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Mulheres que tiveram câncer de mama podem fazer reposição hormonal?

📌 Contexto

  • Muitas mulheres sobreviventes de câncer de mama apresentam sintomas severos de menopausa (fogachos, insônia, disfunção sexual, secura vaginal, osteoporose precoce).
  • A THM (Terapia de Reposição Hormonal) é o tratamento mais eficaz, mas historicamente contraindicada após câncer de mama pelo risco de estimular recidiva tumoral.
  • consenso multidisciplinar buscou avaliar evidências atuais e orientar decisões clínicas.

🔹 Terapia Local (Vaginal: estrogênio ou DHEA)

  • Evidência moderada: mínima absorção sistêmica.
  • Não aumenta risco de recidiva nem de morte por câncer de mama.
  • Altamente eficaz para síndrome geniturinária da menopausa (GSM).
  • Pode ser usada inclusive em mulheres sob tamoxifeno ou inibidores de aromatase.

🔹 Terapia Sistêmica após DCIS (carcinoma ductal in situ)

  • Estrogênio isolado: improvável aumentar risco de novo câncer.
  • Estrogênio + progestina sintética: aumenta risco de novo câncer.
  • Risco menor se utilizados hormônios “body-identical” (estradiol transdérmico + progesterona micronizada).
  • Pode ser usada com cautela em sintomas incapacitantes → benefício de qualidade de vida pode superar risco.

🔹 Terapia Sistêmica após câncer de mama ER negativo

  • Evidência limitada.
  • Estrogênio isolado não parece aumentar risco de recidiva.
  • Estrogênio + progestina sintética pode aumentar risco de novo câncer.
  • Em recidiva ou novo tumor ER+, a evolução é mais agressiva sob THM.
  • Uso possível com cautela, priorizando qualidade de vida.

🔹 Terapia Sistêmica após câncer de mama ER positivo

  • Maior preocupação:
    • Ensaios clínicos mostram risco aumentado de recidiva com THM (estrogênio ± progestógeno).
    • O risco é mais alto nos primeiros 5–10 anos após o diagnóstico.
  • A magnitude do risco depende do risco basal da paciente (estágio, grau tumoral, fatores clínicos).
  • Apesar disso, a melhora da qualidade de vida pode ser substancial.
  • Uso possível apenas com muita cautela e decisão compartilhada.

🔹 Testosterona

  • Evidências baixas, mas não indica aumento do risco de recidiva.
  • Pode melhorar libido e disfunção sexual.
  • Preferência por formulações transdérmicas “body-identical”.

📊 Comparação com ausência de THM

  • Sem THM:
    • Reduz-se risco de recidiva, principalmente em câncer ER+.
    • Adjuvantes como tamoxifeno e inibidores da aromatase reduzem mortalidade em até 40% em ER+.
  • Com THM:
    • Vaginal → segura.
    • Sistêmica em DCIS ou ER– → risco pequeno, mas não nulo.
    • Sistêmica em ER+ → risco significativamente maior de recidiva/mortalidade.

📑 Conclusão

  • THM não deve ser proibida de forma absoluta em todas as sobreviventes de câncer de mama.
  • Segura: uso vaginal (estrogênio/DHEA).
  • Possível com cautela: sistêmica em DCIS ou ER negativo.
  • Alto risco: sistêmica em ER positivo → só em casos selecionados e com decisão compartilhada.
  • Sempre discutir risco-benefício individual, levando em conta sintomas, impacto na qualidade de vida e risco basal de recidiva.

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