A obesidade é a doença que mais cresce no mundo e afeta hoje mais da metade da população adulta global e contribui para milhões de mortes a cada ano por doenças como distúrbios cardiovasculares, diabetes tipo 2, câncer e doença hepática gordurosa.
Mais da metade do mundo está fazendo hoje algum tipo de dieta, mas a perda de peso sustentada continua sendo um desafio, com a maioria dos indivíduos recuperando o peso perdido em cinco anos, um fenômeno conhecido como efeito sanfona.
O efeito sanfona aumenta o risco de comorbidades relacionadas à obesidade e pode envolver disbiose intestinal, que está ligada à obesidade e à disfunção metabólica.
“Evidências emergentes sugerem que o ganho de peso pode alterar a microbiota intestinal, destacando a necessidade de mais pesquisas para entender o papel do intestino no ciclo de peso. Além disso, temos respostas metabólicas adaptativas, incluindo mudanças no sistema nervoso simpático, o que pode complicar ainda mais os esforços para manter a perda de peso. Toda vez que uma pessoa ganha gordura corporal, mesmo no lipedema, temos de entender o motivo do aumento da gordura e mudar o que ocorreu para não ter o reganho do peso perdido. Todo ganho e perda de peso muda a microbiota intestinal!” – Informa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
O ganho de peso após a perda de peso, comumente observado na dieta ioiô, continua sendo uma questão complexa sem uma compreensão completa de todos os fatores contribuintes.
No entanto, as evidências atuais sugerem que alterações em peptídeos periféricos que regulam o equilíbrio energético e a adaptação metabólica desempenham um papel significativo.
Isso inclui ativação reduzida da sinalização β-adrenérgica através do sistema nervoso simpático, que impacta a termogênese (produção de calor) e o gasto de energia, ambos essenciais para manter a perda de peso.
Essas mudanças podem levar à redução do gasto de energia e ao aumento da ingestão de alimentos, ambos os quais contribuem para o ganho de peso e obesidade.
Hormônios peptídicos intestinais e equilíbrio energético
A regulação do equilíbrio energético envolve o ajuste da ingestão, gasto e armazenamento de energia, que são impulsionadores essenciais das mudanças no peso corporal.
O equilíbrio energético não é controlado apenas pelo sistema nervoso central, mas também influenciado por sinais periféricos de órgãos como o intestino, o pâncreas e o tecido adiposo. Esses sinais, muitos dos quais são hormônios peptídicos, agem para estimular ou restringir a ingestão de energia, influenciando assim o peso corporal.
Estudos sugerem que, após a perda de peso, os indivíduos geralmente apresentam níveis mais baixos de hormônios da saciedade (PYY, GLP-1 e CCK) e níveis mais altos de hormônios da fome (grelina), tornando-os mais propensos a comer demais e recuperar o peso.
Esse desequilíbrio hormonal pode persistir por muito tempo após a perda de peso, levando o corpo a recuperar o peso como um meio de restaurar o equilíbrio energético.
Hormônios intestinais, reganho de peso e efeito sanfona
A natureza cíclica da perda e reganho de peso no efeito sanfona é influenciada pelos hormônios intestinais.
“ Quando os indivíduos perdem peso, seus corpos respondem reduzindo os níveis de hormônios da saciedade e aumentando os sinais de fome, dificultando a manutenção da perda de peso.
Além disso, a perda drástica de gordura pode reduzir as células enteroendócrinas (EECs), que são responsáveis pela produção de hormônios intestinais, diminuindo ainda mais a capacidade do corpo de regular a saciedade.”
No efeito sanfona, o desequilíbrio hormonal prolongado entre os hormônios da fome e da saciedade promove uma tendência a comer demais, especialmente na fase pós-dieta, onde o corpo é altamente suscetível ao reganho de peso.
Além disso, as adaptações do sistema nervoso simpático reduzem o gasto energético de repouso do corpo, promovendo ainda mais o reganho de peso ao conservar energia após períodos de restrição calórica.
Papel da microbiota intestinal no reganho de peso
A microbiota intestinal, a coleção de microrganismos que vivem no trato gastrointestinal, é crucial para regular o equilíbrio energético e o metabolismo.
Estudos sugerem que a composição e a diversidade da microbiota intestinal mudam durante e após a perda de peso, o que pode afetar a suscetibilidade ao reganho de peso.
“Estudos em animais sugerem que o efeito sanfona altera a composição da microbiota intestinal, reduzindo bactérias benéficas como Christensenella e Lactobacillus reuteri, que estão ligadas à peso normal e à saúde intestinal. Por outro lado, o reganho de peso após a dieta restritiva está associado a um aumento de bactérias pró-inflamatórias, como Desulfovibrio e Ruminococcus, ambas implicadas em distúrbios metabólicos e inflamação intestinal.”
A perda de peso bem-sucedida está associada a mudanças favoráveis na microbiota intestinal, como o aumento da abundância de bactérias benéficas como Akkermansia e Bifidobacterium, que estão ligadas à melhora da saúde intestinal e à redução da inflamação.
No entanto, a composição da microbiota pode levar muito mais tempo para retornar a um estado não obeso após a perda de peso, potencialmente tornando os indivíduos vulneráveis ao reganho de peso durante esse período de transição.
Estudos clínicos também sugerem que intervenções dietéticas visando a perda de peso podem influenciar positivamente a composição da microbiota intestinal, potencialmente reduzindo o risco de reganho de peso.
Por exemplo, flavonoides, compostos bioativos encontrados em frutas e vegetais, demonstraram melhorar a composição da microbiota intestinal e promover a manutenção do peso.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
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