As batatas são o terceiro alimento mais consumido no mundo, fornecendo uma parcela significativa da energia diária. Elas contêm nutrientes como vitamina C, fibras, potássio, polifenóis e magnésio. No entanto, seu alto teor de amido eleva o índice glicêmico, o que pode aumentar o risco de doenças metabólicas. Além disso, certos métodos de preparo reduzem seu conteúdo nutricional.
Estudos anteriores sobre a relação entre consumo de batatas e T2D apresentaram resultados contraditórios. Enquanto alguns apontam correlação positiva, outros indicam associação inversa. Uma meta-análise de dados individuais realizada nos EUA não encontrou relação entre o consumo total de batatas e o T2D, mas identificou risco levemente maior com o consumo de batatas fritas.
Substituir batatas por outros carboidratos, grãos integrais ou vegetais não amiláceos também apresentou resultados inconsistentes, possivelmente devido a diferenças metodológicas, variações regionais no consumo e falhas no controle de fatores de confusão. Diante dessas divergências, há necessidade de estudos observacionais de longo prazo, com metodologia padronizada e dados de alta qualidade.
As coortes Nurses’ Health Study (NHS, NHSII) e Health Professionals Follow-up Study (HPFS) — iniciadas em 1976, 1989 e 1986, respectivamente — avaliaram repetidamente, ao longo de décadas, os efeitos da dieta e outros fatores na saúde. Um recente estudo analisou essas coortes para investigar a relação entre consumo total e específico de batatas e o risco de T2D, comparando também batatas e grãos integrais.
Os participantes (25 a 75 anos) responderam questionários sobre novos diagnósticos de T2D, estilo de vida, dieta e saúde. A ingestão alimentar foi reavaliada a cada dois a quatro anos, usando a média cumulativa para refletir melhor os padrões de longo prazo. Foram excluídos indivíduos com dados incompletos sobre idade ou consumo de batatas. O consumo total de batatas foi definido como a soma de porções assadas, cozidas ou amassadas e fritas, excluindo chips de batata ou milho (não diferenciados no questionário).
Resultados
Durante o acompanhamento, 22.299 participantes foram diagnosticados com T2D. Pessoas com maior consumo de batatas tendiam a ser menos ativas fisicamente, consumir mais calorias e usar menos suplementos. O consumo de batatas assadas, cozidas ou amassadas foi, em média, maior que o de batatas fritas.
A análise combinada mostrou associação positiva, embora modesta, entre consumo total de batatas e risco de T2D:
- ≥7 porções semanais de batatas → risco 12% maior que <1 porção/semana.
- Aumento de 3 porções semanais → risco 5% maior de T2D.
- O risco variou de acordo com o método de preparo.
Para batatas fritas:
“Mais de 5 porções semanais aumentam o risco de diabetes em 27%. Mais de 3 porções semanais aumenta o risco em 20%. A relação foi linear: quanto maior o consumo, maior o risco.
Após ajuste multivariado, batatas assadas, cozidas ou amassadas não apresentaram aumento significativo no risco. A substituição de 3 porções semanais de batatas por grãos integrais reduziu o risco em 8%. Substituir batatas assadas/cozidas/amassadas por grãos integrais reduziu o risco em 4%. A troca por vegetais não amiláceos ou leguminosas também reduziu o risco. Já a substituição por arroz branco aumentou o risco. Essas pequenas orientações podem ajudar muito as pessoas a não sofrerem com terrorismo nutricional e fazerem boas escolhas.” – Alerta o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
Meta-análise
Incluiu 13 estudos prospectivos (de 503 avaliados), totalizando 587.081 participantes e 43.471 casos de T2D em seguimento de 4 a 27 anos. Cada aumento de 3 porções semanais de batatas fritas elevou o risco em 16%. O consumo de batatas não fritas mostrou associação muito mais fraca.
O índice de massa corporal (IMC) explicou cerca de 50% da relação entre batatas fritas e T2D. A associação foi mais forte 12 a 20 anos antes do diagnóstico e mais consistente quando usada a média cumulativa de consumo.
Conclusões
O risco associado ao consumo total de batatas é, em grande parte, impulsionado pelo consumo de batatas fritas. A substituição por grãos integrais reduz o risco, enquanto trocá-las por arroz branco o aumenta. O impacto depende do método de preparo, do alimento substituto e de fatores individuais, como o IMC.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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