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Você usa Mounjaro?

Um recente estudo avaliou os efeitos de tirzepatida (agonista dual dos receptores GLP-1 e GIP) e dos agonistas seletivos do receptor GLP-1 (GLP-1 RAs) na farmacocinética dos contraceptivos orais hormonais, especialmente sobre absorção e eficácia contraceptiva.

⚙️ Fundamento

  • GLP-1 e GIP são hormônios intestinais que regulam glicose e apetite.
  • tirzepatida, aprovada em 2022, tem efeito mais potente de retardo no esvaziamento gástrico (EG) do que os GLP-1 RAs isolados.
  • O esvaziamento gástrico mais lento pode afetar a absorção de medicamentos orais, incluindo anticoncepcionais.

🔬 Métodos

  • Revisão sistemática de 6 ensaios clínicos com GLP-1 RAs (semaglutida, liraglutida, dulaglutida, exenatida, tirzepatida).
  • Avaliação de três parâmetros farmacocinéticos:
    • AUC (área sob a curva)
    • Cmax (concentração plasmática máxima)
    • Tmax (tempo até Cmax)

📊 Principais Resultados

🔸 Tirzepatida (5 mg SC, dose única):

  • Redução de AUC: 20% (etinilestradiol), 21% (norgestimato)
  • Redução de Cmax: 59% (EE), 66% (NGM)
  • Atraso em Tmax: 2,5–4,5 horas
  • Efeito clinicamente relevante. Justifica uso de método contraceptivo adicional por 4 semanas após início ou aumento de dose.

🔹 Outros GLP-1 RAs:

FármacoEfeito na AUCEfeito na CmaxEfeito na TmaxRelevância clínica
DulaglutidaNenhum-13 a -26%Atraso de 1hNão significativa
LiraglutidaNenhum-12% (EE)Atraso de 1,5hNão significativa
ExenatidaNenhum-45% (EE)Atraso de 3–3,5hPotencial, mas não afetou eficácia
SemaglutidaSem alteraçãoNenhumNenhumSem impacto clínico

📌 Discussão

  • O maior impacto da tirzepatida se deve à combinação de:
    • Ação dual (GLP-1 + GIP)
    • Escalonamento rápido de dose
    • Atraso mais significativo no esvaziamento gástrico, especialmente após a 1ª dose.
  • Embora a tirzepatida também sofra taquifilaxia (perda de efeito no EG com uso contínuo), o impacto permanece relevante durante aumentos de dose.

✅ Conclusões

“ A tirzepatida, ao contrário dos outros GLP-1 RAs, afeta significativamente a absorção de contraceptivos orais.
Isso justifica a recomendação do fabricante de usar método contraceptivo adicional por 4 semanas após início ou ajuste de dose.
Há necessidade de educação médica e pesquisas adicionais sobre a interação entre tirzepatida e medicamentos orais.” – Comenta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

🔍 Implicações Práticas

  • Profissionais de saúde devem estar cientes dessa interação ao prescrever tirzepatida em mulheres que usam anticoncepcional oral.
  • Recomenda-se aconselhamento sobre método contraceptivo de apoio.
  • Estudos futuros devem investigar o impacto da tirzepatida a longo prazo e em diferentes populações.

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.

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Qual o melhor pós-treino?

Recentes estudos exploraram os efeitos fisiológicos e ergogênicos da ingestão de leite, isoladamente ou em associação com café, no período de recuperação pós-exercício, especialmente em atletas de endurance.

🧪 METODOLOGIAS

🧴Loureiro et al. (2021):

  • Tipo: Ensaio clínico randomizado, duplo-cego, cruzado.
  • Participantes: 11 homens atletas de endurance (VO₂máx médio: 59,9 mL/kg/min).
  • Intervenção: Comparação entre duas bebidas pós-treino:
    • Café + leite + açúcar
    • Leite + açúcar (controle)
  • Ambas as bebidas com 1,2g CHO/kg + 0,3g PROT/kg.
  • Avaliações: biópsias musculares, glicemia, insulina.

🥛James et al. (2018):

  • Tipo: Revisão narrativa.
  • Foco: Propriedades fisiológicas do leite como bebida de recuperação e implicações para performance, composição corporal e saúde.
  • Populações estudadas: Atletas e recreativos.

🧬 PRINCIPAIS RESULTADOS E MECANISMOS

1. ✅ Recuperação do glicogênio muscular

  • Loureiro: O grupo café + leite teve 153% mais ressíntese de glicogênio muscular que o grupo controle (p = 0,01).
  • James: O leite fornece carboidratos e proteínas de alta qualidade, que estimulam a secreção de insulina e promovem a reposição de glicogênio.

2. 🔁 Síntese proteica e recuperação muscular

“O leite é rico em leucina, essencial para a ativação da via mTOR, e promove síntese proteica muscular quando ingerido após o exercício. A proporção caseína:whey (3:1) prolonga a liberação de aminoácidos, otimizando a recuperação. Mas o ideal é que o leite seja A2A2 para não ocorrer inflamação que irá prejudicar a pessoa como um todo.” – Destaca o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

3. 🩸 Resposta hormonal (insulina e glicose)

  • A adição de café aumentou a resposta glicêmica e insulínica (Loureiro).
  • O leite, isoladamente, já induz um pico insulínico importante (James), mesmo comparável ou superior ao de bebidas esportivas.

4. 🧃 Hidratação

  • O leite é uma eficaz bebida de reidratação devido à presença de sódio, potássio e proteínas que reduzem a diurese pós-exercício.

5. ⚡ Cafeína como potencializador

  • A cafeína estimula a captação de glicose e a translocação de GLUT4 para a membrana muscular.
  • Os compostos fenólicos do café (como o ácido cafeico) também contribuem para o efeito sinérgico.

💡 IMPLICAÇÕES PRÁTICAS

  • A combinação de leite com café representa uma estratégia ergogênica natural e eficaz, especialmente em contextos de:
    • Recuperação rápida (<4h) entre sessões.
    • Treinos exaustivos de endurance.
    • Ambientes de treino onde o acesso a suplementos comerciais é limitado.
  • A bebida é segura, acessível, nutricionalmente completa e favorece recuperação muscular, síntese proteica, hidratação e desempenho subsequente.

“A ingestão de leite no pós-exercício já é reconhecida como uma estratégia eficiente para promover síntese proteica, reidratação e reposição de glicogênio. A associação com café potencializa ainda mais esses efeitos, especialmente em atletas de endurance, promovendo recuperação muscular acelerada e otimização da performance de forma prática, natural e cientificamente embasada. Agora é aproveitar a informação para treinar.” – Incentiva o Dr.

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Como se proteger do câncer que mais cresceu na última década

Um recente estudo investigou os mecanismos de ação da curcumina no contexto da prevenção do câncer colorretal esporádico.

Ele avaliou o efeito sobre adenomas e tecidos de cancer colo retal em estágios iniciais.

🧪 Metodologia

  • Modelos utilizados: esferoides ex-vivo, explantes derivados de pacientes (PDEs), culturas celulares e modelos in vivo (xenoinjertos em camundongos NOD/SCID).
  • Concentrações clinicamente relevantes de curcumina foram usadas (0,1 a 10 µM).
  • CSCs foram definidos por ALDH^high, CD133^+, ESA^+, NANOG^+.
  • Avaliou-se a expressão de NANOG e proliferação (Ki67), além de marcadores como DCAMKL-1.

🔍 Principais Resultados

1. Curcumina Inibe CSCs em Adenomas e Câncer Colorretal

  • Inibição significativa da formação de esferas e redução da população ALDH^high.
  • Efeito amplo em diferentes subtipos moleculares (CMS 1–4).
  • Ação mais pronunciada sobre a subpopulação ALDH^high/CD133^−, mais prevalente em adenomas.

2. Eficácia In Vivo

  • Em camundongos, curcumina (0,2% via dietaatrasou o crescimento tumoral e aumentou a sobrevida (117 para 160 dias).
  • Redução das populações ALDH^high/ESA^+, CD133^+/ESA^+ e ALDH^high/CD133^+.
  • Redução de células DCAMKL-1^+ em intestino de camundongos ApcMin^+/−, sem afetar células normais.

3. Mecanismo Molecular: Alvo Direto em NANOG

  • Curcumina liga-se diretamente à proteína NANOG, impedindo sua ligação ao DNA e reduzindo sua atividade transcricional.
  • Redução de seus alvos downstream: FAK e BMI1.
  • Não alterou fosforilação em Ser71, sugerindo inibição direta da função transcricional de NANOG.

4. Curcumina Alvo Preferencial em Células NANOG^high

  • Células HCT116 que superexpressam NANOG foram mais sensíveis à curcumina.
  • A curcumina reduziu especialmente a subpopulação NANOG^+/Ki67^+ (CSC proliferativas), com efeito sustentado ao longo de 142 dias — sem resistência adquirida.

5. Resultados em Explantes Humanos

  • Em 16 de 20 PDEs, a curcumina reduziu a fração de CSCs NANOG^+/Ki67^+.
  • Efeitos variaram entre dose-resposta linear ou curva em U.
  • Nos explantes, a redução dessas células correlacionou-se com maior sobrevida livre de progressão (1111 dias vs. 379 dias entre os quartis inferior e superior).

6. Curcumina Induz Diferenciação das CSCs

  • RNA-seq mostrou que após 72h, genes de pluripotência foram reprimidos e genes de diferenciação foram ativados.
  • GSEA confirmou redução de assinaturas de células-tronco e aumento de diferenciação intestinal.

🧩 Conclusões

  • A curcumina atua como um modulador potente de CSCs, promovendo diferenciação ao invés de auto-renovação, especialmente via inibição de NANOG.
  • Tem atividade em todos os subtipos moleculares de CCR.
  • Pode beneficiar indivíduos com adenomas ou CCR precoce, sobretudo aqueles com alta expressão de NANOG/Ki67.
  • A curcumina é candidata promissora à prevenção do CCR, sendo segura, barata e com ação multi-alvo.

📌 Implicações Clínicas

  • Pode ser incorporada a estratégias de prevenção personalizada do CCR.
  • quantificação de NANOG+/Ki67+ pode servir como biomarcador terapêutico e preditivo.
  • O estudo sugere futuros ensaios clínicos (como o COLO-PREVENT) com diferentes doses para melhor definição de eficácia e resposta.

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Teste de intolerância alimentar

Um recente estudo investigou o papel controverso dos anticorpos IgG específicos para alimentos — particularmente da subclasse IgG4 — como marcadores de tolerância imunológica ou intolerância alimentar, com base em uma revisão abrangente da literatura científica.

🔍 Metodologia

Revisão narrativa não sistemática de publicações em bases como PubMed, Scopus, EMBASE, entre outras, incluindo documentos de sociedades médicas de alergia e gastroenterologia. Foram incluídos estudos até março de 2025, em inglês, espanhol, francês e alemão.

🧬 Pontos Principais e Achados

1. IgG como Tolerância Imunológica

IgG4 pode ser resposta adaptativa normal à exposição repetida a alimentos, especialmente em mucosas.
Pode promover tolerância oral, associada a células T reguladoras.
Níveis elevados de IgG4 são comuns em indivíduos saudáveis, sem sintomas adversos.

2. IgG como Indicador de Intolerância ou Inflamação

Encontrado em pacientes com doenças inflamatórias e maior permeabilidade intestinal, como:
Síndrome do intestino irritável (IBS)
Doença inflamatória intestinal (IBD)
Esôfago eosinofílico (EoE)
Dermatite atópica
Enxaqueca
Doenças autoimunes (Hashimoto, artrite reumatoide)

📊 Dados Relevantes por Condição Clínica

📌 Síndrome do Intestino Irritável (IBS)

Diversos estudos mostram elevação de IgG contra alimentos em pacientes com IBS.
Dietas de eliminação guiadas por IgG melhoraram sintomas em alguns estudos.
📌 Doença Inflamatória Intestinal (DII)

Crohn: níveis mais elevados de IgG contra alimentos como tomate, milho, ovos, leite.
Colite ulcerativa: achados inconsistentes.

📌 Dermatite Atópica

Níveis elevados de IgG para leite, ovo e trigo em algumas crianças.
Correlações fracas com gravidade clínica.

📌 Autismo

Elevada IgG contra glúten, caseína e soja em crianças com autismo.
Relação possível com hiperpermeabilidade intestinal (“leaky gut”).

📌 Enxaqueca

Eliminação de alimentos com base em IgG reduziu frequência e intensidade em alguns estudos.
Outros estudos não encontraram benefício significativo.

📌 Doenças Autoimunes

Hashimoto: altos níveis de IgG para ovo, leite, trigo, mas sem clara associação causal.
Artrite reumatoide: evidência inconsistente.

⚠️ Críticas e Limitações

Testes de IgG não são recomendados por sociedades médicas (EAACI, AAAAI, CSACI) para diagnóstico de alergia ou intolerância alimentar. Mas isso não significa que eles não têm validade!
A presença de IgG pode indicar apenas exposição alimentar e não necessariamente patologia.
Alta prevalência em indivíduos assintomáticos reduz especificidade diagnóstica.

🧾 Conclusão

“ A interpretação clínica da IgG alimentar deve ser cautelosa. Dietas de eliminação baseadas em IgG podem beneficiar subgrupos específicos, mas a evidência ainda é insuficiente para recomendação clínica ampla. As mulheres com lipedema podem se beneficiar muito de uma dieta baseada no IgG, mas não é um exame recomendado para todas.” – Analisa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

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Um docinho alegra o seu dia?

Um recente estudo avaliou a associação entre o consumo de açúcar e o risco de desenvolver depressão e ansiedade, com base em uma meta-análise de estudos observacionais.

📚 Métodos

  • Foram incluídos 40 estudos (33 transversais, 6 coortes e 1 caso-controle), totalizando 1.212.107 participantes.
  • Fontes: PubMed, Embase, Cochrane, Web of Science, CNKI e WangFang.
  • Medida de efeito: odds ratio (OR) com IC de 95%.
  • Ferramentas estatísticas: Stata 18.0; análises de sensibilidade e subgrupos; testes de viés de publicação (Egger e Begg).
  • População: adultos com dados claros sobre consumo de açúcares (naturais e adicionados).
  • Exclusão: gestantes, pessoas com outras doenças (exceto depressão/ansiedade), uso de adoçantes artificiais.

🧾 Principais Resultados

📉 Associação com depressão:

  • Consumo de açúcar aumentou o risco de depressão em 21%:

OR = 1.21 (IC 95%: 1.14–1.27)

  • Alta heterogeneidade (I² = 99,1%)
  • A associação foi consistente em:

Diferentes tipos de estudo (transversais, coortes)

Gênero (maior risco em mulheres: OR = 1.19)

Tamanho da amostra (>10.000: OR = 1.25)

Tipo de instrumento: FFQ (OR = 1.32), CES-D (OR = 1.28), PHQ-9 (OR = 1.29)

😟 Associação com ansiedade:

  • Não houve associação estatisticamente significativa:

OR = 1.11 (IC 95%: 0.93–1.28)

  • Subgrupos como FFQ e amostras <5.000 se aproximaram da significância, mas sem robustez.
  • Alta heterogeneidade (I² = 99,7%)

🧬 Mecanismos propostos para depressão

“ O açúcar causa disfunção do eixo HPA com aumento do cortisol e do estresse crônico gerando inflamação sistêmica e neurológica com elevação de TNF-α e IL-6. Além disso causa disbiose intestinal com impacto negativo na microbiota e na comunicação eixo intestino-cérebro. Isso diminui a serotonina e BDNF prejudicando neuroplasticidade e regulação emocional. O açucar também causa disfunção dopaminérgica afetando o sistema de recompensa e prazer. Precisamos levar isso mais a sério pois o impacto disso tudo é maior na infância.” – Conclui o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular.

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Quem tem lipedema pode usar anticoncepcional?

Anticoncepcionais hormonais, lipedema e trombose: o alerta necessário

Mulheres com lipedema enfrentam desafios clínicos que vão além da estética e da dor. Um dos riscos frequentemente negligenciados é o aumento da chance de eventos tromboembólicos venosos (TEV), como trombose venosa profunda e embolia pulmonar.

Um estudo recente da Cleveland Clinic mostrou que mulheres obesas com lipedema têm risco significativamente maior de desenvolver TEV, mesmo após ajustes para fatores como idade e comorbidades. O risco foi 20% maior em comparação com mulheres obesas sem lipedema (OR 1,20; IC 95%: 1,03–1,41; p = 0,02).

Diante desse cenário, o uso de anticoncepcionais hormonais, especialmente os que contêm drospirenona, exige extrema cautela. Revisões sistemáticas e estudos populacionais demonstraram que pílulas combinadas com drospirenona estão associadas a um risco aumentado de trombose venosa em comparação com outras formulações. A taxa de eventos trombóticos pode ser até 6 vezes maior em usuárias de drospirenona do que em mulheres que não usam contraceptivos orais. Mesmo quando comparadas a anticoncepcionais de segunda e terceira geração, como os que contêm levonorgestrel, a drospirenona apresentou risco relativo de trombose aumentado (RR até 1,65).

Outro fator de atenção é o uso de estradiol oral, também relacionado a maior risco trombótico devido ao seu metabolismo hepático e aumento na produção de fatores de coagulação. Esse risco é potencializado em mulheres com predisposição inflamatória, como nas que vivem com lipedema.

Recomendações práticas:

  • ⚠️ Evitar o uso de contraceptivos contendo drospirenona em mulheres com lipedema.
  • ⚠️ Considerar vias não orais de estradiol, caso a terapia hormonal seja necessária, para reduzir o risco de trombose.
  • ✅ Avaliar alternativas contraceptivas mais seguras, como dispositivos intrauterinos (DIU) sem hormônio ou com levonorgestrel.
  • 🩺 Realizar triagem individualizada para risco trombótico, especialmente em pacientes com histórico familiar, obesidade, varizes ou imobilidade.

A individualização do cuidado é essencial. Em mulheres com lipedema, o risco trombótico não pode ser negligenciado. O uso de anticoncepcionais deve ser cuidadosamente avaliado, respeitando a fisiopatologia única da doença e as evidências científicas disponíveis.

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Como evitar alimentos com glúten.

Lipedema tem relação com glúten?

Como evitar alimentos com glúten.
O que você deve evitar se pretende seguir uma alimentação sem glúten?

Um recente estudo avaliou a prevalência dos alelos HLA-DQ2 e HLA-DQ8 — ligados à doença celíaca — em mulheres com lipedema, e discutir os potenciais benefícios de uma dieta sem glúten como estratégia terapêutica.

🧪 Métodos

  • População: 95 mulheres com diagnóstico clínico de lipedema.
  • Exclusão de doença celíaca: Sorologia negativa (IgA total e anti-transglutaminase IgA).
  • Genotipagem: PCR-SSOP e NGS para HLA-DQ2 e DQ8.
  • Avaliações clínicas: IMC, volume de membros (bioimpedância), gordura visceral, e sintomas via questionário QuASiL.
  • Estatística: Teste t de Student e qui-quadrado (p < 0,05).

📊 Resultados

  • Prevalência aumentada de HLA em pacientes com lipedema:
    • Essas diferenças foram estatisticamente significativas (p < 0.0001).
  • Não houve diferença significativa em volume de membros, gordura visceral ou escores QuASiL entre os grupos.

🧠 Destaques Clínicos e Discussão

  • O estudo sugere uma ligação entre os alelos HLA-DQ2/DQ8 e o lipedema, especialmente em quadros com maior componente inflamatório.
  • A ingestão de glúten pode aumentar a permeabilidade intestinal, ativar macrófagos (especialmente M2, presentes no lipedema) e estimular angiogênese e fibrose.

“A remoção da gordura subcutânea por lipoaspiração não trata a intolerância ou inflamação de base, podendo inclusive redirecionar a inflamação induzida pelo glúten para a gordura visceral;

Estimular o acúmulo de gordura visceral pós-operatória, aumentar o risco de atrofia cerebral, já que a gordura visceral está mais correlacionada com esse desfecho do que idade, IMC ou hipertensão.”  – Explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

🧩 Conclusão

Pacientes com lipedema que buscam assistência médica apresentam prevalência significativamente aumentada de HLA-DQ2 e HLA-DQ8. Essa associação genética, embora não seja causativa, sugere que a retirada do glúten pode beneficiar pacientes HLA-positivas com lipedema, especialmente aquelas com maior carga inflamatória. Estratégias nutricionais devem ser consideradas antes de intervenções cirúrgicas, uma vez que a lipoaspiração isolada pode deslocar o foco inflamatório para áreas mais perigosas, como a gordura visceral, com impactos sistêmicos e neurológicos.

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O lado bom do Lipedema

🌸 O lado bonito e resiliente do lipedema 🌸

 

Embora o lipedema seja muitas vezes mal compreendido, ele carrega características que tornam as mulheres afetadas únicas, belas e metabolicamente protegidas.

🔹 Estética ginecóide: sinônimo de feminilidade
A distribuição característica do lipedema — concentrada nos quadris, pernas e glúteos — confere à mulher uma silhueta ginecóide, com cintura fina e quadril largo (índice cintura-quadril < 0,7). Essa forma corporal é associada não apenas à fertilidade, mas também à beleza clássica retratada desde as deusas antigas até a arte renascentista.

🔹 Metabolismo mais saudável que o da obesidade comum
Mesmo com índice de massa corporal (IMC) elevado, estudos mostram que mulheres com lipedema apresentam menos alterações metabólicas do que aquelas com obesidade induzida por estilo de vida:

  • Menor prevalência de diabetes (2–6%).
  • Menor risco de dislipidemias e resistência à insulina.
  • Pressão arterial muitas vezes normal em fases iniciais.
    Esses dados sugerem que o tecido adiposo do lipedema, por ser subcutâneo e localizado em áreas ginecóides, pode ter um papel protetor cardiovascular e metabólico.

🔹 Resiliência evolutiva e hormonal
A gordura do lipedema é resistente a dietas restritivas — o que pode ser frustrante no presente, mas uma vantagem em contextos evolutivos. Essa reserva energética pode ter permitido que mulheres preservassem sua fertilidade e a capacidade de amamentar em tempos de escassez alimentar.

🔹 Beleza que desafia o tempo
Muitas mulheres com lipedema relatam menos rugas, pele mais jovem e feições suaves — talvez devido a maior presença de colágeno e hialuronato no tecido subcutâneo. A presença de pele macia e elasticidade preservada é comum, reforçando sua beleza natural.

🔹 Melhora com tratamento clínico
Com protocolos adequados — que envolvem alimentação anti-inflamatória, suporte hormonal e manejo linfático — é possível observar:

✨ O lipedema pode ser um desafio, mas também revela uma biologia feminina resiliente, protetora e poderosa. Com o diagnóstico correto e um tratamento individualizado, é possível florescer com saúde, dignidade e beleza.

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Você sabe o que está passando na pele?

Um recente estudo investigou como produtos de cuidados pessoais (PCPs) — especificamente loções corporais e fragrâncias — impactam o campo de oxidação humano, uma camada de radicais hidroxila (OH) que se forma ao redor do corpo devido à reação do ozônio (O) com compostos emitidos pela pele, como alquenos.

⚙️ Metodologia:

  • Quatro voluntários jovens foram expostos em uma câmara controlada (~22,5 m³) com e sem ozônio (até 45 ppb).
  • Foram avaliados três cenários:
    1. Sem uso de produtos.
    2. Uso de loção corporal (sem fragrância, rica em ácido linoleico).
    3. Uso de fragrância comercial (Calvin Klein – “ck one”), rica em etanol e monoterpenos.
  • Utilizaram modelos cinéticos multiescala (KM-SUB-Skin-Clothing) e modelagem computacional de dinâmica de fluidos (CFD) para simular transporte, reações químicas e dispersão dos compostos.

🔍 Resultados Principais:

1. Loção Corporal:

  • Redução significativa da geração de radicais OH.
  • A loção:
    • Dilui os lipídios da pele (como esqualeno), reduzindo os precursores de OH, especialmente o composto 6-methyl-5-hepten-2-one (6-MHO).
    • Libera fenoxietanol, que atua como um sequestrador de OH, aumentando a perda de OH na fase gasosa.
  • Resultado: Redução de 30 a 140% nas concentrações de OH em comparação ao cenário sem loção.

2. Fragrância:

  • A aplicação gerou:
    • Alta emissão de etanol (até 4 ppm) e monoterpenos (~11 ppb).
  • Efeito paradoxal:
    • Monoterpenos podem gerar OH pela reação com O₃.
    • Porém, a enorme quantidade de etanol atua como um sumidouro de OH, reduzindo drasticamente sua concentração (queda de até 86% logo após a aplicação).
  • O efeito da fragrância é mais intenso no curto prazo, mas de curta duração devido à rápida volatilização e remoção pela ventilação.

3. Campo de Oxidação Humano (Human Oxidation Field):

  • Tanto loções quanto fragrâncias suprimem significativamente o campo de oxidação humano, reduzindo a capacidade natural do corpo de gerar radicais OH no ambiente próximo.
  • A loção tem efeito mais duradouro devido à liberação contínua de compostos como fenoxietanol.
  • A fragrância tem um efeito mais intenso inicialmente, devido à explosão de etanol e monoterpenos, mas que decai rapidamente.

🌍 Implicações para Saúde e Qualidade do Ar:

  • O campo de oxidação humano é importante para transformar compostos orgânicos voláteis (VOCs) no ambiente próximo à pele.
  • A redução desse campo:
    • Diminui a formação de produtos de oxidação, que podem ser tanto benéficos (degradando poluentes) quanto prejudiciais (gerando partículas ultrafinas e produtos tóxicos).
  • A alta emissão de compostos como etanol e fenóis a partir de PCPs pode afetar a saúde respiratória, cardiovascular e a qualidade do ar interno e externo.
  • Estudos correlacionam esses processos químicos com inflamação das vias aéreas, estresse oxidativo, aumento da pressão arterial e disfunções respiratórias.

🏛️ Conclusões:

“Produtos de cuidados pessoais alteram significativamente a química do ar interno e o microambiente ao redor do corpo. Fragrâncias, por serem à base de etanol, suprimem mais intensamente o campo de oxidação humano do que loções. Loções, além de atuarem como barreiras físicas à oxidação da pele, liberam compostos que sequestram OH por longos períodos.

O uso generalizado de produtos pessoais pode ter impactos subestimados tanto na saúde humana quanto na qualidade do ar, dentro e fora de ambientes fechados.” – Analisa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

⚠️ Considerações Finais:

  • Embora a redução do campo de oxidação possa diminuir a formação de produtos de oxidação potencialmente tóxicos, ela também pode prejudicar processos de autodepuração do ar próximo ao corpo.
  • A exposição direta aos compostos dos próprios produtos deve ser levada em conta, uma vez que esses químicos podem ter efeitos adversos sobre a saúde.

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.

Caso prefira, entre em contato diretamente com ele via e-mail:

Tratamento adjuvante de câncer de mama

🧠 Contexto e Justificativa:

  • Terapias anti-hormonais, como tamoxifeno e inibidores de aromatase, são consideradas fundamentais no tratamento de câncer de mama hormônio-dependente (receptor hormonal positivo).
  • Um efeito colateral relevante dessas terapias é a síndrome geniturinária da menopausa, que prejudica significativamente a qualidade de vida.
  • O tratamento local com estrogênio vaginal é eficaz para aliviar esses sintomas, porém, seu uso é controverso devido ao receio de possível aumento no risco de recorrência ou mortalidade do câncer de mama.
  • Existem orientações clínicas conflitantes, levando muitas pacientes a evitarem esse tipo de terapia, muitas vezes desnecessariamente.
  • Um recente estudo avaliou se o uso de estrogênio vaginal local em pacientes com câncer de mama está associado a alteração na sobrevida global e na sobrevida específica para câncer de mama.

🧪 Metodologia:

  • Tipo de estudo: Coorte retrospectiva.
  • Base de dados: SEER-MHOS (Medicare Health Outcomes Survey).
  • Período: 2010–2017.
  • População:
    • 18.620 mulheres com diagnóstico de câncer de mama ≥65 anos.
    • Grupo exposto: 800 mulheres que utilizaram estrogênio vaginal.
    • Grupo controle: 17.820 mulheres que não utilizaram.
  • Desfechos:
    • Primário: Sobrevida global.
    • Secundário: Sobrevida específica do câncer de mama.
  • Análises estatísticas:
    • Testes de Wilcoxon (variáveis contínuas) e qui-quadrado (categóricas).
    • Estimativas de Kaplan-Meier.
    • Modelagem por regressão multivariada com controle para idade, raça, estadiamento, tratamentos (cirurgia, radioterapia, terapia hormonal) e ano de diagnóstico.
    • Análise de riscos competitivos para sobrevida específica.

📊 Resultados Principais:

  • Melhora significativa na sobrevida global:
    • HR = 0,56 | p < 0,0001.
  • Melhora na sobrevida específica do câncer de mama:
    • HR = 0,53 | p = 0,014.
  • Maior benefício quanto maior o tempo de uso (>7 anos):
    • HR = 0,01 | p < 0,0001 (extremamente significativo).
  • Análise do subgrupo com câncer de mama hormônio-dependente:
    • Sobrevida global: HR = 0,62 | p = 0,0007 (significativo).
    • Sobrevida específica do câncer: HR = 0,62 | p = 0,08 (não significativo, mas tendência positiva).

🏁 Conclusão:

“ O uso de estrogênio vaginal local não aumenta o risco de mortalidade geral nem de mortalidade específica por câncer de mamaAo contrário, está associado a uma melhora da sobrevida, tanto geral quanto (em menor grau) específica para câncer, particularmente em mulheres que utilizaram por mais tempo. Esses achados fortalecem uma mudança no paradigma atual, desmistificando o medo do uso do estrogênio local em pacientes com histórico de câncer de mama, com importantes implicações clínicas para qualidade de vida.”  – Conclui o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

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