
Um recente estudo avaliou o risco de câncer de mama varia entre diferentes tipos e formulações de contraceptivos hormonais em adolescentes e mulheres pré-menopáusicas.
✅ Métodos
- Tipo de estudo: Coorte nacional, populacional, baseada em registros suecos.
- Período: 2006–2019.
- População:
- 2.095.130 meninas e mulheres (13–49 anos)
- Sem histórico de câncer ginecológico ou de mama
- Exposição:
- Uso atual/previo de contraceptivos hormonais
- Subanálises por tipo (combinado ou apenas progestagênio), progestagênio específico e via de administração
- Desfecho:
- Câncer de mama invasivo ou in situ
- Análise estatística:
- Modelo de Cox dependente do tempo
- Ajustes para variáveis demográficas, cirúrgicas e reprodutivas
✅ Resultados Principais
📌 Associação geral
- O uso de qualquer contraceptivo hormonal foi associado a maior risco de câncer de mama:
- HR 1,24 (IC 95% 1,20–1,28)
- Equivale a 1 caso adicional/7.752 usuárias por ano
O risco absoluto é pequeno, mas relevante em larga escala populacional.
📌 Por tipo hormonal
| Tipo | HR | Interpretação |
| Combinado (estrogênio + progestagênio) | 1,12 | Aumenta moderadamente |
| Somente progestagênio | 1,21 | Aumenta mais que combinado |
Contraceptivos somente com progestagênio mostraram maior risco que os combinados.
📌 Por molécula (progestagênio)
Maior risco associado a:
| Progestagênio | Formulação | HR (aprox.) |
| Desogestrel oral (só progestagênio) | Oral | 1,18–1,23 |
| Desogestrel combinado | Oral | 1,19 |
| Etonogestrel (metabólito do desogestrel) | Implante | 1,22 |
| Lynestrenol | Oral | 1,13 |
Menor ou nenhum aumento significativo:
- Drospirenona combinada
- Anel vaginal etonogestrel
📌 Dispositivos intrauterinos (DIU)
- Levonorgestrel DIU 52 mg:
- HR 1,13
→ Pequeno aumento de risco, menor que desogestrel.
- HR 1,13
📌 Duração do uso
Risco aumenta com tempo de exposição:
| Duração | HR |
| <1 ano | 1,11 |
| 1–5 anos | 1,21 |
| 5–10 anos | 1,34 |
Uso prolongado → maior risco
✅ Dose–resposta
- Desogestrel mostrou maior risco por mg quando usado sozinho vs. combinado
→ Estrogênio parece atenuar o risco do progestagênio.
✅ Mecanismos Biológicos
- Progestagênios podem:
- Estimular proliferação epitelial da mama
- Ativar receptores de progesterona
- Desogestrel tem menor afinidade por receptor androgênico → pode explicar maior risco comparado ao levonorgestrel.
✅ Pontos Fortes
- Maior estudo do tipo até hoje
- Grande número de usuárias
- Longo seguimento (21 milhões de pessoa-anos)
- Avaliação detalhada por tipo e dose
✅ Limitações
- Dados de uso antes de 2005 não disponíveis
- Falta de informações individuais como:
- História familiar
- Menarca
- Amamentação
→ Porém, análises de sensibilidade indicam pouca influência desses fatores.
✅ Conclusões
“Há aumento pequeno, porém consistente, do risco de câncer de mama associado ao uso de contraceptivos hormonais. O risco varia conforme o tipo de progestagênio: Desogestrel e etonogestrel com maior risco e Levonorgestrel apresentando menor risco relativo. O risco aumenta conforme a duração de uso. O risco absoluto é baixo, mas deve ser discutido dentro de uma medicina personalizada. Não recomendamos implantes com etonogestrel em mulheres com lipedema. A escolha contraceptiva deve considerar o perfil de risco individual.” – destaca o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
✅ Implicações clínicas
- Evitar desogestrel em pacientes com alto risco familiar/genético
- Priorizar planejamento anticonceptivo personalizado
- Considerar alternativas com menor risco (ex.: levonorgestrel, drospirenona)
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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