Quando nos envolvemos em interações sociais, como apertar mãos ou conversar, a nossa observação das ações de outras pessoas é crucial. Mas o que acontece exatamente no nosso cérebro durante este processo: como é que as diferentes regiões cerebrais comunicam entre si? Pesquisadores do Instituto Holandês de Neurociências fornecem uma resposta intrigante: a nossa percepção do que os outros fazem depende mais do que esperamos que aconteça do que se acreditava anteriormente.
Há algum tempo, os pesquisadores vêm tentando entender como nosso cérebro processa as ações de outras pessoas.
Sabe-se, por exemplo, que observar alguém realizar uma ação ativa áreas cerebrais semelhantes a quando nós mesmos realizamos essa ação.
As pessoas presumiam que essas regiões do cérebro eram ativadas em uma ordem específica: ver o que os outros fazem primeiro ativa as regiões visuais do cérebro e, mais tarde, as regiões parietais e pré-motoras que normalmente usamos para realizar ações semelhantes.
Os cientistas pensavam que este fluxo de informação, dos nossos olhos para as nossas próprias ações, é o que nos faz compreender o que os outros fazem. Esta crença baseia-se em medições da atividade cerebral em humanos e macacos enquanto observavam ações simples, como pegar numa faca, apresentadas isoladamente no laboratório.
Na realidade, as ações geralmente não acontecem isoladamente, do nada: elas seguem uma sequência previsível com um objetivo final em mente, como preparar o café da manhã.
Como nosso cérebro lida com isso?
“Se observarmos ações em sequências tão significativas, os nossos cérebros ignoram cada vez mais o que entra nos nossos olhos e dependem mais de previsões do que deveria acontecer a seguir, derivado do nosso próprio sistema motor. O cérebro de pessoas tdah faz isso ainda mais rápido e por isso essas pessoas de forma frequente terminam as frases dos outros. Esse é o mesmo motivo que conseguirmos ler uma palavra se for mantida a primeira e a última letra e misturar tudo no itnrieor da palavra.” – Explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Em um recente estudo experimental, os participantes realizaram uma tarefa simples: assistiram a um vídeo em que alguém realizava diversas ações cotidianas, como preparar o café da manhã ou dobrar uma camisa.
Durante esse período, a atividade elétrica cerebral poderia ser medida através de eletrodos implantados nas regiões cerebrais envolvidas na observação da ação, para examinar como eles conversam entre si.
Duas condições diferentes foram testadas, resultando em diferentes atividades cerebrais durante a observação.
Em um deles, o vídeo foi mostrado – como normalmente veríamos a ação se desenrolar todas as manhãs – em sua sequência natural: você vê alguém pegar um pãozinho, depois uma faca, depois cortar o pãozinho, depois pegar um pouco de manteiga, etc.; no outro, esses atos individuais foram reorganizados em ordem aleatória.
As pessoas viram exatamente as mesmas ações nas duas condições, mas apenas na ordem natural é que o seu cérebro pode utilizar o seu conhecimento de como passaria manteiga num pão para prever qual a ação que vem a seguir.
A descoberta faz parte de uma compreensão mais ampla da comunidade neurocientífica de que o nosso cérebro não reage simplesmente ao que chega através dos nossos sentidos. Em vez disso, temos um cérebro preditivo, que prevê permanentemente o que vem a seguir. A entrada sensorial esperada é então suprimida. Vemos o mundo de dentro para fora, e não de fora para dentro. É claro que, se o que vemos viola as nossas expectativas, a supressão motivada pelas expectativas falha e nos tornamos conscientes do que realmente vemos, em vez do que esperávamos ver.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
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