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Um recente estudo avaliou os efeitos de tirzepatida (agonista dual dos receptores GLP-1 e GIP) e dos agonistas seletivos do receptor GLP-1 (GLP-1 RAs) na farmacocinética dos contraceptivos orais hormonais, especialmente sobre absorção e eficácia contraceptiva.

⚙️ Fundamento

  • GLP-1 e GIP são hormônios intestinais que regulam glicose e apetite.
  • tirzepatida, aprovada em 2022, tem efeito mais potente de retardo no esvaziamento gástrico (EG) do que os GLP-1 RAs isolados.
  • O esvaziamento gástrico mais lento pode afetar a absorção de medicamentos orais, incluindo anticoncepcionais.

🔬 Métodos

  • Revisão sistemática de 6 ensaios clínicos com GLP-1 RAs (semaglutida, liraglutida, dulaglutida, exenatida, tirzepatida).
  • Avaliação de três parâmetros farmacocinéticos:
    • AUC (área sob a curva)
    • Cmax (concentração plasmática máxima)
    • Tmax (tempo até Cmax)

📊 Principais Resultados

🔸 Tirzepatida (5 mg SC, dose única):

  • Redução de AUC: 20% (etinilestradiol), 21% (norgestimato)
  • Redução de Cmax: 59% (EE), 66% (NGM)
  • Atraso em Tmax: 2,5–4,5 horas
  • Efeito clinicamente relevante. Justifica uso de método contraceptivo adicional por 4 semanas após início ou aumento de dose.

🔹 Outros GLP-1 RAs:

FármacoEfeito na AUCEfeito na CmaxEfeito na TmaxRelevância clínica
DulaglutidaNenhum-13 a -26%Atraso de 1hNão significativa
LiraglutidaNenhum-12% (EE)Atraso de 1,5hNão significativa
ExenatidaNenhum-45% (EE)Atraso de 3–3,5hPotencial, mas não afetou eficácia
SemaglutidaSem alteraçãoNenhumNenhumSem impacto clínico

📌 Discussão

  • O maior impacto da tirzepatida se deve à combinação de:
    • Ação dual (GLP-1 + GIP)
    • Escalonamento rápido de dose
    • Atraso mais significativo no esvaziamento gástrico, especialmente após a 1ª dose.
  • Embora a tirzepatida também sofra taquifilaxia (perda de efeito no EG com uso contínuo), o impacto permanece relevante durante aumentos de dose.

✅ Conclusões

“ A tirzepatida, ao contrário dos outros GLP-1 RAs, afeta significativamente a absorção de contraceptivos orais.
Isso justifica a recomendação do fabricante de usar método contraceptivo adicional por 4 semanas após início ou ajuste de dose.
Há necessidade de educação médica e pesquisas adicionais sobre a interação entre tirzepatida e medicamentos orais.” – Comenta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

🔍 Implicações Práticas

  • Profissionais de saúde devem estar cientes dessa interação ao prescrever tirzepatida em mulheres que usam anticoncepcional oral.
  • Recomenda-se aconselhamento sobre método contraceptivo de apoio.
  • Estudos futuros devem investigar o impacto da tirzepatida a longo prazo e em diferentes populações.

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.

Caso prefira, entre em contato diretamente com ele via e-mail:

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Qual o melhor pós-treino?

Recentes estudos exploraram os efeitos fisiológicos e ergogênicos da ingestão de leite, isoladamente ou em associação com café, no período de recuperação pós-exercício, especialmente em atletas de endurance.

🧪 METODOLOGIAS

🧴Loureiro et al. (2021):

  • Tipo: Ensaio clínico randomizado, duplo-cego, cruzado.
  • Participantes: 11 homens atletas de endurance (VO₂máx médio: 59,9 mL/kg/min).
  • Intervenção: Comparação entre duas bebidas pós-treino:
    • Café + leite + açúcar
    • Leite + açúcar (controle)
  • Ambas as bebidas com 1,2g CHO/kg + 0,3g PROT/kg.
  • Avaliações: biópsias musculares, glicemia, insulina.

🥛James et al. (2018):

  • Tipo: Revisão narrativa.
  • Foco: Propriedades fisiológicas do leite como bebida de recuperação e implicações para performance, composição corporal e saúde.
  • Populações estudadas: Atletas e recreativos.

🧬 PRINCIPAIS RESULTADOS E MECANISMOS

1. ✅ Recuperação do glicogênio muscular

  • Loureiro: O grupo café + leite teve 153% mais ressíntese de glicogênio muscular que o grupo controle (p = 0,01).
  • James: O leite fornece carboidratos e proteínas de alta qualidade, que estimulam a secreção de insulina e promovem a reposição de glicogênio.

2. 🔁 Síntese proteica e recuperação muscular

“O leite é rico em leucina, essencial para a ativação da via mTOR, e promove síntese proteica muscular quando ingerido após o exercício. A proporção caseína:whey (3:1) prolonga a liberação de aminoácidos, otimizando a recuperação. Mas o ideal é que o leite seja A2A2 para não ocorrer inflamação que irá prejudicar a pessoa como um todo.” – Destaca o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

3. 🩸 Resposta hormonal (insulina e glicose)

  • A adição de café aumentou a resposta glicêmica e insulínica (Loureiro).
  • O leite, isoladamente, já induz um pico insulínico importante (James), mesmo comparável ou superior ao de bebidas esportivas.

4. 🧃 Hidratação

  • O leite é uma eficaz bebida de reidratação devido à presença de sódio, potássio e proteínas que reduzem a diurese pós-exercício.

5. ⚡ Cafeína como potencializador

  • A cafeína estimula a captação de glicose e a translocação de GLUT4 para a membrana muscular.
  • Os compostos fenólicos do café (como o ácido cafeico) também contribuem para o efeito sinérgico.

💡 IMPLICAÇÕES PRÁTICAS

  • A combinação de leite com café representa uma estratégia ergogênica natural e eficaz, especialmente em contextos de:
    • Recuperação rápida (<4h) entre sessões.
    • Treinos exaustivos de endurance.
    • Ambientes de treino onde o acesso a suplementos comerciais é limitado.
  • A bebida é segura, acessível, nutricionalmente completa e favorece recuperação muscular, síntese proteica, hidratação e desempenho subsequente.

“A ingestão de leite no pós-exercício já é reconhecida como uma estratégia eficiente para promover síntese proteica, reidratação e reposição de glicogênio. A associação com café potencializa ainda mais esses efeitos, especialmente em atletas de endurance, promovendo recuperação muscular acelerada e otimização da performance de forma prática, natural e cientificamente embasada. Agora é aproveitar a informação para treinar.” – Incentiva o Dr.

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Como se proteger do câncer que mais cresceu na última década

Um recente estudo investigou os mecanismos de ação da curcumina no contexto da prevenção do câncer colorretal esporádico.

Ele avaliou o efeito sobre adenomas e tecidos de cancer colo retal em estágios iniciais.

🧪 Metodologia

  • Modelos utilizados: esferoides ex-vivo, explantes derivados de pacientes (PDEs), culturas celulares e modelos in vivo (xenoinjertos em camundongos NOD/SCID).
  • Concentrações clinicamente relevantes de curcumina foram usadas (0,1 a 10 µM).
  • CSCs foram definidos por ALDH^high, CD133^+, ESA^+, NANOG^+.
  • Avaliou-se a expressão de NANOG e proliferação (Ki67), além de marcadores como DCAMKL-1.

🔍 Principais Resultados

1. Curcumina Inibe CSCs em Adenomas e Câncer Colorretal

  • Inibição significativa da formação de esferas e redução da população ALDH^high.
  • Efeito amplo em diferentes subtipos moleculares (CMS 1–4).
  • Ação mais pronunciada sobre a subpopulação ALDH^high/CD133^−, mais prevalente em adenomas.

2. Eficácia In Vivo

  • Em camundongos, curcumina (0,2% via dietaatrasou o crescimento tumoral e aumentou a sobrevida (117 para 160 dias).
  • Redução das populações ALDH^high/ESA^+, CD133^+/ESA^+ e ALDH^high/CD133^+.
  • Redução de células DCAMKL-1^+ em intestino de camundongos ApcMin^+/−, sem afetar células normais.

3. Mecanismo Molecular: Alvo Direto em NANOG

  • Curcumina liga-se diretamente à proteína NANOG, impedindo sua ligação ao DNA e reduzindo sua atividade transcricional.
  • Redução de seus alvos downstream: FAK e BMI1.
  • Não alterou fosforilação em Ser71, sugerindo inibição direta da função transcricional de NANOG.

4. Curcumina Alvo Preferencial em Células NANOG^high

  • Células HCT116 que superexpressam NANOG foram mais sensíveis à curcumina.
  • A curcumina reduziu especialmente a subpopulação NANOG^+/Ki67^+ (CSC proliferativas), com efeito sustentado ao longo de 142 dias — sem resistência adquirida.

5. Resultados em Explantes Humanos

  • Em 16 de 20 PDEs, a curcumina reduziu a fração de CSCs NANOG^+/Ki67^+.
  • Efeitos variaram entre dose-resposta linear ou curva em U.
  • Nos explantes, a redução dessas células correlacionou-se com maior sobrevida livre de progressão (1111 dias vs. 379 dias entre os quartis inferior e superior).

6. Curcumina Induz Diferenciação das CSCs

  • RNA-seq mostrou que após 72h, genes de pluripotência foram reprimidos e genes de diferenciação foram ativados.
  • GSEA confirmou redução de assinaturas de células-tronco e aumento de diferenciação intestinal.

🧩 Conclusões

  • A curcumina atua como um modulador potente de CSCs, promovendo diferenciação ao invés de auto-renovação, especialmente via inibição de NANOG.
  • Tem atividade em todos os subtipos moleculares de CCR.
  • Pode beneficiar indivíduos com adenomas ou CCR precoce, sobretudo aqueles com alta expressão de NANOG/Ki67.
  • A curcumina é candidata promissora à prevenção do CCR, sendo segura, barata e com ação multi-alvo.

📌 Implicações Clínicas

  • Pode ser incorporada a estratégias de prevenção personalizada do CCR.
  • quantificação de NANOG+/Ki67+ pode servir como biomarcador terapêutico e preditivo.
  • O estudo sugere futuros ensaios clínicos (como o COLO-PREVENT) com diferentes doses para melhor definição de eficácia e resposta.

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Teste de intolerância alimentar

Um recente estudo investigou o papel controverso dos anticorpos IgG específicos para alimentos — particularmente da subclasse IgG4 — como marcadores de tolerância imunológica ou intolerância alimentar, com base em uma revisão abrangente da literatura científica.

🔍 Metodologia

Revisão narrativa não sistemática de publicações em bases como PubMed, Scopus, EMBASE, entre outras, incluindo documentos de sociedades médicas de alergia e gastroenterologia. Foram incluídos estudos até março de 2025, em inglês, espanhol, francês e alemão.

🧬 Pontos Principais e Achados

1. IgG como Tolerância Imunológica

IgG4 pode ser resposta adaptativa normal à exposição repetida a alimentos, especialmente em mucosas.
Pode promover tolerância oral, associada a células T reguladoras.
Níveis elevados de IgG4 são comuns em indivíduos saudáveis, sem sintomas adversos.

2. IgG como Indicador de Intolerância ou Inflamação

Encontrado em pacientes com doenças inflamatórias e maior permeabilidade intestinal, como:
Síndrome do intestino irritável (IBS)
Doença inflamatória intestinal (IBD)
Esôfago eosinofílico (EoE)
Dermatite atópica
Enxaqueca
Doenças autoimunes (Hashimoto, artrite reumatoide)

📊 Dados Relevantes por Condição Clínica

📌 Síndrome do Intestino Irritável (IBS)

Diversos estudos mostram elevação de IgG contra alimentos em pacientes com IBS.
Dietas de eliminação guiadas por IgG melhoraram sintomas em alguns estudos.
📌 Doença Inflamatória Intestinal (DII)

Crohn: níveis mais elevados de IgG contra alimentos como tomate, milho, ovos, leite.
Colite ulcerativa: achados inconsistentes.

📌 Dermatite Atópica

Níveis elevados de IgG para leite, ovo e trigo em algumas crianças.
Correlações fracas com gravidade clínica.

📌 Autismo

Elevada IgG contra glúten, caseína e soja em crianças com autismo.
Relação possível com hiperpermeabilidade intestinal (“leaky gut”).

📌 Enxaqueca

Eliminação de alimentos com base em IgG reduziu frequência e intensidade em alguns estudos.
Outros estudos não encontraram benefício significativo.

📌 Doenças Autoimunes

Hashimoto: altos níveis de IgG para ovo, leite, trigo, mas sem clara associação causal.
Artrite reumatoide: evidência inconsistente.

⚠️ Críticas e Limitações

Testes de IgG não são recomendados por sociedades médicas (EAACI, AAAAI, CSACI) para diagnóstico de alergia ou intolerância alimentar. Mas isso não significa que eles não têm validade!
A presença de IgG pode indicar apenas exposição alimentar e não necessariamente patologia.
Alta prevalência em indivíduos assintomáticos reduz especificidade diagnóstica.

🧾 Conclusão

“ A interpretação clínica da IgG alimentar deve ser cautelosa. Dietas de eliminação baseadas em IgG podem beneficiar subgrupos específicos, mas a evidência ainda é insuficiente para recomendação clínica ampla. As mulheres com lipedema podem se beneficiar muito de uma dieta baseada no IgG, mas não é um exame recomendado para todas.” – Analisa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

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Um docinho alegra o seu dia?

Um recente estudo avaliou a associação entre o consumo de açúcar e o risco de desenvolver depressão e ansiedade, com base em uma meta-análise de estudos observacionais.

📚 Métodos

  • Foram incluídos 40 estudos (33 transversais, 6 coortes e 1 caso-controle), totalizando 1.212.107 participantes.
  • Fontes: PubMed, Embase, Cochrane, Web of Science, CNKI e WangFang.
  • Medida de efeito: odds ratio (OR) com IC de 95%.
  • Ferramentas estatísticas: Stata 18.0; análises de sensibilidade e subgrupos; testes de viés de publicação (Egger e Begg).
  • População: adultos com dados claros sobre consumo de açúcares (naturais e adicionados).
  • Exclusão: gestantes, pessoas com outras doenças (exceto depressão/ansiedade), uso de adoçantes artificiais.

🧾 Principais Resultados

📉 Associação com depressão:

  • Consumo de açúcar aumentou o risco de depressão em 21%:

OR = 1.21 (IC 95%: 1.14–1.27)

  • Alta heterogeneidade (I² = 99,1%)
  • A associação foi consistente em:

Diferentes tipos de estudo (transversais, coortes)

Gênero (maior risco em mulheres: OR = 1.19)

Tamanho da amostra (>10.000: OR = 1.25)

Tipo de instrumento: FFQ (OR = 1.32), CES-D (OR = 1.28), PHQ-9 (OR = 1.29)

😟 Associação com ansiedade:

  • Não houve associação estatisticamente significativa:

OR = 1.11 (IC 95%: 0.93–1.28)

  • Subgrupos como FFQ e amostras <5.000 se aproximaram da significância, mas sem robustez.
  • Alta heterogeneidade (I² = 99,7%)

🧬 Mecanismos propostos para depressão

“ O açúcar causa disfunção do eixo HPA com aumento do cortisol e do estresse crônico gerando inflamação sistêmica e neurológica com elevação de TNF-α e IL-6. Além disso causa disbiose intestinal com impacto negativo na microbiota e na comunicação eixo intestino-cérebro. Isso diminui a serotonina e BDNF prejudicando neuroplasticidade e regulação emocional. O açucar também causa disfunção dopaminérgica afetando o sistema de recompensa e prazer. Precisamos levar isso mais a sério pois o impacto disso tudo é maior na infância.” – Conclui o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular.

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