
A perda de peso (PP) por mudanças no estilo de vida é recomendada para prevenção cardiovascular, mas a resposta individual é muito variável.
Nem todos os pacientes perdem peso de forma significativa, e o reganho é comum.
Há interesse em entender por que alguns respondem e outros não e se há benefícios cardiometabólicos mesmo sem perda expressiva de peso.
Um recente estudo de Harvard avalioua resposta individual à perda de peso em três ensaios clínicos de longa duração (DIRECT, CENTRAL e DIRECT PLUS).
Identificou padrões de resposta (sucesso, moderado, resistentes) e mediu o impacto em riscos cardiometabólicos e buscar marcadores biológicos preditivos (epigenética, proteômica, metabolômica).
🔹 Métodos
- Ensaios incluídos:
- DIRECT (24 meses, n=322)
- CENTRAL (18 meses, n=278)
- DIRECT PLUS (18 meses, n=294)
- Total analisado: 761 participantes (89% homens, idade média 50 anos, IMC médio 30 kg/m²).
- Intervenções: dietas hipocalóricas (baixa gordura, Mediterrânea, Mediterrânea verde, low-carb), com diferentes intensidades de suporte.
- Avaliações: peso, composição corporal por RM, marcadores metabólicos, inflamatórios e estudo de metilação do DNA.
🔹 Resultados principais
Categorias de resposta
- WL-Successful (36%) → perda >5% do peso.
- WL-Moderate (36%) → perda 0–5%.
- WL-Resistant (28%) → não perderam ou ganharam peso.
Benefícios cardiometabólicos
- Cada 1 kg de perda sustentada → associado a:
- ↑ HDL (+1,44%)
- ↓ Triglicerídeos (−1,37%)
- ↓ Insulina (−2,46%)
- ↓ HOMA-IR (−2,71%)
- ↓ Leptina (−2,79%)
- ↓ Gordura hepática (−0,49%)
- ↓ PA sistólica (−0,26%) e diastólica (−0,36%).
- WL-Successful: maiores melhorias em quase todos os marcadores (circunferência abdominal, PA, lipídios, inflamação, enzimas hepáticas, gordura visceral/hepática).
- WL-Moderate: melhoras intermediárias, mas clinicamente relevantes em inflamação, gordura abdominal e lipídios.
- WL-Resistant: mesmo sem perda de peso, houve redução de gordura visceral e hepática, queda de leptina e aumento de HDL. Alguns parâmetros (colesterol total, ALT, glicemia) pioraram levemente.
Achados moleculares
- Identificados 12 sítios de metilação no DNA associados ao sucesso na perda de peso (AUC preditivo ≈0,73).
- Proteômica e metabolômica tiveram baixo poder preditivo.
- Sugere que marcadores epigenéticos podem ajudar a prever quem terá sucesso com intervenções de estilo de vida.
🔹 Discussão
“ Apenas 1/3 dos participantes alcançou perda >5%, mas mesmo os resistentes tiveram benefícios metabólicos independentes da balança. Isso indica que mudanças de estilo de vida valem a pena mesmo sem emagrecimento expressivo. A magnitude da perda inicial pode ter efeitos metabólicos duradouros, mesmo que haja reganho posterior. Os resultados reforçam a importância da abordagem personalizada (nutrigenômica, epigenética, perfil metabólico).” – resume o Dr. Daniel Benitti.
🔹 Conclusões
- Nem todos respondem igual às intervenções de estilo de vida.
- 1 kg de perda sustentada já traz benefícios mensuráveis para lipídios, resistência insulínica e gordura hepática.
- Mesmo sem perda de peso, há ganhos metabólicos relevantes com estilo de vida saudável.
- Epigenética pode se tornar uma ferramenta preditiva para individualizar estratégias de emagrecimento.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
Caso prefira, entre em contato diretamente com ele via e-mail:
Leave A Comment