Então comece a prestar atenção na sua respiração
Hoje vivemos em um mundo acelerado. Muito informação. Tudo pra ontem e ninguém mais para pra nada. Até a respiração das pessoas está acelerada.
Junto com isso, estamos vendo uma queda da expectativa de vida da população com aumento da obesidade, câncer e demência.
As taxas de incidência da doença de Alzheimer (DA) aumentam exponencialmente com a idade.
Por que o envelhecimento aumenta tanto o risco de DA?
Um fator potencialmente crítico tem recebido pouca atenção. Durante o envelhecimento, o equilíbrio entre os ramos simpático e parassimpático do sistema nervoso autônomo se altera. À medida que as pessoas envelhecem, a atividade parassimpática diminui, conforme indicado pela diminuição da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). Ao mesmo tempo, a atividade simpática (ou noradrenérgica) aumenta, conforme indicado pelo aumento da atividade nervosa simpática e dos níveis circulantes de noradrenalina. Uma rotina mais acelerada, aumenta ainda mais a atividade nervosa simpática.
Esse aumento na atividade noradrenérgica, juntamente com reduções na atividade parassimpática, podem influenciar os níveis de peptídeos β-amilóide (Aβ) no cérebro e no corpo. Geralmente, o aumento da atividade neuronal ou celular estimula a liberação de Aβ.
Semelhante ao Aβ, a atividade neuronal aumenta a liberação de tau e o estresse repetido induz a fosforilação da tau.
“O sono também afeta os níveis de Aβ. Uma noite de interrupção do sono aumenta as concentrações de Aβ no liquor, e adultos mais velhos com menor atividade de ondas lentas durante o sono apresentaram maior acúmulo de Aβ e tau medido por tomografia por emissão de pósitrons (PET). No entanto, o aumento da atividade parassimpática, seja melhorando o sono ou estimulando diretamente o nervo vago, tem o potencial de reduzir os níveis de Aβ e tau. Hoje está todo mundo estressado, dormindo mal mas tomando ansiolíticos. As pessoas precisam valorizar mais o tônus vagal. Uma maneira simples de estimular o tônus vagal é respirando lentamente, acima de 10 segundos.” – Explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Em um recente estudo com 108 adultos saudáveis (54 jovens e 54 adultos mais velhos) que foram randomizados em dois grupos com objetivos opostos: reduzir ou aumentar a amplitude de oscilações da frequência cardíaca, através da respiração, e avaliar os efeitos nos níveis séricos de Aβ e tau.
A intervenção era respirar de forma lenta com inspiração durando 5 segundos e expiração durante 5 segundos. A alteração da respiração era realizada de 10 a 20 minutos por dia
O estudo mostrou que após 4 semanas a prática diária de induzir oscilações da frequência cardíaca de alta amplitude (Osc+) reduziu os níveis plasmáticos de Aβ42 e Aβ40, enquanto a prática diária de reduzir as oscilações da frequência cardíaca (Osc−) aumentou os níveis plasmáticos de Aβ42 e Aβ40. Esses efeitos foram significativos tanto para os adultos mais jovens quanto para os mais velhos. Plasma tTau também mostrou reduções na condição Osc+ e aumentos na condição Osc- entre adultos mais jovens, mas não mostrou efeitos significativos entre adultos mais velhos.
Em adultos saudáveis, níveis plasmáticos mais altos de Aβ40 e Aβ42 preveem maior risco de diagnóstico de DA, e altos níveis plasmáticos de Aβ40 parecem promover envelhecimento vascular e estão associados a maior risco de mortalidade. A respiração lenta via biofeedback HRV pode ser uma maneira de baixo custo e baixo risco de reduzir os níveis plasmáticos de Aβ.
Este estudo tem algumas limitações mas abriu uma porta para outros diversos estudos de intervenções comportamentais.
Eles descobriram que a intervenção modula os níveis plasmáticos de Aβ e tau em adultos jovens e/ou mais velhos e que, pelo menos entre os adultos mais jovens, as alterações nos níveis plasmáticos de Aβ e tau foram associadas a alterações na atividade noradrenérgica. Existem vários caminhos plausíveis pelos quais as oscilações da frequência cardíaca de alta amplitude podem afetar Aβ e tau plasmáticos mas uma relação foi bem definida e é fácil de ser compilada.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
Caso prefira, entre em contato diretamente com ele via e-mail:
Leave A Comment