Hoje metade dos casamentos estão terminando em divórcio!
Mas será que as pessoas estão mais felizes por não permanece em um relacionamento que não está deixando elas felizes naquele momento?
Um estudo estudo buscou investigar empiricamente a crença popular de que o divórcio torna os adultos mais felizes do que permanecer em um casamento infeliz. Até então, essa suposição era amplamente aceita, mas pouco testada com dados representativos.
2. Metodologia
- Base de dados: National Survey of Families and Households (NSFH), pesquisa nacional representativa dos EUA.
- Amostra analisada:
- 645 cônjuges que, na década de 1980, classificaram seus casamentos como infelizes.
- Após cinco anos, esses mesmos indivíduos foram reentrevistados.
- Análises: compararam-se os que se divorciaram/separaram e os que permaneceram casados, avaliando variáveis como:
- Felicidade geral.
- Sintomas de depressão.
- Autoestima.
- Senso de controle pessoal (personal mastery).
- Presença de violência doméstica.
3. Principais Resultados
3.1. Felicidade e bem-estar psicológico
- Divorciados NÃO ficaram mais felizes.
- Em média, os cônjuges infelizes que se divorciaram não apresentaram níveis mais altos de felicidade cinco anos depois em comparação aos que permaneceram casados.
- O divórcio não reduziu sintomas de depressão, não aumentou a autoestima, nem melhorou o senso de controle pessoal.
- Mesmo aqueles que se divorciaram e se casaram novamente não demonstraram maior felicidade em relação aos que continuaram no primeiro casamento.
Conclusão: O divórcio, por si só, não garante melhora emocional ou psicológica.
3.2. Casamentos infelizes têm potencial de recuperação
- 64% dos indivíduos que permaneceram em casamentos infelizes relataram estar felizes no relacionamento cinco anos depois.
- Nos casos classificados como “muito infelizes”, a taxa de recuperação foi ainda mais impressionante: 78%relataram felicidade conjugal cinco anos depois.
- Isso sugere que problemas graves podem ser superados com o tempo.
3.3. Violência doméstica e divórcio
- A maioria dos casamentos infelizes não apresentava violência doméstica:
- 86% dos cônjuges infelizes não relataram violência no início do estudo.
- Após cinco anos, 93% dos que permaneceram casados continuaram sem episódios de violência.
- Nos casos em que havia violência, o divórcio reduziu significativamente a reincidência, mostrando-se benéfico nesse contexto específico.
3.4. Impacto negativo do divórcio em casamentos felizes
- 74% dos divórcios ocorreram entre pessoas que haviam relatado estar felizes no casamento cinco anos antes.
- Nesses casos, o divórcio foi associado a:
- Queda significativa na felicidade geral.
- Aumento de sintomas de depressão.
- Redução da autoestima.
4. Narrativas de recuperação conjugal (Focus Groups)
Os pesquisadores também realizaram entrevistas qualitativas com 55 pessoas que superaram períodos de infelicidade conjugal.
Eles identificaram três padrões principais:
Estratégia | Descrição |
Ética da Endurance Marital (Marital Endurance Ethic) | O casal não resolve ativamente os problemas, mas permanece junto, e, com o tempo, os fatores de estresse diminuem naturalmente. |
Ética do Trabalho Conjugal (Marital Work Ethic) | O casal trabalha ativamente na relação, buscando terapia, apoio social, mudanças de comportamento e melhor comunicação. |
Épico da Felicidade Pessoal (Personal Happiness Epic) | Um ou ambos os parceiros buscam felicidade pessoal fora da relação, mantendo o casamento funcional, mas sem grande intimidade. |
Surpreendentemente, a terapia conjugal neutra não foi vista como fator decisivo. Em casos graves, a mudança geralmente ocorreu através de apoio externo e pressão social para modificar comportamentos prejudiciais.
5. Motivos para não se divorciar
As principais razões relatadas para evitar o divórcio incluíram:
- Proteção e estabilidade emocional dos filhos.
- Custos financeiros e dificuldades práticas.
- Normas religiosas ou culturais.
- Desejo de manter a estrutura familiar.
- Percepção de que o divórcio seria “pior do que continuar casado e infeliz”.
6. Conclusões do Estudo
- O divórcio, na maioria dos casos, não aumenta a felicidade individual, exceto quando há violência doméstica.
- A maioria dos casamentos infelizes pode melhorar naturalmente ao longo do tempo, especialmente os mais graves.
- O impacto negativo do divórcio sobre pessoas que eram felizes anteriormente é significativo.
- Intervenções devem focar em apoio emocional, resolução de conflitos e fortalecimento do vínculo conjugal, em vez de promover o divórcio como solução automática.
- É essencial diferenciar casamentos de baixo conflito de casamentos com violência ou alto conflito, pois a abordagem ideal é diferente em cada caso.
7. Implicações Sociais
- Políticas públicas e profissionais de saúde mental devem desafiar a narrativa simplista de que “divórcio = felicidade”.
- Estratégias de prevenção devem:
- Promover educação emocional e comunicação conjugal.
- Oferecer apoio especializado em casos de violência doméstica.
- Incentivar intervenções precoces em crises conjugais.
Mensagem Central
“ Embora o divórcio possa ser necessário em casos de violência ou perigo, para a maioria dos casamentos infelizes, permanecer juntos e investir na relação aumenta a probabilidade de felicidade futura, enquanto o divórcio raramente traz os benefícios emocionais esperados.” – finaliza o dr. Daniel Benittii.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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