Embora o medo seja comum e necessário para responder ao ambiente de forma adequada, o medo excessivo pode enfraquecer e paralisar a pessoa ou impedir o funcionamento social adequado. Isso é evidente nos transtornos de ansiedade e no transtorno de estresse pós-traumático.
As mulheres são mais vulneráveis a estas condições; entretanto, a maioria dos estudos sobre ansiedade incluiu principalmente animais machos e homens. Na verdade, em 2012, menos de 2% dos artigos sobre temas relacionados com o medo baseavam-se no cérebro feminino.
Ainda hoje, os estudos publicados apenas com homens superam os estudos apenas com mulheres. Esse viés se deve ao medo de que as flutuações nos níveis dos hormônios sexuais femininos causassem resultados não confiáveis durante a análise; no entanto, esta hipótese não foi confirmada.
Os hormônios sexuais produzidos pelo eixo hipotálamo-hipófise-gonadal apresentam padrões cíclicos nas mulheres, que resultam nos ciclos ovarianos e menstruais. Os anticoncepcionais são atualmente utilizados por mais de 150 milhões de mulheres em todo o mundo e interferem nestes ciclos.
Os anticoncepcionais combinados são o tipo mais comumente prescritos. Estes compreendem mais de 30 formulações que contêm estrogênio sintético, conhecido como etinilestradiol (EE) e progestina, com vários graus de androgenicidade.
Níveis baixos de estradiol no corpo feminino promovem a manutenção do medo, enquanto níveis elevados estão associados ao aumento da ativação neuronal nos circuitos do medo. Os hormônios sexuais também regulam os neurônios que fazem parte dos circuitos do medo, como o córtex insular anterior, o córtex cingulado anterior dorsal, o córtex cingulado anterior rostral e o córtex pré-frontal ventromedial.
Um recente estudo incluiu mulheres saudáveis entre 23 e 25 anos de idade. Todas as participantes do estudo usavam ou já haviam usado anticoncepcional como único modo de contracepção, e foram comparadas com não usuárias como grupo de controle e um quarto grupo composto por homens.
Os pesquisadores examinaram os níveis de hormônios sexuais endógenos na saliva, bem como a formulação de estrogênio presente nos anticoncepcionais. A ressonância magnética estrutural do cérebro permitiu avaliar os volumes de substância cinzenta e a espessura cortical nas regiões ligadas aos circuitos do medo.
Não houve diferença significativa nos perfis hormonais entre mulheres que nunca usaram anticoncepcional ou usuárias anteriores. Além disso, as mulheres, independentemente do estado de utilização de anticoncepcional, tiveram volume de massa cinzenta maiores em ambas as regiões do córtex cingulado anterior dorsal. As usuárias atuais apresentaram menor espessura cortical na região do córtex pré-frontal ventromedial em comparação aos homens.
Nunca usuárias de ACO tiveram espessura aumentada no córtex insular anterior direito em comparação com usuárias anteriores ao longo do ciclo menstrual. No entanto, as associações entre hormônios sexuais endógenos e volume de massa cinzenta ou espessura cortical foram menos claras.
“De forma simplificada o estudo sugere que o cérebro feminino pode ser estruturalmente suscetível a doenças e ansiedade relacionadas ao estresse, que podem piorar com o uso de anticoncepcional. A dose do etinil estradio deve ser a menor possível para gerar menos alteração cerebral ligada ao medo. Isso é ainda mais importante para as mulheres com lipedema que apresentam taxas mais altas de ansiedade. Estudos futuros são necessários para elucidar a origem e os fatores que contribuem para as doenças relacionadas ao medo que afetam principalmente as mulheres, especialmente no que diz respeito aos esteróides sexuais.” – Resume e explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
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