O termo “ultracrepidário” deriva do latim ultra crepidam, que significa literalmente “além da sandália”. Ele tem origem em uma anedota clássica da Roma Antiga atribuída ao pintor Apeles, muito famoso na Grécia helenística.
Origem histórica:
Conta-se que Apeles expôs publicamente seus quadros e permitia que as pessoas dessem suas opiniões. Um sapateiro teria criticado a forma como Apeles havia pintado uma sandália. O pintor agradeceu e corrigiu o detalhe. No dia seguinte, o sapateiro voltou e se sentiu no direito de criticar outros aspectos da pintura, como a anatomia das pernas. Apeles então respondeu:
“Ne supra crepidam sutor iudicaret”,
“Que o sapateiro não julgue além da sandália.”
Ou seja: cada um deve opinar apenas sobre o que conhece.
Significado moderno:
Ultracrepidário é um adjetivo (ou substantivo) usado para descrever:
- alguém que dá opinião sobre assuntos que desconhece ou não domina;
- pessoas que falam com autoridade fora de sua área de conhecimento;
- especialistas em tudo, sem de fato serem especialistas em nada.
Exemplos práticos:
- Um engenheiro comentando com firmeza sobre psicoterapia sem formação na área.
- Um influenciador digital recomendando medicamentos ou tratamentos médicos sem formação na área da saúde.
- Um economista discutindo genética com convicção e sem base científica.
Relações com outros conceitos:
- Pode ser associado ao efeito Dunning-Kruger, em que pessoas com pouco conhecimento superestimam sua competência.
- Também se aproxima da falácia da autoridade, quando alguém assume que ter conhecimento em uma área o torna apto a falar sobre qualquer outra.
Conclusão:
Ser chamado de ultracrepidário é uma crítica séria. É um lembrete da importância da humildade intelectual, de reconhecer os próprios limites e de valorizar especialistas em suas respectivas áreas.
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