Sou vegana por isso sou saudável – Será que isso é verdade?

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O veganismo aumentou em popularidade e segue aumentando principalmente entre os millennials. A prevalência de veganos não é clara e varia substancialmente em todo o mundo, mas acredita-se que 7 milhões de brasileiros (3,2% da população) são veganos e esse número tende a crescer anualmente.

Embora vários estudos tenham mostrado o efeito benéfico de uma dieta vegana na saúde humana, devido ao aumento do consumo de vegetais, frutas, nozes, grãos de cereais, legumes e sementes, o aumento da prevalência de ultraprocessados veganos representa um risco de ingestão nutricional desequilibrada.

Desenvolvimentos recentes na indústria alimentícia permitiram a criação de novas “carnes”  e substitutos de laticínios à base de plantas; Dentre eles, uma parcela desses são classificados como alimentos ultraprocessados. Os constituintes dos alimentos ultraprocessados incluem aditivos como texturizantes, corantes e emulsificantes.

Acredita-se que essa maior disponibilidade de alternativas alimentares à base de plantas para vegetarianos e veganos ajude no planejamento dietético; embora poucas informações sejam conhecidas sobre o efeito desses alimentos ultraprocessados, principalmente em relação à sua qualidade nutricional e efeitos funcionais.

O que são alimentos ultraprocessados?

Alimentos ultraprocessados são definidos como formulações de substâncias retiradas de alimentos combinadas com sabores, corantes, emulsificantes e outros aditivos cosméticos. A verdadeira definição do termo alimentos ultraprocessados é contestada; no entanto, esses produtos têm características que incluem alta densidade energética, alto teor de sódio, alto teor de gordura e açúcar livre e pobres em vitaminas e minerais, bem como fibras alimentares.

Alimentos ultraprocessados são comumente comercializados como saudáveis, pois se enquadram no rótulo vegano. Esses alimentos ultraprocessados se enquadram no sistema de classificação da NOVA. A classificação Nova foi elaborada em 2014 no Brasil!

“A classificação Nova é uma ferramenta que agrupa os alimentos de acordo com o nível de processamento pelo qual passou antes de chegar à mesa do consumidor. Isso inclui processos físicos, biológicos e químicos, que podem ocorrer após a colheita do alimento ou após a separação do alimento na natureza. Praticamente ninguém sabe disso.” – Informa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

Um estudo recente descobriu que uma maior evitação de alimentos de origem animal estava correlacionada com o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, compreendendo 39,5% da ingestão de energia para veganos (33% para carnívoros, 32,5% para pescovegetarianos e 37% para vegetarianos). No entanto, ao avaliar a qualidade nutricional, os resultados demonstraram que isso aumentou com o nível de evitação de alimentos de origem animal, com os veganos consumindo a maior qualidade nutricional entre os grupos.

Este estudo demonstrou que veganos, vegetarianos e pesco vegetarianos consumiram maiores quantidades de produtos vegetais saudáveis e não saudáveis; destacando a heterogeneidade nas dietas vegetarianas e veganas. É improvável que aqueles que consomem uma proporção maior de formas processadas de alimentos à base de plantas se favoreçam dos benefícios à saúde atribuídos aos alimentos não processados à base de plantas.

Os pesquisadores observaram, no entanto, que é necessária uma maior compreensão dos alimentos à base de plantas, seu grau de processamento, perfil nutricional e adequação dos padrões de alimentação.

“Nem todos os substitutos de alimentos não veganos, como carne e laticínios, são ultraprocessados. No entanto, observou-se que faltam pesquisas públicas e acadêmicas sobre os efeitos dos produtos cada vez mais populares. Isso é preocupante, pois o consumo desses alimentos ultraprocessados pode levar a problemas de saúde, que incluem sobrepeso, obesidade, câncer, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e riscos cardiometabólicos.” – Alerta.

Deficiências nutricionais causadas pelo consumo de ultraprocessados vegano

As alternativas à base de plantas tendem a carecer de nutrientes essenciais. Por exemplo, o tofu é uma boa fonte de ômega-3, no entanto, esta forma de ômega-3, ácido alfa-linolênico, deve ser convertida em ácido eicosapentaenóico (EPA) ou ácido docosahexaenóico (DHA) para produzir um efeito funcional. No entanto, o corpo está mal equipado para converter o ALA nesses compostos funcionais. Isso é mais preocupante em mulheres amamentando!

Além disso, as fontes de proteína à base de plantas tendem a carecer de um perfil completo de macronutrientes essenciais. Mais comumente, eles são deficientes em um dos nove aminoácidos essenciais, o que requer proteínas balanceadas para a complementação dos aminoácidos.

Alternativamente, suplementos são necessários. Além disso, ultraprocessados veganos não contêm heme, derivado do sangue. O ferro não heme, que está presente nos alimentos veganos, é pouco absorvido, aumentando o risco de anemia entre os veganos. Em uma meta-análise de deficiência de ferro entre vegetarianos, veganos e onívoros, as mulheres veganas, em particular, foram consideradas o grupo de maior risco de desenvolver tal deficiência de ferro.

No geral, há um risco de saúde subestimado associado ao consumo excessivo de ultraprocessdos vegano. Há uma falsa equivalência entre o rótulo de vegano e a expectativa de equilíbrio nutricional. O aumento do uso de açúcares, gorduras saturadas, amidos, aditivos, que incluem emulsificantes, corantes e estabilizantes, aumentam subsequentemente o risco de problemas de saúde associados ao uso desses alimentos.

Em última análise, as dietas à base de vegetais como a dieta do mediterrâneo são consideradas benéficas para a saúde, em vez das dietas veganas que contêm altos níveis de alimentos ultraprocessados.

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.

Caso prefira, entre em contato diretamente com ele via e-mail:

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