Um recente estudo investigou como o jejum intermitente (JI) influencia a ativação plaquetária e o risco de trombose, especialmente em pacientes com doença arterial coronariana (DAC), por meio de interações com o metabolismo intestinal e a microbiota, com foco no metabólito ácido indol-3-propiônico (IPA).
Metodologia
- Estudo conduzido em:
- Pacientes com DAC (n=160)
- Camundongos ApoE−/− (modelo de aterosclerose)
- Intervenção: jejum intermitente (alternando dias de alimentação livre com jejum de 24h)
- Avaliação:
- Agregação plaquetária
- Formação de trombos (mesentério e cérebro)
- Níveis plasmáticos de IPA
- Sinalização intracelular em plaquetas
- Colonização intestinal com Clostridium sporogenes
- Modelo de lesão miocárdica por isquemia/reperfusão (I/R)
Principais Descobertas
1. JI inibe ativação plaquetária
- Redução significativa na agregação plaquetária após 10 dias de JI em pacientes com DAC e camundongos ApoE−/−.
- Menor formação de trombos em modelos induzidos com FeCl₃.
“O jejum intermitente aumentou a produção de ácido indol-3-propiônico (IPA) pelo intestino, via crescimento de Clostridium sporogenes. O ácido indol-3-propiônico reduziu a ativação plaquetária ao se ligar ao receptor nuclear PXR (pregnane X receptor) nas plaquetas. Isso é fantástico para quem tem aterosclerose e lipedema que são pessoas com maior risco de trombose. O efeito do jejum foi equivalente ao do clopidogrel mas de forma natural.” – Explica o Dr Daniel Benitti
- IPA inibe vias como:
- Src/Lyn/Syk
- LAT/PLCγ/PKC/Ca²⁺
- Isso reduz:
- Ativação de integrinas
- Liberação de grânulos plaquetários
- Formação de coágulos
- JI reduziu a lesão miocárdica em modelos de isquemia/reperfusão
- IPA oral teve efeito similar ao clopidogrel, e sua combinação foi sinérgica
- O efeito anti-trombótico do JI depende da microbiota intestinal:
- JI aumentou a abundância de Clostridium sporogenes
- Esse microrganismo é essencial para produzir IPA
- A eliminação da microbiota com antibióticos aboliu os efeitos protetores
- O JI pode ser uma estratégia dietética para reduzir hiperatividade plaquetária e risco trombótico em pacientes com DAC
- O IPA surge como alvo terapêutico promissor
- Clostridium sporogenes pode ser considerado como probiótico funcional cardiovascular
- Evidência clínica ainda preliminar
- Estudos em humanos de maior duração são necessários
- Há estudos contraditórios sobre os efeitos do JI em doenças cardiovasculares (incluindo riscos em jejum prolongado)
O estudo revela um mecanismo inédito pelo qual o jejum intermitente protege contra trombose, por meio da microbiota intestinal e do metabólito IPA, que age diretamente sobre as plaquetas. Isso abre caminho para novas terapias naturais ou microbianas para doenças cardiovasculares.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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