Um estudo recente gira em torno dos arganazes da pradaria, que têm a distinção de estar entre 3% a 5% dos mamíferos que formam laços de pares monogâmicos.
Tal como os humanos, estes roedores peludos e de olhos arregalados tendem a formar casais a longo prazo, partilhar uma casa, criar descendentes juntos e experimentar algo semelhante ao luto quando perdem o parceiro.
Ao estudá-los, eles procuram obter uma nova visão sobre o que se passa dentro do cérebro humano para tornar possíveis relacionamentos íntimos e como superamos isso, neuroquimicamente falando, quando esses laços são rompidos.
O novo estudo aborda ambas as questões, mostrando pela primeira vez que o neurotransmissor dopamina desempenha um papel crítico em manter vivo o amor.
“Como humanos, todo o nosso mundo social é basicamente definido por diferentes graus de desejo seletivo de interagir com pessoas diferentes, seja o seu parceiro romântico ou os seus amigos próximos. Esta pesquisa sugere que certas pessoas deixam uma marca química única em nosso cérebro que nos leva a manter essas ligações ao longo do tempo” – Explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Para o estudo, eles utilizaram tecnologia de neuroimagem de última geração para medir, em tempo real, o que acontece no cérebro quando uma ratazana tenta chegar ao seu parceiro. Em um cenário, a ratazana teve que pressionar uma alavanca para abrir a porta da sala onde seu parceiro estava. Em outro, ela teve que pular uma cerca para aquele reencontro.
Enquanto isso, um minúsculo sensor de fibra óptica monitorava a atividade, milissegundo por milissegundo, no núcleo accumbens do animal, uma região do cérebro responsável por motivar os humanos a buscar coisas gratificantes, desde água e comida até drogas de abuso.
Cada vez que o sensor detecta um surto de dopamina, ele acende como um bastão luminoso. Quando as ratazanas empurravam a alavanca ou escalavam o muro para ver o seu parceiro de vida, a fibra iluminava-se como uma rave! E a festa continuava enquanto eles se aconchegavam e cheiravam um ao outro.
Em contraste, quando uma ratazana aleatória estava do outro lado da porta ou parede, o bastão luminoso escurecia.
“Isto sugere que a dopamina não só é realmente importante para nos motivar a procurar o nosso parceiro, como também há mais dopamina a fluir através do nosso centro de recompensas quando estamos com o nosso parceiro do que quando estamos com um estranho” – Completa.
Os autores sublinham que são necessárias mais pesquisas para determinar até que ponto os resultados são comparáveis a humanos. Mas eles acreditam que o seu trabalho poderá, em última análise, ter implicações importantes para as pessoas que têm dificuldade em estabelecer relacionamentos íntimos ou aquelas que lutam para superar a perda, uma condição conhecida como transtorno de luto prolongado.
Esperança para os de coração partido
Noutra experiência, o casal de arganazes foi mantido separado durante quatro semanas. Uma eternidade na vida de um roedor, e tempo suficiente para que os arganazes na natureza encontrassem outro parceiro.
Quando o casal se reuniu, eles se lembraram, mas a onda de dopamina característica quase desapareceu. Em essência, aquela impressão digital do desejo desapareceu. No que diz respeito aos seus cérebros, o seu antigo parceiro era indistinguível de qualquer outro rato.
Isso pode ser uma espécie de reinicialização no cérebro que permite que o animal continue e potencialmente forme um novo vínculo.
Isto pode ser uma boa notícia para os humanos que passaram por uma separação dolorosa, ou até mesmo perderam o cônjuge, sugerindo que o cérebro tem um mecanismo inerente para nos proteger do amor interminável e não correspondido.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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