Por décadas, 2 medidas básicas — altura e peso — têm sido usadas para avaliar como a composição corporal afeta a saúde, mas uma crescente coleção de pesquisas sugere que pode haver uma maneira melhor de mapear a obesidade e os riscos médicos associados a ela.
Esse cálculo, conhecido como índice de redondeza corporal (BRI), está ganhando interesse entre especialistas como uma medida potencialmente mais precisa para distribuição de peso do que o índice de massa corporal (IMC).
“Desde a década de 1990, o IMC tem sido a ferramenta de triagem para estimar a gordura corporal de uma pessoa, mas seu propósito original era muito diferente. Ele foi criado para estratificar o risco médico em nível populacional, não a saúde individual. Você pode ter alguém com um IMC normal e já tem pré-diabetes, pressão alta e colesterol alto. O IMC não pesquisa a composição corporal. Isso é ainda mais gritante nas mulheres com lipedema.” – Afirma o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
A facilidade e rapidez de uso o trouxeram do nível epidemiológico para a prática clínica.
Isso fez diversas pessoas comprarem balanças de muitas deixam no banheiro causando um prejuízo psicológico enorme ao se pesar diariamente.
Apesar de seu uso generalizado, o IMC tem sido examinado há muito tempo como uma fórmula falha com implicações prejudiciais.
Talvez sua deficiência mais notável, além de não considerar a distribuição de gordura, seja sua incapacidade de distinguir entre diferentes tipos de peso.
O peso pode ser composto de muitas partes de nós: nosso peso de água, peso ósseo, gordura e músculo. A massa muscular magra, que é mais densa que a gordura, não é considerada no cálculo.
O IMC também não considera variações com base em idade, sexo, raça ou etnia. Ele não diferencia mudanças na composição corporal entre mulheres na pré-menopausa e na pós-menopausa, por exemplo, e populações asiáticas tendem a ter problemas de saúde relacionados à obesidade em IMCs mais baixos.
Ao analisar exames de sangue e pressão arterial de pacientes, um estudo de 2016 também descobriu que, ao usar o IMC como a principal ferramenta de diagnóstico para saúde, 75 milhões de adultos nos EUA seriam classificados erroneamente como cardiometabolicamente saudáveis ou não saudáveis.
O IMC vai ser substituído?
A reposta é sim, mas o prazo é indeterminado
Em um estudo publicado agora no Journal of the American Heart Association, pesquisadores avaliaram a conexão das trajetórias do BRI e doenças cardiovasculares — incluindo derrames ou outros eventos cardíacos — entre quase 10.000 indivíduos de meia-idade e mais velhos na China. Eles descobriram que uma trajetória maior do BRI estava associada a um risco aumentado de doenças cardiovasculares, o que sugere que o BRI poderia ser usado como um novo indicador de risco de doenças cardiovasculares. Isso “oferece uma nova possibilidade para a prevenção de doenças cardiovasculares”, escreveram os autores.
“Todo o nosso sistema médico foi construído em torno do IMC, desde os gráficos de crescimento pediátrico e recomendações de dosagem de medicamentos. Não é algo fácil de mudar. A população e profissionais da saúde estão impregnados com isso. Mas é algo que precisa ser mudado.” – Alerta.
Qualquer possível substituição do IMC precisaria ter uma validação forte entre grupos por idade, sexo, raça e etnia. O efeito que diferentes intervenções como cirurgia bariátrica, perda de peso ou exercícios têm em uma nova medida também exigiria demonstração.
Embora ambos os índices usem medidas básicas, o BRI pode ser mais desafiador de implementar.
Os avanços na medicina de precisão e na tecnologia podem em breve tornar esses dois índices obsoletos. Os analisadores de composição corporal, embora caros e difíceis de acessar para todas as populações, podem fornecer uma análise detalhada da massa muscular, gordura corporal, peso da água e taxa metabólica básica em apenas alguns instantes.
Até que esses scanners estejam tão prontamente disponíveis quanto uma fita métrica, os médicos podem considerar uma abordagem mais sutil para avaliações baseadas em peso e evitar usar o IMC como único indicador de saúde.
“ Lembrando que independente de qualquer número, exame ou medida, estamos tratando pessoas!” – Finaliza.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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