Mas será que temos informação de qualidade?
O lipedema é uma doença com alta prevalência na população. No Brasil, 12,7% das mulheres têm lipedema e a maioria não sabe. Infelizmente a falta de informação atinge também os profissionais da saúde que não entendem ou nunca ouviram falar na palavra lipedema.
Em novembro de 2020 foi adicionado no CID 11 o lipedema (lipoedema) sobe o código EF02.2. Na época o cid 11 não era oficial pela organização mundial da saúde e entrou em vigor em 2022. No Brasil ainda está em vigor o CID 10.
Como o aumento da divulgação teve também um aumento exponencial de informações incorretas sobre o lipedema.
Infelizmente, muita informação incorreta está sendo divulgada nas mídias sociais, com diversas parcerias financeiras não divulgadas, piorando ainda mais a qualidade de vida dessas pessoas.
Mulheres com lipedema tem uma dificuldade grande de entender que o lipedema é uma inflamação crônica de baixo grau e que a gordura apenas representa o que está acontecendo com o corpo.
“Infelizmente a nossa sociedade ainda tem uma visão muito negativa da gordura, isso chama viés cognitivo. A gordura do lipedema tem uma função metabólico e protetora muito grande. Ela também está associada a fertilidade. Aspirar a gordura é um estímulo para acúmulo de gordura visceral que é uma gordura extremamente nociva para a pessoa. A dor melhora mas o metabolismo piora. Entender o lipedema e focar na pessoa e não na gordura é fundamental Por isso precisamos divulgar informação de qualidade.” – Adverte o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Um recente estudo avaliou no YouTube e informações sobre o lipedema.
O objetivo deste estudo foi investigar as propriedades, qualidade e quantidade de vídeos do YouTube sobre lipedema.
Eles exploraram o YouTube usando a palavra-chave lipedema e os primeiros 50 vídeos iniciais foram incluídos para revisão. As propriedades compreendendo informantes, alvo e domínios de vídeos abrangendo número de visualizações, curtidas, descurtidas, duração, taxa de visualização (TV) e índice de potência do vídeo (VPI) foram registradas.
Uma ferramenta DISCERN modificada e uma escala global de qualidade (GQS) foram usadas para avaliar a confiabilidade e a qualidade dos vídeos, respectivamente.
Resultados:
Os 50 melhores vídeos tiveram média de 35.805 visualizações, 282 curtidas, 12 deslikes e 30 comentários. O TV médio (96,4) e o VPI (63,8%) foram elevados. Os vídeos foram geralmente enviados por profissionais de saúde para pacientes/público e público-alvo e profissionais de saúde com a mesma proporção (50%).
A maioria dos conteúdos dos vídeos estava relacionada a informações gerais (68%) seguidas de tratamento cirúrgico (62%).
Apenas uma pequena proporção de seu conteúdo (22%) era sobre tratamento clínico.
A confiabilidade e a qualidade dos vídeos foram intermediárias a baixas.
As pontuações medianas do DISCERN e do GQS foram maiores nos vídeos carregados pelo grupo de profissionais de saúde em comparação com os não profissionais de saúde, mas o número de visualizações, VPI e VR foram semelhantes entre os grupos em relação à fonte.
Os vídeos do YouTube sobre lipedema são fornecidos principalmente por profissionais de saúde direcionados tanto ao público/pacientes quanto aos profissionais de saúde, mas o conteúdo é limitado e a qualidade e a confiabilidade deles foram de baixa a intermediária. Portanto, sugere-se que os especialistas em lipedema trabalhem juntos para criar conteúdo educacional on-line atualizado, de alta qualidade e acessível para atender às necessidades dos pacientes/público e dos profissionais de saúde. Além disso, mecanismos de controle e revisão cuidadosa por pares dos vídeos informados por profissionais não-saúde são necessários para evitar informações enganosas.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
Caso prefira, entre em contato diretamente com ele via e-mail:
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