Cada doença é moldada por um componente genético, mas existem também os fatores ambientais como poluição do ar, clima e status socioeconômico. No entanto, a extensão em que a genética ou o ambiente desempenham um papel no risco de doenças; e o quanto pode ser atribuído a cada; ainda não é bem compreendido. Como tal, as ações que os indivíduos podem tomar para reduzir seu risco de doenças geralmente não são claras.
Um estudo liderado por pesquisadores da Pensilvânia encontrou uma maneira de separar os efeitos genéticos e ambientais do risco de doenças usando uma grande amostra nacionalmente representativa. Eles descobriram que, em alguns casos, avaliações anteriores exageraram a contribuição dos genes de uma pessoa para o risco de doenças e que o estilo de vida e os fatores ambientais desempenham um papel maior do que se acreditava anteriormente. Ao contrário da genética, os fatores ambientais, como a exposição à poluição do ar, podem ser modificados mais facilmente. Isso significa que há potencialmente mais oportunidades para mitigar o risco de doenças.
Neste estudo, a equipe desenvolveu um modelo de efeito linear misto espacial (SMILE) que incorpora dados genéticos e de geolocalização.
Usando dados do IBM MarketScan, um banco de dados de reivindicações de seguro saúde com registros eletrônicos de saúde de mais de 50 milhões de indivíduos de apólices de seguro saúde baseadas em empregadores nos Estados Unidos, a equipe de pesquisa filtrou informações de mais de 257.000 famílias nucleares e compilou resultados de doenças para 1.083 doenças. Eles então aumentaram os dados para incluir dados ambientais disponíveis publicamente, incluindo dados climáticos e sociodemográficos, bem como níveis de material particulado 2,5 (PM2,5) e dióxido de nitrogênio (NO2).
“Através da geolocalização, eles identificaram pessoas que vivem no mesmo bairro, compartilham o mesmo nível de poluição do ar, status socioeconômico, acesso a provedores de assistência médica e ambiente alimentar. Com isso, eles puderam separar esses ambientes compartilhados, o que resta pode refletir com mais precisão a hereditariedade genética da doença. O mesmo seria muito interessante fazer em famílias de mulheres com lipedema que apresentam e não apresentam as características fenotípicas do lipedema.” – Comenta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Resultado
A análise da equipe levou a estimativas mais refinadas dos contribuintes para o risco de doenças. Por exemplo, estudos anteriores concluíram que a genética contribuiu com 37,7% do risco de desenvolver diabetes tipo 2. Quando a equipe de pesquisa reavaliou os dados, seu modelo, com sua consideração dos efeitos ambientais, descobriu que a contribuição genética estimada para o risco de diabetes tipo 2 diminuiu para 28,4%; uma parcela maior do risco de doenças pode ser atribuída a fatores ambientais.
Da mesma forma, a contribuição estimada para o risco de obesidade atribuída à genética diminuiu de 53,1% para 46,3% quando ajustada para fatores ambientais.
A equipe de pesquisa também usou os dados para avaliar quantitativamente se dois poluentes específicos no ar – PM2,5 e NO2 – influenciam causalmente os riscos de doenças.
Eles descobriram neste estudo foi que os dois poluentes têm relações causais diferentes e distintas com as condições de saúde. Por exemplo, o NO2 é causa diretamente condições como colesterol alto, síndrome do intestino irritável e diabetes tipo 1 e tipo 2, mas não o PM2,5. O PM2,5, por outro lado, pode ter um efeito causal mais direto na função pulmonar e distúrbios do sono.
“Estudos anteriores concluíram que a genética desempenhava um papel muito maior na previsão do risco de doenças, e esse estudo recalibrou esses números. Isso significa que as pessoas podem permanecer esperançosas, mesmo que tenham parentes com diabetes tipo 2, por exemplo, porque há muito que podem fazer para reduzir seu próprio risco mudando o ambiente e hábitos de vida” – Finaliza.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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