A cafeína (1, 3, 7-trimetilxantina) está presente em diversas bebidas e alimentos consumidos mundialmente. Depois da água, é a bebida mais consumida no mundo!
No entanto, os efeitos da cafeína na saúde humana não foram adequadamente explorados. Evidências clínicas e epidemiológicas apoiam uma associação positiva entre o consumo de cafeína e a redução da mortalidade por todas as causas, bem como uma diminuição do risco de doenças crônicas, incluindo diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e doenças hepáticas crônicas. Em particular, a cafeína tem efeitos ergogênicos no metabolismo sistêmico e altera o metabolismo da glicose e dos lipídios. A ingestão moderada de cafeína (< 400 mg/dia) é recomendada em adultos para benefícios à saúde física e mental, embora o mecanismo não tenha sido totalmente esclarecido.
Os hormônios tireoidianos são importantes reguladores do metabolismo sistêmico e do desenvolvimento neurológico. A disfunção tireoidiana e os distúrbios metabólicos estão intimamente ligados. Além disso, a progressão da doença da tireoide é exacerbada por distúrbios metabólicos e vice-versa.
A nutrição é outro fator importante que influencia a função da tireoide. Numerosos estudos relataram os efeitos de certos minerais e vitaminas na tireóide. A deficiência de iodo está relacionada ao hipotireoidismo e bócio, enquanto o excesso de iodo também pode causar disfunção tireoidiana. A suplementação de selênio reduz as respostas autoimunes e alivia a tireoidite de Hashimoto. Outros micronutrientes, incluindo vitamina D, zinco e ferro, também influenciam a função da tireoide e foram amplamente discutidos.
O consumo de cafeína pode melhorar a função da tireoide em pessoas com distúrbios metabólicos, segundo um novo estudo.
“Embora a relação causal entre a ingestão de cafeína e a função da tiroide exija uma verificação mais aprofundada, como um ingrediente dietético facilmente obtido e amplamente consumido, a cafeína é um candidato potencial para melhorar a saúde da tiroide em pessoas com distúrbios metabólicos. Segundo uma meta-análise de 2022, a cafeína também pode auxiliar no metabolismo da gordura, ajudando no tratamento do lipedema.” – Informa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Para investigar os efeitos foram avaliados 2.582 participantes. Para os quais havia dados disponíveis sobre condições médicas, ingestão alimentar, função tireoidiana e antecedentes demográficos.
Os participantes foram divididos em três subgrupos com base em sexo, idade, índice de massa corporal (IMC), hiperglicemia, hipertensão e doença vascular cardiocerebral (DCV).
O Grupo 1 (n = 208) foi o metabolicamente pior. Os pacientes desse grupo apresentavam o maior IMC e eram de idade mais avançada. Além disso, esse grupo apresentava maiores taxas de hipertensão, hiperglicemia e DCV, mas, notavelmente, apresentava o menor nível de consumo de cafeína.
No grupo 2 (n = 543), todos os participantes eram fumantes atuais e 90,4% tinham o hábito de consumir bebidas alcoólicas. Esse grupo também teve o maior percentual de homens.
O Grupo 3 (n = 1.183) foi o mais metabolicamente saudável, com mais mulheres, idade mais jovem e IMC mais baixo. Nenhum participante desse grupo apresentava hiperglicemia, hipertensão ou DCV.
O Grupo 1, o mais insalubre do ponto de vista metabólico, apresentou os níveis séricos mais elevados de hormônio estimulador da tireoide (TSH).
No geral, não houve associação entre os níveis de cafeína e TSH.
No entanto, uma análise de subgrupo dos grupos mostrou que no grupo 1, a ingestão de cafeína correlacionou-se com o TSH de forma não linear (P = 0,0019), com consumo médio mínimo de cafeína (<9,97 mg/d). Houve uma associação com níveis ligeiramente mais elevados de TSH (P = 0,035) após ajuste para idade, sexo, raça, bebida, estado de doença, micronutrientes e macronutrientes.
No entanto, em quantidades maiores e moderadas de consumo de cafeína (9,97–264,97 mg/d), houve uma associação inversa, com menor TSH (P = 0,001).
Curiosamente, não houve associação entre o consumo diário de cafeína superior a 264,97 mg e os níveis de TSH.
Para contextualizar, uma xícara típica de café de 240 ml geralmente contém de 80 a 100 mg de cafeína, e a Food and Drug Administration dos EUA indica que 400 mg/d de cafeína é seguro para adultos saudáveis.
Os resultados mostram que o consumo de cafeína foi correlacionado com o TSH sérico de forma não linear e, quando ingerida em quantidades moderadas (9,97-264,97 mg/d), a cafeína demonstrou uma correlação positiva com os níveis séricos de TSH em pacientes com distúrbios metabólicos.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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