Os antibióticos são substâncias antimicrobianas ativas contra bactérias e representam o arsenal mais importante no combate às infecções bacterianas. Em geral, o manejo de pacientes com suspeita de infecções bacterianas consiste no início da terapia empírica (ou seja, antes da disponibilidade de dados definitivos de cultura e sensibilidade), seguida de ajuste assim que as informações microbiológicas estiverem disponíveis. Em particular, o isolamento de bactérias a partir de amostras clínicas produz informações que podem ser utilizadas para orientar a seleção de regimes apropriados com base no conhecimento prévio da susceptibilidade bacteriana a certos antibióticos.
Avanços recentes no conhecimento forneceram informações de que os antibióticos podem influenciar o estado de saúde de um indivíduo através do dano concomitante de bactérias que normalmente vivem em seres humanos saudáveis, a microbiota. Esses organismos e seus genes, metabólitos e interações entre si, bem como com seu hospedeiro coletivamente, representam nosso microbioma.
Hoje, infelizmente vemos um uso indiscriminado de antibióticos que geram malefício para a saúde geral da pessoa.
Um recente estudo de revisão sistemática e meta análise com uma população de mais de 7.940.000 pessoas de 25 grandes estudos encontrou uma associação de uso de antibióticos com câncer.
O uso de antibióticos foi um fator de risco independente para ocorrência de câncer (OR 1,18, IC95% 1,12–1,24, p < 0,001)
O risco foi especialmente aumentado para câncer de pulmão (OR 1,29, IC 95% 1,03–1,61, p = 0,02), linfomas (OR 1,31, IC 95% 1,13–1,51, p < 0,001), câncer de pâncreas (OR 1,28, IC 95% 1,04–1,57, p = 0,019), carcinoma de células renais (OR 1,28, IC95% 1,1–1,5, p = 0,001) e mieloma múltiplo (OR 1,36, IC95% 1,18–1,56, p < 0,001). Existem evidências moderadas de que o uso excessivo ou prolongado de antibióticos durante a vida de uma pessoa está associado a um ligeiro aumento do risco de vários tipos de câncer. A mensagem é potencialmente importante para as políticas de saúde pública porque minimizar o uso impróprio de antibióticos no âmbito de um programa de gestão de antibióticos também poderia reduzir a incidência do câncer.
“Compreender que o antibiótico deve ser utilizado de forma correta é fundamental. As pessoas subestimam o poder deletério do antibiótico na microbiota da pessoa. Publiquei recentemente o impacto de melhora do tratamento de câncer com modulação da microbiota intestinal. Ter uma microbiota adequada é fundamental para o tratamento das mulheres com Lipedema. Espero que as pessoas pensem antes de prescrever e tomar antibiótico por uma simples dor de garganta.” – Destaca o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
O maior risco foi encontrado em indivíduos com exposição prolongada a antibióticos ou naqueles que receberam doses mais elevadas. Houve um aumento de 30% na incidência de câncer de pulmão, hematológico, pâncreas e geniturinário em comparação aos controles devido ao aumento da exposição a antibióticos.
A microbiota intestinal também previne a invasão bacteriana, mantendo a integridade do epitélio intestinal. Todas estas funções podem ser alteradas quando os antibióticos são consumidos e, consequentemente, pode surgir inflamação sistêmica e células cancerígenas latentes podem crescer. Vários agentes microbianos foram testados como tratamentos contra o câncer em modelos pré-clínicos humanos e de camundongos – em particular, aqueles com propriedades anticancerígenas (por exemplo, Bacilo de Calmette e Guerin). Os antibióticos interferem na interação entre o microbioma e o sistema imunológico, resultando potencialmente na redução da vigilância imunológica. Da mesma forma, a resposta aos inibidores do checkpoint imunológico depende da composição da microbiota intestinal e, em pacientes tratados com antibióticos durante a imunoterapia, os resultados clínicos são consistentemente piores.
Em resumo, a microbiota pode conferir proteção contra patógenos, fenômeno denominado resistência à colonização, que pode ser gravemente prejudicada por tratamentos com antibióticos.
Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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