A forma como as crianças são tratadas pode alterar a maneira como o corpo lê o DNA delas. Essas mudanças podem efetivamente se tornar “conectadas” ao DNA daquelas crianças que percebem seus pais como duros, aumentando seu risco biológico de depressão na adolescência e na vida adulta.
Em um recente trabalho, apresentado no Congresso ECNP em Viena, os pesquisadores fizeram perguntas a mais de 1.100 adolescentes sobre seus pais, como o quão rígidos eles eram, se os puniam por fazer coisas que não eram permitidas, se os ignoravam quando os desagradavam, os faziam se sentir culpados e revisitavam seus erros do passado.
Os pesquisadores selecionaram 21 adolescentes que relataram bons pais (por exemplo, os pais apoiando e dando autonomia às crianças) e os compararam com 23 adolescentes que relataram pais severos (por exemplo, comportamento manipulador, castigo físico, rigor excessivo). Todos os adolescentes tinham entre 12 e 16 anos, com média de 14 anos para ambos os grupos. Para ambos os grupos, 11 adolescentes eram meninos, o que significa que os dois grupos eram comparáveis, com idade semelhante e distribuição semelhante entre meninos e meninas. Muitos daqueles que tiveram pais severos mostraram sinais subclínicos iniciais de depressão.
Os pesquisadores então mediram a faixa de metilação em mais de 450.000 lugares no DNA de cada sujeito e descobriram que isso foi significativamente aumentado naqueles que relataram uma educação dura.
“ A metilação é um processo normal que ocorre quando uma pequena molécula química é adicionada ao DNA, alterando como as instruções escritas em seu DNA são lidas: por exemplo, a metilação pode aumentar ou diminuir a quantidade de uma enzima produzida por um gene. O aumento da variação na metilação é conhecido por estar associado à depressão conforme pesquisas anteriores com gêmeos idênticos. Dois grupos independentes descobriram que o gêmeo diagnosticado com depressão maior também tinha uma faixa maior de metilação do DNA para a maioria dessas centenas de milhares de pontos de dados, em comparação com o gêmeo saudável.” – Explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
O DNA permanece o mesmo, mas esses grupos químicos adicionais afetam como as instruções do DNA são lidas. Aqueles que relataram pais mais severos mostraram uma tendência à depressão, e acredita-se que essa tendência tenha sido incorporada em seu DNA por meio do aumento da variação na metilação. Talvez essa variação de metilação aumentada pode ser utilizada como um marcador para alertar antecipadamente quem pode estar em maior risco de desenvolver depressão como resultado de sua educação.
Neste estudo foi investigado o papel dos pais severos, mas é provável que qualquer estresse significativo leve a tais mudanças na metilação do DNA; assim, em geral, o estresse na infância pode levar a uma tendência geral à depressão na vida adulta, alterando a maneira como seu DNA é lido.
Este é um trabalho extremamente importante para entender os mecanismos de como as experiências adversas durante a infância têm consequências ao longo da vida tanto para a saúde mental quanto para a saúde física.
Há muito a ganhar se pudermos compreender o impacto de pequenas ações na idade adulta.
“Não é nosso trabalho endurecer nossos filhos para enfrentar um mundo cruel e sem coração. É nosso trabalho criar filhos que tornem o mundo um pouco menos cruel e sem coração.” – Aconselha o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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