Conheça mais sobre essa doença, que é a principal causa de morte dentro dos hospitais
A trombose venosa nos membros inferiores é uma doença com alta incidência, encontrada rotineiramente nos consultórios e em pacientes internados. Devido a sua alta prevalência em múltiplas configurações, muitos médicos sentem-se confortáveis com o diagnóstico de rotina e manejo da doença.
Contudo, de maneira menos frequente, a trombose venosa pode ocorrer em outras partes do corpo, incluindo as veias do sistema nervoso central, abdome ou ainda dentro dos órgãos intra-abdominais.
A trombose nestes locais mais incomuns tem fatores provocantes significativamente diferentes e mais obscuros, sendo que em alguns casos anuncia o início de outras doenças ocultas. Dessa forma, apenas um conhecimento vasto no assunto irá permitir um tratamento adequado e uma investigação direcionada.
“Embora menos estudada, o conhecimento atual destas tromboses raras sugerem que fatores locais e sistêmicos únicos estão frequentemente em jogo, específicos para cada local. É fundamental o conhecimento técnico do assunto para definir a melhor forma de tratamento”, explica o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular que atende em São Paulo e em Campinas.
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Trombose venosa cerebral
A trombose venosa cerebral, incluindo trombose de veias cerebrais e grandes seios venosos, pode apresentar uma variedade de sintomas, incluindo cefaléia, déficits neurológicos focais, convulsões e progressão para infarto ou hemorragia.
É três vezes mais comum em mulheres do que em homens, ocorrendo em uma idade muito mais jovem nas mulheres (34 anos vs 42 anos). 85% das pacientes têm um fator de risco identificável, sendo o mais comum o uso de contraceptivos orais contendo estrógeno.
Tratamento
A anticoagulação é o tratamento de escolha, mesmo em pacientes que apresentaram hemorragia. Existe a possibilidade de tratamento endovascular da trombose, mas somente para casos selecionados.
Trombose da veia da retina
A trombose da veia da retina é uma doença rara, mas que ameaça a visão, frequentemente apresentando perda indolor de visão unilateral aguda, embora a oclusão de uma veia retiniana de ramo possa ser assintomática ou apresentar dupla visão ou hemianopsia.
Ao contrário das outras tromboses venosas, os fatores de risco são semelhantes aos da doença arterial de pequenos vasos. Hipertensão, diabetes mellitus, tabagismo e obesidade têm demonstrado aumentar o risco de trombose da veia da retina, enquanto atividade física e HDL alto têm sido sugeridos como protetores.
Tratamento
A anticoagulação não é uma solução eficaz. O tratamento geralmente envolve modificação do fator de risco, com o uso de terapias locais, incluindo inibidores de VEGF, implantes locais de esteróides ou fotocoagulação reservados para pacientes com perda de visão, edema macular ou neovascularização.
Trombose venosa nos membros superiores
A trombose das veias profundas dos membros superiores (braquial, axilar, cefálica e basilar) é muito menos comum do que a trombose dos membros inferiores, representando apenas 5% dos casos sintomáticos. No entanto, ela é responsável por aproximadamente 50% das tromboses hospitalares.
A grande maioria das tromboses dos membros superiores, até 80%, é provocada pela presença de um cateter venoso. Embora a trombose sintomática associada ao cateter possa ser relativamente incomum, aproximadamente 2% dos pacientes com cateteres centrais de inserção periférica desenvolvem trombose sintomática. Estudos demonstraram que até 66% dos pacientes com cateteres venosos desenvolvem trombose assintomática, que pode ser detectada na exame de ultrassom.
Os casos não provocados são frequentemente secundários à trombose por esforço, também conhecida como síndrome de Paget-Schroetter. Mais prevalente em mulheres jovens, acredita-se que a síndrome de Paget-Schroetter seja secundária a uma combinação de micro-trauma vascular e hipertrofia muscular local do exercício que ocorre em pacientes predispostos a cicatrização venosa ou síndrome do desfiladeiro torácico. Uma história precedente de uso extenuante da extremidade superior ou exercício é frequentemente observada.
Tratamento
Para a trombose associada ao cateter, recomenda-se a manutenção deste no lugar, se necessário, desde que a anticoagulação seja iniciada, com continuidade por 3 meses após a remoção.
Para pacientes que apresentam síndrome de Paget-Schroetter com sintomas significativos, a trombólise pode ser eficaz no restabelecimento da permeabilidade da veia. A descompressão do desfiladeiro torácico deve ser considerada em pacientes jovens.
A trombólise com venoplastia e ressecção da primeira costela com uma abordagem axilar ou clavicular permanecem como opções de tratamento. Mas a maioria das pacientes melhoram com fisioterapia.
Fique atento, pois continuaremos com esse assunto no próximo post!
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Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.
Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.
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