Contexto e Justificativa:
- Terapias anti-hormonais, como tamoxifeno e inibidores de aromatase, são consideradas fundamentais no tratamento de câncer de mama hormônio-dependente (receptor hormonal positivo).
- Um efeito colateral relevante dessas terapias é a síndrome geniturinária da menopausa, que prejudica significativamente a qualidade de vida.
- O tratamento local com estrogênio vaginal é eficaz para aliviar esses sintomas, porém, seu uso é controverso devido ao receio de possível aumento no risco de recorrência ou mortalidade do câncer de mama.
- Existem orientações clínicas conflitantes, levando muitas pacientes a evitarem esse tipo de terapia, muitas vezes desnecessariamente.
- Um recente estudo avaliou se o uso de estrogênio vaginal local em pacientes com câncer de mama está associado a alteração na sobrevida global e na sobrevida específica para câncer de mama.
Metodologia:
- Tipo de estudo: Coorte retrospectiva.
- Base de dados: SEER-MHOS (Medicare Health Outcomes Survey).
- Período: 2010–2017.
- População:
- 18.620 mulheres com diagnóstico de câncer de mama ≥65 anos.
- Grupo exposto: 800 mulheres que utilizaram estrogênio vaginal.
- Grupo controle: 17.820 mulheres que não utilizaram.
- Desfechos:
- Primário: Sobrevida global.
- Secundário: Sobrevida específica do câncer de mama.
- Análises estatísticas:
- Testes de Wilcoxon (variáveis contínuas) e qui-quadrado (categóricas).
- Estimativas de Kaplan-Meier.
- Modelagem por regressão multivariada com controle para idade, raça, estadiamento, tratamentos (cirurgia, radioterapia, terapia hormonal) e ano de diagnóstico.
- Análise de riscos competitivos para sobrevida específica.
Resultados Principais:
- Melhora significativa na sobrevida global:
- HR = 0,56 | p < 0,0001.
- Melhora na sobrevida específica do câncer de mama:
- HR = 0,53 | p = 0,014.
- Maior benefício quanto maior o tempo de uso (>7 anos):
- HR = 0,01 | p < 0,0001 (extremamente significativo).
- Análise do subgrupo com câncer de mama hormônio-dependente:
- Sobrevida global: HR = 0,62 | p = 0,0007 (significativo).
- Sobrevida específica do câncer: HR = 0,62 | p = 0,08 (não significativo, mas tendência positiva).
Conclusão:
“ O uso de estrogênio vaginal local não aumenta o risco de mortalidade geral nem de mortalidade específica por câncer de mama. Ao contrário, está associado a uma melhora da sobrevida, tanto geral quanto (em menor grau) específica para câncer, particularmente em mulheres que utilizaram por mais tempo. Esses achados fortalecem uma mudança no paradigma atual, desmistificando o medo do uso do estrogênio local em pacientes com histórico de câncer de mama, com importantes implicações clínicas para qualidade de vida.” – Conclui o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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