Usar canetas de emagrecimento é bom?

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Medicamentos populares à base de GLP-1 ajudam muitas pessoas a perder grandes quantidades de peso, mas não promovem uma melhora essencial na função cardíaca e pulmonar — fundamental para a saúde a longo prazo.

Os pesquisadores reconhecem que a perda de peso promovida pelos fármacos GLP-1 traz diversos benefícios claros à saúde de pessoas com obesidade, diabetes tipo 2 e insuficiência cardíaca — como o melhor controle glicêmico, efeitos cardiorrenais de curto prazo e melhora na sobrevida. No entanto, os médicos devem considerar a recomendação de programas de exercícios ou desenvolver abordagens complementares, como suplementação nutricional ou uso de medicamentos auxiliares, para garantir que os pacientes tenham os benefícios cardiorrespiratórios completos da perda de peso no longo prazo.

“A musculatura — especialmente a axial — é essencial para a postura, função física e bem-estar geral. A perda de massa magra pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, mortalidade geral e queda na qualidade de vida. Precisamos garantir que os pacientes que usam esses medicamentos não estejam em risco de desnutrição ou de massa muscular reduzida.” – Argumenta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

Sobre os medicamentos GLP-1

Embora esses medicamentos ajudem na redução de gordura, eles também promovem perda de massa livre de gordura, da qual os músculos representam entre 40% e 50%. Estima-se que entre 25% a 40% do peso corporal perdido com o uso dessas drogas seja de massa livre de gordura — uma taxa muito maior do que a perda associada ao envelhecimento, que gira em torno de 8% por década.

Em um recente estudo da Universidade da Virginia os pesquisadores tentaram compreender melhor as possíveis consequências a longo prazo dessa perda muscular e revisaram os dados disponíveis sobre os efeitos desses medicamentos na aptidão cardiorrespiratória (CRF).

A CRF (também chamada VO₂máx) é uma medida da capacidade do corpo de utilizar oxigênio durante o exercício. É uma ferramenta útil para avaliar como coração, pulmões, músculos e vasos sanguíneos trabalham em conjunto, sendo amplamente usada para prever risco de mortalidade geral e cardiovascular.

Pessoas com obesidade frequentemente apresentam baixa CRF. Em alguns casos, isso ocorre por falta de massa muscular; em outros, apesar da massa muscular estar preservada, sua qualidade está comprometida por infiltração de gordura.

“A aptidão cardiorrespiratória é um preditor poderoso de mortalidade geral e cardiovascular em diversas populações, incluindo indivíduos com obesidade, diabetes e insuficiência cardíaca. A CRF é um preditor muito mais confiável do risco de morte do que o peso corporal. Na verdade, ao considerarmos a CRF, o peso deixa de ser um fator relevante na previsão da mortalidade. Por isso, é fundamental entender como essa nova classe de medicamentos afeta a CRF.” – Comenta o Dr. Daniel.

Na revisão da literatura científica disponível, os autores observaram que os fármacos GLP-1 até promovem melhora em certos parâmetros cardíacos, mas essas melhorias não se traduzem em aumentos significativos no VO₂máx.

Alguns estudos pequenos sugerem que o exercício pode melhorar o VO₂máx em pacientes que usam GLP-1, mas esses estudos têm limitações metodológicas e seriam necessários ensaios maiores e mais bem controlados para confirmar esses achados.

Garantindo uma perda de peso saudável

Os pesquisadores concluem que os medicamentos GLP-1  reduzem significativamente o peso corporal e a adiposidade, juntamente com uma perda substancial de massa magra, mas sem evidência clara de melhora na aptidão cardiorrespiratória (CRF). Eles expressam preocupação de que isso possa prejudicar a saúde metabólica, a longevidade e a resistência física dos pacientes ao longo do tempo. Por isso, defendem mais estudos para entender melhor esses efeitos e otimizar os resultados para os pacientes.

Eles destacam, contudo, que há perspectivas promissoras — como o desenvolvimento de um anticorpo monoclonal em fase de testes, que pode ajudar a prevenir a perda de massa muscular magra.

Por enquanto, é essencial que os pacientes que utilizam medicamentos GLP-1 conversem com seus médicos sobre estratégias para preservar a massa muscular. A American Diabetes Association recomenda rastrear o risco de desnutrição e de baixa massa muscular antes de iniciar esses medicamentos, além de promover a ingestão adequada de proteínas e a prática regular de exercícios físicos durante todo o tratamento.

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.

Caso prefira, entre em contato diretamente com ele via e-mail:

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