O artigo“Consenso Brasileiro de Lipedema pela metodologia Delphi”, publicado na Jornal Vascular Brasileiro (J Vasc Bras, 2025;24:e20230183), apresenta um importante avanço na compreensão e no manejo do lipedema, uma condição frequentemente subdiagnosticada e confundida com obesidade ou linfedema.
Resumo Detalhado do Consenso
Objetivo:
Estabelecer diretrizes claras para o diagnóstico, tratamento e manejo do lipedema, utilizando a metodologia Delphi, baseada na opinião de especialistas.
Metodologia:
Foram criadas 90 afirmações sobre lipedema por especialistas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV).
113 profissionais avaliaram essas afirmações por meio do SurveyMonkey, buscando um consenso de 75% de concordância para inclusão no documento final.
81 afirmações foram validadas, enquanto 9 ainda precisam de mais pesquisa.
Principais Achados do Consenso
1. O Lipedema é uma doença distinta da obesidade
O lipedema não é causado pela obesidade, nem o contrário.
Pacientes podem ter IMC normal, mas com acúmulo desproporcional de gordura nas pernas e braços.
Mulheres são as mais afetadas e fatores hormonais como puberdade, gravidez e menopausa influenciam a progressão da doença.
2. Diagnóstico Preciso e Subdiagnóstico
O lipedema afeta 12,3% da população feminina adulta no Brasil.
A condição é frequentemente confundida com obesidade, linfedema ou insuficiência venosa crônica.
O diagnóstico precoce pode prevenir a progressão e melhorar a qualidade de vida.
3. O tratamento conservador é prioritário
A cirurgia não deve ser a primeira opção – o tratamento deve focar em: Atividade física de baixo impacto (hidroginástica, caminhada, yoga) Terapia compressiva Nutrição anti-inflamatória Suporte psicológico Fisioterapia especializada
A lipoaspiração com preservação linfática pode ser considerada apenas em casos avançados e quando há impacto funcional significativo.
Muitas pacientes relatam depressão, ansiedade e isolamento social devido à falta de reconhecimento médico e estigma social.
O apoio psicológico é essencial no tratamento.
5. Mais pesquisas são necessárias
A comunidade médica ainda não tem um entendimento completo da fisiopatologia do lipedema.
Mais estudos são necessários para entender o papel da inflamação, genética e metabolismo na doença.
Conclusão: Um Novo Marco no Tratamento do Lipedema
O Consenso Brasileiro de Lipedema representa um grande avanço para a medicina brasileira, trazendo diretrizes baseadas em ciência e consenso de especialistas. Com ele, espera-se que o lipedema seja mais reconhecido, diagnosticado precocemente e tratado de forma adequada, melhorando a qualidade de vida das pacientes.
Se você sente que pode ter lipedema, procure um especialista! Informação salva vidas!
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