Saiba mais se você tem Hashimoto ou lipedema
A tireoidite de Hashimoto (TH), também conhecida como tireoidite crônica autoimune ou linfocítica, é a causa mais prevalente de hipotireoidismo em áreas com quantidade suficiente de iodo. Afeta ∼160 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo as mulheres 4 a 10 vezes mais suscetíveis que os homens. A tireoidite de Hashimoto é caracterizada por inflamação crônica da glândula tireoide, anticorpos séricos elevados contra antígenos tireoidianos e aparência típica na ultrassonografia da tireoide com aumento da vascularização e heterogeneidade da glândula. Uma vez que o hipotireoidismo se desenvolve, o padrão atual de tratamento é a terapia de reposição hormonal tireoidiana (THRT) vitalícia com levotiroxina (LT4)
Dado que vários oligoelementos são essenciais para o funcionamento normal da tiróide, há um interesse crescente na sua suplementação para o tratamento da tireoidite de Hashimoto, em particular a prevenção do hipotireoidismo. Além do iodo, um dos candidatos mais discutidos é o selênio. Os níveis de ingestão variam de acordo com a região e são influenciados pelo teor de selênio no solo e pela disponibilidade de selênio na cadeia alimentar, entre outros fatores. Carnes de órgão (miúdos) e frutos-do-mar são fontes comuns de selênio, seguidos por carnes musculares, cereais e grãos. A dose diária recomendada de selênio varia entre 55 e 70 μg para adultos não grávidas, o que muitas vezes não é alcançado!
“O selênio tem um interessa ainda maior para as mulheres com lipedema. Além de ser um excelente aliadado na prevenção de tireoidite de hashimoto presente em 20% das mulheres com lipedema, ele também melhora o fluxo linfático e faz parte de diversas selenoproteínas que tem ação antioxidante no corpo. No entanto, suplementar quem não precisa ou utilizar doses altas pode causar malefícios de saúde inclusive queda de cabelo. Não recomendo doses maiores que 100mcg.” – Explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Em uma recente revisão sistemática e metanálise, foram identificados 35 ensaios clínicos randomizados que incluíram avaliação dos efeitos da suplementação de selênio na função tireoidiana.
Os estudos se concentraram em uma variedade de medidas importantes da função tireoidiana, incluindo hormônio estimulador da tireoide (TSH), tiroxina livre e total (fT4, T4), triiodotironina livre e total (T3L, T3), anticorpos tireoidianos, segurança e outros fatores.
Foram realizadas análises estratificadas para avaliar fatores-chave, incluindo a dose e a duração da suplementação de selênio; estado da tireoide dos pacientes, idade, sexo, tratamento com reposição hormonal e estado de selênio, como deficiência ou suficiência; e outros fatores.
Embora os níveis iniciais de selênio dos pacientes tenham sido relatados em apenas cerca de metade dos estudos, entre aqueles que possuíam os dados, a grande maioria, 89% das coortes, apresentava deficiência de selênio.
As populações do estudo variaram de 31 a 364 e incluíram crianças, adolescentes e adultos.
Resultados
A análise mostrou que a suplementação de selênio está significativamente associada à diminuição do TSH em pacientes que não foram tratados com terapia de reposição hormonal da tireoide.
Melhorias associadas à reposição de selênio também foram observadas independentemente de os pacientes estarem em terapia de reposição hormonal da tireoide em termos de diminuição dos anticorpos antiperoxidase da tireoide (TPOAb) e malondialdeído.
No geral, a suplementação de selênio não teve efeitos significativos em outras medidas notáveis da tireoide, incluindo fT4, T4, fT3, T3, anticorpo tireoglobulina (TGAb), volume da tireoide, interleucina 2 ou interleucina 10.
“No entanto, quando a análise incluiu apenas adultos com 18 anos e mais velhos, a suplementação de selênio foi associada a reduções no TSH e TPOAb, bem como a aumentos nos níveis de T4 livre. “ – Complementa.
É importante ressaltar que não foram observadas diferenças significativas em termos de efeitos adversos entre os grupos de intervenção e de controle dos estudos em doses de suplementação de selênio variando de 80 a 400 μg/d por até 12 meses.
O estudo sugere que a suplementação de selênio é segura e tem potencial como fator modificador da doença para tireoidite de Hashimoto
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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