A obesidade infantil é um importante problema de saúde pública que aumentou nos últimos 10 anos. A gastrectomia vertical é o procedimento de cirurgia bariátrica mais comum realizado em crianças e adultos.
A gastrectomia vertical (GV), onde cerca de 80% do estômago é removido, é eficaz no tratamento da obesidade e suas complicações, mas tem sido associada à perda óssea em adolescentes. Em um estudo prospectivo publicado no Journal of Bone and Mineral Research, exames de imagem revelaram que a GV diminui a força e a densidade mineral óssea da coluna lombar em adolescentes e adultos jovens.
No estudo prospectivo não randomizado de 12 meses, 29 adolescentes/adultos jovens com obesidade foram submetidos a GV e 30 foram acompanhados sem cirurgia. No início do estudo e 12 meses, os participantes foram submetidos a tomografia computadorizada da coluna lombar para avaliações ósseas e ressonância magnética do abdomen e coxa para avaliações da composição corporal.
Os participantes do grupo GV perderam uma média de 34,3 kg 12 meses após a cirurgia, enquanto o peso permaneceu inalterado nos controles. Houve reduções significativas no tecido adiposo abdominal e músculo da coxa no grupo GV em comparação com os controles. Além disso, a força óssea e a densidade mineral óssea diminuíram no grupo GV em comparação com os controles. Reduções na força óssea e densidade mineral óssea foram associadas com reduções no índice de massa corporal, tecido adiposo abdominal e músculo.
“Adolescentes submetidos à gastrectomia vertical tiveram perda óssea e aumento da gordura da medula óssea, apesar da perda acentuada de gordura corporal. É muito comum a perda de massa óssea com emagrecimento. As pessoas precisam entender que a gordura é um órgão endócrino importante e ela também apresenta uma relação muito importante com a massa óssea. Processos de emagrecimento devem ter uma supervisão médica rigorosa para diminuir as complicações. Infelizmente hoje tem pessoas realizando tratamentos agressivos de perda de peso sem se preocupar com o que está acontecendo com a massa óssea. A gordura do lipedema por exemplo aumenta a massa óssea e temos observado retiradas volumosas de gordura sem se preocupar com o que pode ocorrer no futuro.” – Alerta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Em outro estudo, pesquisadores evidenciaram que após 2 anos de cirurgia de obesidade a perda de massa óssea continuava acontecendo mesmo após a estabilização do peso. Provavelmente, a perda continua devido à alteração de absorção. Estudos recentes mostraram que a gordura da medula óssea responde a mudanças na nutrição e pode servir como um biomarcador da qualidade óssea.
As consequências a longo prazo desta perda óssea substancial não são claras, mas podem colocá-los em maior risco de fratura ou quebra de um osso.
Embora a cirurgia para perda de peso seja bem-sucedida para perda de peso e melhora de distúrbios metabólicos, ela tem efeitos negativos sobre os ossos.
Precisamos identificar mecanismos que ajudem a prevenir a perda óssea nesses pacientes e tornar os adolescentes com obesidade mais conscientes da saúde óssea. A adolescência é o momento crítico para o acúmulo de massa óssea e qualquer processo que interfira no acúmulo ósseo durante desta vez pode ter consequências terríveis mais tarde na vida
Portanto, a saúde óssea pode precisar ser monitorada em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica e qualquer pessoa que tenha tido uma perda de peso importante
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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