Como tornar essa combinação boa pra você
O chocolate é mais conhecido como um doce indulgente, mas historicamente também tem sido consumido por suas supostas propriedades curativas. Alimentos e bebidas feitos de grãos da árvore Theobroma cacao (cacau) têm sido consumidos por humanos desde pelo menos 460 DC. Os usos medicinais do cacau ou do chocolate, quer como remédio primário, quer como veículo para a entrega de outros medicamentos, tiveram origem na Mesoamérica, onde era consumido pelos povos indígenas, e difundiram-se na Europa em meados do século XVI. Entre os séculos XVI e XX, foram documentados mais de 100 usos do cacau ou do chocolate, como tratamento médico.
O cacau contém mais antioxidantes fenólicos do que a maioria dos alimentos. Flavonóides, incluindo catequina, epicatequina e procianidinas predominam na atividade antioxidante.
A estrutura tricíclica dos flavonóides determina efeitos antioxidantes que eliminam espécies reativas de oxigênio, quelam Fe2+ e Cu+, inibem enzimas e regulam positivamente as defesas antioxidantes. O conteúdo de epicatequina do cacau é o principal responsável pelo seu impacto favorável no endotélio vascular através do seu efeito na regulação positiva aguda e crônica da produção de óxido nítrico.
“A estrutura tricíclica dos flavonóides determina os seus efeitos antioxidantes. O tautomerismo fenólico-quinóide e a deslocalização de elétrons sobre o sistema aromático eliminam espécies reativas de oxigênio. Esses anéis aromáticos neutralizam diretamente os radicais livres, metais quelatos (Fe2+ e Cu+) que aumentam as espécies reativas de oxigênio, inibem enzimas e regulam positivamente as defesas antioxidantes. As enzimas inibidas pelos flavonóides do cacau incluem xanteno oxidase, NADPH-oxidase, tirosina quinases e proteínas quinases . A ingestão de cacau aumenta a capacidade antioxidante sérica, protegendo o endotélio do estresse oxidativo e das espécies reativas de oxigônio endógenas. O chocolate 70% é um excelente aliado da saúde das mulheres com lipedema.” – Aponta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Outros efeitos cardiovasculares são mediados pelos efeitos anti-inflamatórios dos polifenóis do cacau e modulados pela atividade do NF-kB. Os efeitos antioxidantes do cacau podem influenciar diretamente a resistência à insulina e, por sua vez, reduzir o risco de diabetes. Além disso, o consumo de cacau pode estimular alterações nas vias de sinalização sensíveis ao redox envolvidas na expressão genética e na resposta imune. O cacau pode proteger os nervos contra lesões e inflamações, proteger a pele dos danos oxidativos da radiação UV em preparações tópicas e ter efeitos benéficos na saciedade, na função cognitiva e no humor.
Embora o chocolate possa ser visto como um produto que engorda devido à sua densidade energética, ensaios randomizados não encontraram um aumento no peso após consumo de pequenas quantidades de chocolate 70%. Num estudo, uma dose diária de 25 g (125 kcal) de
chocolate amargo aumentou ligeiramente o peso corporal após 3 meses, mas uma dose de 6 g (30 kcal) não foi associada a nenhum aumento de peso. Mas em ambas as doses, a pressão arterial ambulatorial média de 24 horas diminuiu.
As pesquisas realizadas até o momento sugerem que os benefícios do consumo moderado de cacau ou chocolate amargo provavelmente superam os riscos.
Consuma chocolate 70% rico em fibras e livre de metais pesados. O consumo em pequenas doses irá fazer bem para a sua saúde global.
fonte: Antioxid Redox Signal. 2011 Nov 15; 15(10): 2779–2811
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