O seu peso importa?

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Um recente estudo quantificou como diferentes medidas de obesidade central — como circunferência da cintura, relação cintura-quadril, relação cintura-estatura, circunferência de quadril/coxa, índice de adiposidade corporal e ABSI — se associam ao risco de mortalidade por todas as causas, além de avaliar o formato da curva dose-resposta.

📚 Métodos

  • Tipo de estudo: Revisão sistemática + meta-análise
  • Fontes: PubMed e Scopus (até julho/2019)
  • Amostra total:
    • 72 estudos de coorte
    • 2.528.297 participantes
    • 150.164 mortes
  • Avaliou risco de mortalidade associado a:
    • Circunferência da cintura
    • Relação cintura-quadril
    • Relação cintura-estatura
    • Relação cintura-coxa
    • Circunferência de quadril
    • Circunferência de coxa
    • Índice de adiposidade (BAI)
    • ABSI (A Body Shape Index)

Modelos ajustaram por potenciais confundidores; BMI também foi incluído quando disponível.

🔍 Principais Resultados

🔴 Medidas associadas a MAIOR mortalidade

MedidaAumento analisadoHR (Risco relativo)
Circunferência da cintura+10 cm1.11
Relação cintura-quadril0,11.20
Relação cintura-estatura0,11.24
Relação cintura-coxa0,11.21
BAI10%1.17
ABSI0,0051.15

→ Conclusão: A gordura central está fortemente associada a maior mortalidade, independentemente do BMI.

🟢 Medidas associadas a MENOR mortalidade

MedidaAumento analisadoHR
Circunferência do quadril+10 cm0.90
Circunferência da coxa+5 cm0.82

→ Quadris e coxas maiores são ser fatores protetores.

📈 Forma das Associações

  • Circunferência da cintura & Cintura-estatura: curva em J
    • Menores valores → neutralidade
    • Aumento → risco crescente de mortalidade
  • Cintura-quadril e ABSI: associação positiva linear
  • Índice de adiposidade (BAI): curva em U
    • Tanto valores muito baixos quanto altos → aumento de risco

👥 Subgrupos

  • Associação persistiu mesmo após ajuste para BMI
  • Associações mais fortes:
    • Mulheres
    • Jovens < 60 anos
  • Em fumantes → risco atenuado (congestão de risco)
  • Em pessoas com ≥10 anos de seguimento → associação mais clara (menos confusão por doença prévia)

 Conclusões

“A obesidade central é preditor independente de mortalidade, mesmo após ajuste para IMC.

Medidas tradicionais como IMC são insuficientes; deve-se incluir medidas de adiposidade central para melhor estratificação de risco. Gordura periférica (quadril/coxa) mostra efeito protetor.

Devemos incorporar circunferência de cintura, WHR, WHtR na avaliação clínica de risco. A distribuição da gordura importa muito mais do que a quantidade total. Nesse quesito as mulheres com lipedema têm uma proteção enorme de todas as causas de morte” – Avalia o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

⚠️ Aplicações clínicas

  • BMI sozinho não distingue massa magra de gordura
  • Distribuição de gordura importa mais que a quantidade total
  • Medidas simples (ex.: fita métrica) podem melhorar prognóstico populacional

💡 Mecanismos propostos

  • Gordura visceral → maior inflamação, resistência à insulina, risco cardiometabólico
  • Gordura em quadris/coxa → efeito metabólico protetor (captação de ácidos graxos, menor inflamação)

🔎 Pontos Fortes

  • Grande amostra
  • Muitos países
  • Diversas medidas anatômicas avaliadas

⚠️ Limitações

  • Heterogeneidade alta
  • Possível confusão residual
  • Métodos de ajuste variaram entre estudos

🧾 Conclusão central

Gordura abdominal é forte preditor de mortalidade, independentemente do IMC; já maior volume em quadris e coxas é protetor. A avaliação de risco baseada apenas em IMC é insuficiente e deve ser complementada com medidas centrais

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.

Caso prefira, entre em contato diretamente com ele via e-mail:

 

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