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Você toma remédio para queda de cabelo?

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Um recente artigo analisa criticamente o atraso de mais de 20 anos no reconhecimento dos efeitos neuropsiquiátricos graves associados ao uso do finasterida, uma droga amplamente prescrita para alopecia androgenética (AGA).
A revisão sistemática investiga evidências de depressão, ansiedade e comportamento suicida em usuários de finasterida, avaliando falhas regulatórias e omissões da indústria farmacêutica que permitiram a continuidade de um risco significativo em um medicamento de uso cosmético.

2. Principais Evidências Científicas

Entre 2017 e 2023, foram publicados 8 estudos independentes — quatro de análises de bancos de dados de eventos adversos e quatro de registros de saúde populacionais — todos apontando aumento significativo de risco para:

  • Depressão e ansiedade;
  • Ideação suicida e suicídio consumado.

A probabilidade estatística de que todas as 8 pesquisas chegassem à mesma conclusão por acaso é inferior a 0,4% (p = 0,0039), reforçando a consistência causal da associação

.

3. Mecanismos Biológicos

O finasterida inibe a enzima 5α-redutase, responsável pela conversão de testosterona em diidrotestosterona (DHT).
Essa enzima também é crucial para a síntese de neuroesteróides, como a alopregnanolona, que modulam o humor e a ansiedade via receptores GABA-A.
A inibição da 5α-redutase reduz os níveis desses neuroesteróides, levando a:

  • Diminuição da neurogênese hipocampal;
  • Neuroinflamação;
  • Alterações genéticas persistentes.

Esses efeitos podem permanecer após a suspensão do medicamento, sustentando a hipótese de uma “síndrome pós-finasterida” com sintomas prolongados de disfunção sexual e depressão

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4. Estimativa de Impacto em Saúde Pública

Segundo o autor, a exposição global estimada ao fármaco ultrapassa 4 milhões de usuários ao longo de 20 anos.
Com base na prevalência de depressão e ideação suicida, é estimado que:

  • Centenas de milhares tenham desenvolvido depressão;
  • Centenas a milhares possam ter morrido por suicídio.

Esses números, embora projetivos, indicam um impacto epidêmico silencioso em saúde mental relacionado a uma droga aprovada para finalidades cosméticas

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5. Falhas Regulatórias e da Indústria

  • FDA incluiu “depressão” na bula apenas em 2011, e ideação suicida em 2022; a EMA só reconheceu oficialmente o risco em 2025 — quase 30 anos após a aprovação inicial em 1997.
  • Nenhum dos estudos de farmacovigilância foi conduzido por Merck (fabricante original) ou solicitado pelas agências regulatórias.
  • A empresa suprimiu dados internos: documentos da FDA de 2010 contêm seções censuradas e números subnotificados — 18 suicídios relatados vs. mais de 6.000 esperados pelo tamanho da população exposta
    .
  • A ausência de exigência de análises desproporcionais e de mineração de dados em registros médicos representa uma falha crítica da farmacovigilância proativa.

6. Por que o atraso ocorreu?

O autor identifica múltiplos fatores:

  1. Desenho limitado dos ensaios clínicos — focados em eficácia e não em segurança de longo prazo.
  2. Conflito de interesses corporativo — fabricantes priorizaram lucros e proteção contra litígios, evitando estudos que pudessem revelar danos.
  3. Dependência financeira da FDA da indústria farmacêutica, comprometendo sua independência regulatória.
  4. Estigmatização dos pacientes — por anos, os sintomas foram atribuídos a “efeito nocebo”, retardando o reconhecimento da síndrome.
  5. Subnotificação sistêmica — famílias e médicos raramente relacionam suicídios à finasterida
    .

7. Custos Sociais e Éticos

  • Depressão induzida por finasterida gera custos anuais estimados em US$ 24.000 por paciente.
  • Um aumento de 50% na taxa de depressão entre usuários implicaria em US$ 4,8 bilhões/ano em custos globais, superando o lucro da indústria com o medicamento.
  • O artigo defende que o princípio da precaução deve prevalecer, especialmente em fármacos de uso não essencial (cosmético).
  • O autor propõe suspender o uso cosmético da finasterida até que haja comprovação robusta de segurança ou desenvolvimento de uma molécula que não atravesse a barreira hematoencefálica
    .

8. Limitações e Recomendações

Limitações:

  • Falta de dados individuais de exposição;
  • Possíveis confundidores psiquiátricos pré-existentes;
  • Dificuldade em rastrear uso obtido pela internet sem prescrição.

Recomendações:

  • Exigir monitoramento analítico contínuo pós-aprovação;
  • Registrar o histórico de medicações em todos os casos de suicídio por médicos legistas;
  • Garantir transparência pública nos dados de farmacovigilância e independência regulatória;
  • Incorporar análises de desproporcionalidade como rotina na avaliação de risco-benefício de fármacos
    .

9. Conclusão

“Houve um atraso de duas décadas na identificação das reações neuropsiquiátricas graves induzidas pela finasterida. Essa demora permitiu danos significativos à saúde pública provenientes de um tratamento cosmético. A falha resultou da omissão dos fabricantes e da complacência dos reguladores. a história da finasterida repete o padrão de crises de segurança farmacológica anteriores (como o Vioxx), ilustrando a necessidade de reformar profundamente os mecanismos de vigilância e transparência em saúde pública” – Conclui o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).

Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.

Caso prefira, entre em contato diretamente com ele via e-mail:

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