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A difícil arte de ser médico em tempos de pandemia

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Médicos de todas as especialidades que estão trabalhando atendem diversos pacientes com sintomas que podem ser associados ao coronavírus. (imagem mdvip)

 

O caminho para uma carreira na medicina é longo e, muitas vezes, árduo. No início da jornada aprendemos sobre o imenso tributo físico e emocional que essa profissão pode ter sobre uma pessoa. As incontáveis horas de estudo, as diversas provas e títulos necessários, a constante comparação com outros colegas de profissão, a necessidade de atualização contínua e a impossibilidade de estar sempre certo tornam a vida do médico uma batalha diária e contínua.

Muitas incertezas, cargas horárias de trabalho acima do recomendado, frustrações e decepções contribuem para uma ansiedade e depressão alta entre médicos. Um recente estudo da plataforma medscape evidenciou que mais de 40% dos médicos apresentavam burnout (esgotamento). Esses números são muito preocupantes e pouco discutidos. A classe médica apresenta a segunda maior taxa de suicídio, ficando apenas atrás dos índios.

Talvez algumas razões para a elevada taxa de suicídios entre os médicos sejam:

  1. Os médicos tendem a negar o estresse de natureza pessoal;
  2. Os médicos tendem a negar o desconforto psicológico;
  3. As inclinações suicidas são acobertadas (tratamento mais difícil);
  4. Os médicos elaboram, mais frequentemente, esquemas defensivos (fecham-se para qualquer intervenção terapêutica eficaz);
  5. A negligência da família e dos colegas (ele é médico, sabe se cuidar);
  6. Os médicos têm o meio do suicídio ao alcance das mãos (métodos mais eficazes para o êxito).

Pandemia

A pandemia em curso da Covid-19 cria de forma semelhante uma enorme quantidade de estresse e ansiedade entre as pessoas. A velocidade com que essa infecção se espalhou pelo mundo, deixando devastação e desespero em seu rastro, obriga todos nós a nos preocuparmos com o que o futuro pode trazer. A incerteza sobre a transmissão, os sintomas, a precisão dos testes, os tratamentos e o risco de complicações duradouras e morte contribuem para esse sofrimento crescente. Esta pandemia está criando uma tempestade perfeita de estresse, medo e confusão que pode levar qualquer pessoa ao limite.

Essa inquietação se manifesta de maneiras diferentes entre as pessoas e o potencial para o desenvolvimento de manifestações físicas a partir desse estresse é muito real. Parece que ouvimos todos os dias sobre novos sintomas associados à Covid-19 e as sequelas em potencial, mesmo de uma infecção ligeiramente sintomática. As possíveis manifestações cardíacas, neurológicas, dermatológicas, perda de olfato e do trato gastrointestinal deixam todos preocupados com qualquer sintoma.

Médicos de todas as especialidades que estão trabalhando atendem diversos pacientes com muitos sintomas que podem ser associados ao coronavírus. Isso aumenta o estresse do dia-a-dia devido ao medo de ser infectado por um vírus contagioso e potencialmente mortal, pelo receio de infectar os entes queridos e pela lembrança constante da própria mortalidade. (quanto maior a proximidade, maior a carga viral transmitida e maior a mortalidade).

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40% dos médicos apresentavam burnout (esgotamento). (imagem freepik)

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Ninguém é imune a uma nova doença e os profissionais da saúde estão sendo os mais expostos. Os médicos agora também se encontram às voltas com o estresse adicional da mudança de rotina, ter o fluxo de trabalho normal completamente interrompido e preocupação extra com o contágio e transmissão do vírus, além de ter que responder a perguntas sobre uma infecção que não é completamente compreendida.

Ainda temos os médicos com mais de 30 anos de carreira que pararam os seus atendimentos devido a pertencer ao grupo de risco. Estes, certamente, são os que mais estão sofrendo. Décadas dedicadas a uma profissão amada e pacientes queridos interrompida abruptamente e sem prazo de retorno.

À medida que continuarmos a aprender mais sobre a Covid-19, as muitas incertezas que existem atualmente começarão a diminuir. Em breve voltaremos à nossa rotina. Tudo é uma questão de tempo e evolução.

Quando a pessoa escolhe se dedica à carreira médica, sabe que a vida dela será diferente: muito tempo será dedicado aos outros e não a si. No entanto, não há nada mais gratificante do que ajudar o próximo, ajudar a fazer um diagnóstico, aliviar a dor, ter empatia e criar ligação com outras pessoas. A profissão médica, embora não tenha o mesmo prestígio de tempos mais antigos, ainda é a profissão mais respeitada e admirada. Todos vão precisar de um médico em algum momento da vida e não há nada melhor do que ser o médico de confiança de alguém.

Infelizmente, não é possível acertar e ter resultados positivos sempre. As pessoas são diferentes e se comportam de maneiras distintas. Por isso, um tratamento ou uma cirurgia podem ter resultados diferentes nas pessoas. Esta informação é importante para os médicos e pacientes, pois a expectativa de um resultado positivo é sempre grande dos dois lados, mas a compreensão e a empatia podem ajudar a ultrapassar qualquer obstáculo durante um tratamento ou acompanhamento.

Dia do Médico

Gostaria de parabenizar todos os médicos pelo Dia do Médico, hoje, 18 de outubro.

Este ano completo 22 anos de medicina, mais de 8.000 pacientes atendidos no consultório e cerca de 3.000 cirurgias realizadas. Sucessos e frustrações fazem parte da vida de todo médico e precisamos lidar com isso. O desejo de aprender, evoluir, escutar, ajudar e valorizar o próximo devem ser sempre crescentes durante a vida de qualquer médico.

É muito gratificante causar um impacto positivo na vida de alguém. Identificar que anos de estudo e dedicação serviram para ajudar outra pessoa.

Gostaria de agradecer a todas as pessoas que confiaram em mim para cuidar da sua saúde. Garanto que sempre me esforcei e continuarei me esforçando para retribuir a confiança e fazer o melhor para vocês.

Mande uma mensagem para o seu médico ou médica de confiança. Garanto que eles ficarão muito felizes.

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Para consulta e agendamento com o Dr. Daniel Benitti em Campinas, ligue para (19) 3233-4123 ou (19) 3233-7911.

Para consultas com o Dr. Daniel Benitti em São Paulo, ligue para (11) 3081-6851.

Caso prefira, entre em contato diretamente com ele via e-mail:

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