hipotálamo, ajustando o relógio biológico interno e promovendo a sonolência noturna. Essa sincronização dos processos biológicos com o ciclo claro-escuro é essencial para a saúde global.
  • magnésio atua principalmente no relaxamento muscular e na transmissão nervosa. Ele equilibra o efeito do cálcio, que induz à contração muscular, ajudando os músculos a relaxarem ao bloquear certos canais de cálcio.

“ No sistema nervoso, o magnésio modula a atividade do neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico), fundamental para gerar estados de calma e relaxamento. Isso o torna particularmente eficaz na redução do estresse. O magnésio também mantém a excitabilidade dos neurônios dentro de padrões saudáveis, favorecendo o equilíbrio emocional e cognitivo.

A melatonina e magnésio contribuem, por vias diferentes e complementares, para a melhora do sono, alívio da tensão e equilíbrio fisiológico. Saber utilizar os dois ajuda muito no tratamento das mulheres com lipedema.”  – Informa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

🎯 Eficácia em Diferentes Populações:

  • melatonina é reconhecida pela capacidade de regular o ciclo sono-vigília. Em pessoas com insônia, ela reduz o tempo para adormecer e melhora a qualidade geral do sono. É particularmente eficaz em quem sofre de síndrome da fase atrasada do sono, jet lag e em trabalhadores em turnos.

👉 Entre idosos, que naturalmente apresentam queda na produção de melatonina, a suplementação melhora tanto a duração quanto a qualidade do sono.

  • magnésio, mineral essencial em centenas de processos bioquímicos, desempenha papel importante na regulação do sono ao promover o relaxamento e modular o sistema nervoso.

👉 É especialmente benéfico para indivíduos cuja insônia está associada ao estresse, já que altos níveis de cortisol atrapalham a capacidade de relaxar. O magnésio ajuda a controlar o cortisol, reduzindo a atividade excessiva do sistema nervoso.

✔️ A absorção e os níveis de magnésio tendem a diminuir com a idade, tornando a suplementação relevante para idosos com dificuldades para dormir.

→ Em resumo, a melatonina é mais indicada quando há desalinhamento circadiano, como jet lag ou alteração no ciclo de sono, enquanto o magnésio é mais eficaz quando os distúrbios estão relacionados a estresse, tensão muscular ou deficiência nutricional.

👉 Nos idosos, ambos podem ser benéficos, dependendo se a principal deficiência é de melatonina ou de magnésio.

✅ A recomendação ideal é uma abordagem individualizada, baseada na origem do problema do sono.

Referências

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Masters, A., Pandi-Perumal, S. R., Seixas, A., Girardin, J. L., & McFarlane, S. I. (2014). Melatonin, the hormone of darkness: from sleep promotion to ebola treatment. Brain disorders & therapy, 4(1), 1000151. https://doi.org/10.4172/2168-975X.1000151

Hausenblas, H. A., Lynch, T., Hooper, S., Shrestha, A., Rosendale, D., & Gu, J. (2024). Magnesium-L-threonate improves sleep quality and daytime functioning in adults with self-reported sleep problems: A randomized controlled trial. Sleep Medicine: X, 8, 100121.

Poza, J. J., Pujol, M., Ortega-Albás, J. J., & Romero, O. (2022). Melatonin in sleep disorders. Neurología (English Edition), 37(7), 575-585.

Zhang, Y., Chen, C., Lu, L., Knutson, K.L., Carnethon, M.R., Fly, A.D., Luo, J., Haas, D.M., Shikany, J.M. and Kahe, K. (2022). Association of magnesium intake with sleep duration and sleep quality: findings from the CARDIA study. Sleep, 45(4), zsab276.

Costello, R. B., Lentino, C. V., Boyd, C. C., O’Connell, M. L., Crawford, C. C., Sprengel, M. L., & Deuster, P. A. (2014). The effectiveness of melatonin for promoting healthy sleep: a rapid evidence assessment of the literature. Nutrition journal, 13, 1-17.

Rosanoff, A. (2021). Perspective: US adult magnesium requirements need updating: impacts of rising body weights and data-derived variance. Advances in Nutrition, 12(2), 298-304.

Chan, V., & Lo, K. (2022). Efficacy of dietary supplements on improving sleep quality: a systematic review and meta-analysis. Postgraduate medical journal, 98(1158), 285-293.

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Vitamina D protege DNA?

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Os resultados do estudo clínico randomizado VITAL revelaram que a suplementação com vitamina D ajuda a preservar os telômeros, estruturas que protegem as extremidades dos cromossomos e que encurtam naturalmente com o envelhecimento. Esse encurtamento está diretamente relacionado ao desenvolvimento de diversas doenças associadas à idade.

artigo, publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, é baseado em dados de uma subanálise do estudo VITAL, conduzido por pesquisadores do Mass General Brigham e do Medical College of Georgia, e fornece evidências de que a vitamina D pode atuar na redução de um dos principais mecanismos biológicos do envelhecimento.

“O VITAL é o primeiro grande estudo de longo prazo que demonstra que a suplementação com vitamina D protege os telômeros e ajuda a preservar seu comprimento. Isso é especialmente relevante, pois os mesmos pesquisadores já haviam demonstrado que a vitamina D também reduz inflamação e o risco de doenças crônicas associadas ao envelhecimento, como câncer avançado e doenças autoimunes. Níveis adequados de vitamina D são essenciais no tratamento das mulheres com lipedema.” – Afirma o Dr. Daniel Benitti.

Telômeros são sequências repetitivas de DNA que atuam como “capas protetoras” nas extremidades dos cromossomos, prevenindo danos e fusões anormais. À medida que envelhecemos, os telômeros naturalmente encurtam, o que está associado ao maior risco de doenças como câncer, doenças cardiovasculares, diabetes e neurodegenerativas.

Estudos anteriores, de menor escala e curto prazo, sugeriam que vitamina D ou ômega 3 poderiam proteger os telômeros, mas os resultados eram inconsistentes. O VITAL é um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, que acompanhou durante 5 anos mulheres a partir de 55 anos e homens a partir de 50 anos. Nesta subanálise, 1.054 participantes tiveram o comprimento dos telômeros medido no início, no segundo e no quarto ano do estudo.

Os resultados mostraram que, em comparação com o placebo, a suplementação diária com 2.000 UI de vitamina D3 reduziu significativamente o encurtamento dos telômeros ao longo de quatro anos — o equivalente a prevenir quase três anos de envelhecimento celular, comparado ao placebo. Por outro lado, a suplementação com ômega 3 não teve impacto significativo no comprimento dos telômeros.

Segundo os autores os achados sugerem que a suplementação direcionada de vitamina D pode ser uma estratégia promissora para combater processos biológicos do envelhecimento, embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmação.

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Vacina anti-obesidade?

Um recente estudo investigou se a administração da bactéria não patogênica e imunomoduladora Mycobacterium vaccae (ATCC 15483), conhecida por seus efeitos anti-inflamatórios e de resiliência ao estresse, poderia prevenir:

  • Ganho de peso
  • Acúmulo de gordura visceral
  • Aumento de leptina

Induzidos por uma dieta ocidental rica em gordura e açúcar em camundongos adolescentes.

🧪 Métodos

  • Modelo: Camundongos C57BL/6N, machos, adolescentes
  • Grupos:
    1. Dieta padrão + placebo (BBS)
    2. Dieta padrão + M. vaccae
    3. Dieta ocidental + placebo (BBS)
    4. Dieta ocidental + M. vaccae
  • Duração: 10 semanas de dieta + 11 injeções semanais de M. vaccae (subcutânea, 0,1 mg)
  • Avaliações:
    1. Peso corporal
    2. Peso de gordura visceral (VAT)
    3. Expressão gênica (leptina, marcadores inflamatórios)
    4. Perfil do microbioma intestinal
    5. Biomarcadores de inflamação no cérebro (hipocampo e hipotálamo)
    6. Comportamento ansioso (open field e labirinto em cruz elevado)

🔍 Resultados principais

🔥 Efeitos no peso corporal:

  • A dieta ocidental causou aumento expressivo de peso.
  • M. vaccae preveniu completamente o ganho de peso, mesmo com dieta ocidental.
  • O peso dos animais tratados com M. vaccae + dieta ocidental foi semelhante ao dos animais com dieta padrão.

⚖️ Gordura visceral (VAT):

  • A dieta ocidental elevou significativamente o peso da gordura visceral.
  • M. vaccae reduziu significativamente essa adiposidade, mesmo sob dieta obesogênica.

🧪 Leptina (tecido adiposo e plasma):

  • A dieta ocidental aumentou expressão de leptina e seus níveis plasmáticos.
  • M. vaccae reduziu significativamente a leptina no tecido adiposo e no sangue, reduzindo o sinal inflamatório e metabólico associado à obesidade.

🦠 Microbioma intestinal:

  • A dieta ocidental reduziu a diversidade do microbioma, aumentou o índice Firmicutes/Bacteroidetes (Bacillota/Bacteroidota) e promoveu disbiose.
  • M. vaccae não alterou diretamente o microbioma, sugerindo que seus efeitos atuam a jusante do eixo intestino-imune, não por alterar diretamente as bactérias intestinais.

🧠 Neuroinflamação e comportamento:

  • A dieta ocidental aumentou marcadores de inflamação no hipotálamo e hipocampo.
  • M. vaccae reduziu a expressão de genes inflamatórios cerebrais (Nfkbia, Nlrp3, Tnf) e biomarcadores associados à ativação microglial.
  • Também reduziu comportamentos ansiosos, medidos pelo open field e labirinto em cruz.

💡 Conclusões

“ Mycobacterium vaccae oferece um efeito protetor significativo contra os efeitos metabólicos e neuroinflamatórios de uma dieta rica em gordura e açúcar. Atua reduzindo inflamação sistêmica e cerebral, gordura visceral, leptina e estresse comportamental, sem atuar diretamente no microbioma intestinal. É uma evidência robusta de que bactérias ambientais com propriedades imunorreguladoras podem ser ferramentas futuras na prevenção da obesidade e de doenças metabólicas associadas à inflamação crônica como lipedema.” – Finaliza o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema.

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O que você come impacta seu cerebro

 

Um recente estudo investigou se o consumo diário e habitual de alimentos ricos em gordura e açúcar pode alterar os circuitos cerebrais de recompensa e o comportamento alimentar em humanos saudáveis e com peso normal, de forma independente de ganho de peso ou alterações metabólicas.

🔬 Metodologia:

  • Design: Ensaio clínico randomizado, controlado.
  • Duração: 8 semanas.
  • Participantes: 57 adultos saudáveis, peso normal.
  • Intervenção:
    ✔️ Grupo 1: Snack rico em gordura e açúcar (HF/HS).
    ✔️ Grupo 2: Snack isocalórico, mas baixo em gordura e açúcar (LF/LS).
  • Todos mantiveram sua dieta habitual.
  • Avaliações pré e pós-intervenção:
    • Ressonância magnética funcional (fMRI).
    • Testes de preferência gustativa (gordura e açúcar).
    • Parâmetros metabólicos (glicemia, insulina, lipídios, HbA1c).

📊 Resultados Principais:

🔸 1. Efeito no metabolismo:

  • Não houve diferenças significativas entre os grupos em:
    ✔️ IMC, gordura corporal, HOMA-IR, lipídios ou HbA1c.
  • Pequeno aumento de peso e gordura em ambos os grupos, sem diferença entre eles.

🔸 2. Efeito no paladar e na preferência alimentar:

  • Preferência por alimentos com baixo teor de gordura diminuiu significativamente no grupo HF/HS.
  • A percepção de sabor (gordura e doçura) não foi alterada, mas o prazer (liking) e o desejo (wanting) por alimentos com baixo teor de gordura caiu no grupo HF/HS.
  • Não houve efeito significativo sobre a preferência por diferentes concentrações de açúcar.

🔸 3. Alterações nos circuitos cerebrais (fMRI):

🔥 Resposta à antecipação e consumo de alimento palatável (milkshake):

  • Aumentou no grupo HF/HS (e não no LF/LS) nas seguintes regiões:
    ✔️ Área tegmental ventral (VTA) e substantia nigra (SN) – sistema dopaminérgico.
    ✔️ Córtex pré-frontal dorsolateral (dlPFC) – controle e decisão.
    ✔️ Tálamo (núcleo ventral posterolateral) – integração sensorial.
    ✔️ Córtex occipital – processamento visual.
    ✔️ Córtex insular (posterior e anterior) – interocepção e percepção sensorial.

🔥 Resposta no aprendizado associativo (tarefa não relacionada a alimentos):

  • Maior codificação de erros de previsão (Prediction Errors) após HF/HS, indicando:
    ✔️ Alterações no sistema de aprendizado dopaminérgico.
    ✔️ Maior sensibilidade a pistas sensoriais (mesmo não alimentares).
  • Áreas afetadas:
    ✔️ Córtex pré-frontal ventromedial (vmPFC)
    ✔️ Estriado ventral (núcleo accumbens)
    ✔️ Córtex insular posterior
    ✔️ Hipocampo

“  Mesmo sem ganho de peso ou alteração metabólica, o consumo diário de alimentos ricos em gordura e açúcar: Reduz a preferência por alimentos menos gordurosos.
Aumenta a reatividade cerebral a alimentos altamente palatáveis.  Reconfigura os circuitos de aprendizado e recompensa, tornando os indivíduos mais sensíveis a estímulos alimentares e não alimentares. As pessoas não imaginam o estrago que isso faz na vida delas. Isso sugere que a própria dieta, independentemente de obesidade, pode ser um fator causal na alteração dos circuitos cerebrais, causando um círculo vicioso que vai sempre terminar em infelicidade” – Alerta o Dr. Daniel Benitti.

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Atividade física para a mulher com Lipedema.

O que ajuda a fazer atividade física?

Atividade física para a mulher com Lipedema.
 

Um recente estudo desenvolveu modelos preditivos para identificar fatores que determinam a adesão às diretrizes de atividade física (AF)utilizando algoritmos de machine learning (ML) com base em dados subjetivos (questionários).

📊 Base de dados

  • Fonte: NHANES (National Health and Nutrition Examination Survey – EUA)
  • Período: 2009–2018
  • Amostra final: 11.638 adultos (após exclusões por doenças, gestação e dados incompletos)
    • 6.112 homens e 5.526 mulheres
    • Idade média: 38,96 anos
    • IMC médio: 27,91 kg/m²

🧪 Variáveis analisadas

  • Demográficas: sexo, idade, raça, estado civil, escolaridade, renda, emprego
  • Estilo de vida e antropometria: tabagismo, consumo de álcool, tempo de sono, comportamento sedentário (SB), circunferência da cintura e IMC
  • Desfecho: tempo semanal de atividade física ponderada pela intensidade (IWPA) com base em autorrelato
    • Adesão definida como ≥150 min/sem de AF moderada ou ≥75 min/sem de AF vigorosa

🔍 Fatores mais preditivos

FatorTendência de corte mais crítica
1 Tempo sentado (SB)> 6–8 horas/dia (sugere menor adesão)
2 Idade> 40 anos (com maior declínio após os 50)
3 SexoFeminino (maior risco de inatividade)
4 EscolaridadeMenor que ensino superior (associado à menor AF)

5. IMC e circunferência da cintura – Quanto maior menor a AF

⚠️ Curiosidade:

  • Modelos com variáveis de estilo de vida + antropometria superaram modelos com apenas dados demográficos.

🧠 Opinião

“Penso diferente do resultado do estudo. Muita gente começa a treinar pensando apenas na estética.
Quer ver resultados rápidos no espelho, perder peso em semanas, mudar o corpo num passe de mágica. Mas a verdade é difícil de engolir:  O corpo demora a mudar. A aparência é o último sinal de que você está cuidando de você. E é justamente aí que muitos desistem. Somente continua quem entende que se exercitar não é sobre aparência, é sobre propósito. É sobre ter mais energia, dormir melhor, controlar ansiedade, envelhecer com autonomia, ser exemplo para quem esta ao seu redor.  Quando você muda o motivo, muda o resultado.”  – Finaliza o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.

Caso prefira, entre em contato diretamente com ele via e-mail:

Colágeno emagrece?

Um recente estudo espanhol avaliou os efeitos antiobesidade de um colágeno bovino modificado tecnologicamente para apresentar baixa digestibilidade e alta capacidade de expansão (swelling) em meio ácido, simulando o estômago. A hipótese é que ele induz saciedade e reduz o apetite ao aumentar de volume no estômago.

👩‍⚕️ Métodos

  • Estudo duplo-cego randomizado com 64 adultos com sobrepeso ou obesidade (IMC 25–34,9).
  • Intervenção por 12 semanas:
    • Grupo colágeno: 2 barras por dia (20g de colágeno/dia) + recomendações alimentares.
    • Grupo controle: só água antes das refeições + mesmas recomendações.
  • Avaliações: peso, IMC, composição corporal (DEXA), pressão arterial, índice de fígado gorduroso (FLI), leptina, saciedade (QSA), e ghrelina em ratos.

🧪 Resultados principais

🔬 In vitro:

  • Digestibilidade < 45%
  • Capacidade de expansão em pH ácido: ~1917%

📉 Em humanos:

ParâmetroGrupo ColágenoGrupo ControleDiferença significativa
Peso ↓−3,0 kg−1,5 kg✅ (p=0.045)
IMC ↓−1,2 kg/m²−0,6 kg/m²✅
Circunferência abdominal ↓maior reduçãomenor redução✅
Massa livre de gordura ↑aumento significativoestável✅
FLI (fígado gorduroso) ↓simleve ou nenhum efeito✅
PA sistólica ↓−8,6 mmHg−0,3 mmHg✅
Leptina ↓simsimsemelhante
Apetite ↓simnão✅
Saciedade e satisfação ↑simnão✅

🐀 Em ratos:

  • Colágeno reduziu significativamente os níveis pós-prandiais de ghrelina comparado à caseína (p < 0.01)

🧠 Mecanismos sugeridos

  1. O colágeno incha em meio ácido, gerando sensação mecânica de estômago cheio. A baixa digestibilidade prolonga a permanência gástrica, prolongando saciedade. Houve aumento da  da leptina que é um hormônio relacionado à saciedade. O aporte proteico (20g/dia) a mais contribuiu para evitar perda muscular. Além disso, provavelmente ocorreu uma modulação do microbioma pelo aumento do aporte proteico e isso gerou a diminuição da inflamação hepática e pressão arterial sistêmica. Esses resultados são promissores e facilmente colocados em prática. Gosto muito de associar colágeno na alimentação das mulheres com lipedema.” – Comenta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

✅ Conclusão

A suplementação diária com 20g de colágeno com baixa digestibilidade e alta capacidade de expansão promoveu perda de pesoredução de gordura visceralmelhora da composição corporalmenor apetiteredução da pressão arterial sistólica e potencial efeito hepatoprotetor — mesmo sem dieta hipocalórica.

 

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

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Qual a melhor fruta para as grávidas?

Um recente estudo investigou se o consumo de abacate durante a gestação está associado a menor risco de alergias alimentares e outras condições alérgicas em crianças, com base na coorte prospectiva KuBiCo (Kuopio Birth Cohort), na Finlândia.

👩‍👦‍👦 Métodos

Participantes: 2272 gestantes acompanhadas entre 2013 e 2022.

Consumo de abacate: avaliado por questionário alimentar (FFQ) no 1º e 3º trimestres.

Consumidoras: qualquer ingestão (>0 g) em pelo menos um trimestre.

Não consumidoras: zero ingestão nos dois trimestres.

Desfechos alérgicos infantis avaliados aos 12 meses:

  • Rinite (não relacionada a resfriados)
  • Sibilância paroxística
  • Eczema atópico
  • Alergia alimentar diagnosticada por médico

Ajustes foram feitos para diversos fatores: idade materna, IMC, escolaridade, tabagismo, parto cesáreo, qualidade da dieta (AHEI-P), aleitamento, entre outros.

📊 Principais Resultados

 

✅ Alergia alimentar

Crianças de mães que consumiram abacate na gestação tiveram 43,6% menos chance de desenvolver alergia alimentar no primeiro ano de vida.

OR ajustado: 0,564 (IC 95%: 0,336–0,946; p=0,030)

⚠️ Sibilância

Também foi observada menor prevalência de sibilância (13,3% vs. 9,8%), mas essa diferença perdeu significância após ajustes.

❌ Rinite e eczema

Nenhuma associação significativa foi observada para esses dois desfechos.

🔬 Mecanismos sugeridos

“O efeito protetor do abacate pode estar relacionado a fibra alimentar (9,3 g por fruta) que modula o microbioma intestinal materno e favorece a maturação imunológica fetal. Gorduras monoinsaturadas (13,3 g) que modulam a resposta imune. Antioxidantes (vitamina E, zinco) que influenciam a programação imunológica intrauterina via epigenética. Além disso o abacate é a fruta mais rica em magnésio e apresenta um perfil nutricional semelhante ao da dieta mediterrânea, conhecida por proteger contra alergias.” – Finaliza o Dr. Daniel

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