Um recente artigo explora como o lipedema, doença crônica que afeta quase exclusivamente mulheres, aparece — mesmo sem ser reconhecido clinicamente — ao longo da história da arte, desde esculturas pré-históricas até obras contemporâneas. Mostra que características corporais típicas do lipedema foram esculpidas, celebradas e eternizadas, muito antes da medicina dar nome a essa condição.
🧠 2. O que é lipedema (contexto médico)
- Doença crônica do tecido adiposo subcutâneo que acomete principalmente pernas e braços, poupando pés e mãos(sinal do “cuff”).
- Caracteriza-se por deposição desproporcional de gordura, dor, hematomas fáceis e impacto psicológico.
- Afeta cerca de 10–12% das mulheres, inclusive 12,3% das brasileiras
- Tratamento envolve medidas conservadoras (drenagem, compressão, exercício) e, nos casos avançados, lipoaspiração especializada.
🗿 3. Lipedema na arte antiga
Um recente artigo mostra esculturas históricas que apresentam formas corporais típicas de lipedema:
✅ Idade da Pedra – Malta (c. 3000 a.C.)
- Estátua da Grande Deusa de Tarxien — pernas volumosas, panturrilhas arredondadas e pés pequenos, semelhante ao padrão de lipedema.
- “Sleeping Lady” (Dama Adormecida) — corpo com quadris amplos, braços e coxas densas, sugerindo lipedema com preservação de mãos e pés.
✅ Egito Antigo (c. 1500 a.C.)
- No templo de Hatshepsut (Deir el-Bahari), a Rainha de Punt é representada com braços, coxas e pernas volumosas, mas pés pequenos — compatível com lipedema tipo braços e membros inferiores.
📌 Interpretação cultural: essas formas não eram vistas como doença, mas como símbolos de fertilidade, poder, abundância e status social, principalmente em sociedades africanas e mediterrâneas.
🖼 4. Lipedema nas Artes Modernas e Contemporâneas
🎨 Fernando Botero
- Embora não retrate lipedema intencionalmente, suas esculturas e pinturas mostram corpos com volume, coxas e braços arredondados e pés estreitos, reforçando que a beleza pode existir fora dos padrões atuais.
🎨 Matteo Lo Greco – “Seduta sul filo”
- Escultura de uma mulher com tronco fino, pernas espessas e desproporcionais, lembrando lipedema de membros inferiores.
🎨 Samuel Perathoner – “Why Me?”
- Escultura de 2023 que representa explicitamente o sofrimento físico e psicológico da mulher com lipedema — dor, resignação, solidão.
💬 5. Conclusão do Artigo
- O lipedema, embora só tenha sido descrito na medicina no século XX, está presente na arte há milênios.
- A arte registrou esses corpos não como doença, mas como beleza, maternidade, divindade ou humanidade.
- Hoje, essas imagens ganham novo significado, ajudando a validar a existência histórica, cultural e emocional das mulheres com lipedema.
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