Um recente estudo investigou a associação entre o consumo de gordura na dieta (ajustado por peso corporal) e a massa muscular esquelética (ALMBMI) e força muscular (GSMAXBMI) em adultos de 20 a 59 anos, usando dados da NHANES (2011–2014).
Métodos
População estudada: 5.356 adultos dos EUA (20–59 anos).
Avaliação dietética: Dois recordatórios de 24h.
Desfechos principais:
ALMBMI: Massa magra apendicular ajustada pelo IMC (via DXA).
GSMAXBMI: Força de preensão ajustada pelo IMC (dinamômetro manual).
Modelos estatísticos: Regressão linear múltipla ponderada e análise de curvas não lineares com pontos de inflexão.
Resultados principais
Associação geral:
O consumo total de gordura (g/kg/dia) se associou positivamente tanto à ALMBMI quanto à GSMAXBMI até certos limites (curva em U invertido).
Pontos de inflexão (threshold):
ALMBMI: Aumenta até ~1,88 g/kg/dia → depois estabiliza ou diminui.
GSMAXBMI: Aumenta até ~1,64 g/kg/dia → depois estabiliza ou diminui.
Tipos de gordura:
Gorduras saturadas, monoinsaturadas e poli-insaturadas → associação positiva com massa e força muscular.
EPA e DHA (ômega-3 de cadeia longa) → associação negativa com força muscular em análise multivariada, exigindo mais estudos.
Subgrupos:
Associações mais fortes em:
Indivíduos com baixa ingestão proteica (<0.8 g/kg/dia).
“O consumo moderado de gordura pode beneficiar a massa e força muscular em adultos jovens e de meia-idade. No entanto, há um limite superior, especialmente em dietas com baixa proteína ou em indivíduos muito ativos. A ingestão excessiva de gordura (>1.88 g/kg/dia) pode não trazer benefícios adicionais e até comprometer a massa muscular. Mas pouca ingesta de gordura <0,7 g/kg também prejudicou a massa muscular e força grip. Tudo é equilíbrio e não podemos demonizar nenhum nutriente.” Informa o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Limitações
Estudo transversal: não permite inferir causalidade.
Cut-offs de sarcopenia baseados em dados de idosos podem não ser ideais para adultos jovens.
Necessidade de ensaios clínicos randomizados para confirmação.
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