Gillian Barbara Pyrke nasceu em Bromley, Kent Inglaterra no dia 26 de fevereiro de 1926. Aos sete anos de idade não conseguia ficar sentada na escola. Ela levantava-se constantemente, distraía-se, voava com os pensamentos e não seguia as lições. Os professores ficavam preocupados, castigavam-na, repreendiam-na, recompensavam-na…. mas, nada.
Gillian não sabia ficar sentada e não conseguia ficar atenta.
Quando chegava em casa, a mãe também a castigava, pois ela considerava que não podia fazer nada com o comportamento da menina. E, assim, Gillian não só sentia a escola, como um lugar de punição, como também sentia a sua própria casa como se fosse um castigo. Sentia-se humilhada e triste. Sentia que era diferente e distante de todos os aplausos e louvores.
Suas tarefas estavam sempre atrasadas e ela perturbava os outros colegas de classe.
A escola, nos anos 30, escreveu uma mensagem para os seus pais: “Achamos que a Gillian tem dificuldade de aprendizado.”
Sendo assim, enviaram Gillian à um especialista. A mãe passou 20 minutos falando ao médico sobre os problemas que a filha vinha apresentando na escola, enquanto a menina escutava a conversa, sentada em uma cadeira, na grande sala de madeira. No final, o médico se dirigiu à Gillian e disse: “Gillian, eu ouvi todas as coisas que a sua mãe me disse, e eu preciso conversar a sós com ela. Espere aqui, já voltamos. Não vai demorar.”, e eles a deixaram sozinha. Mas, enquanto eles saiam da sala, o médico ligou o rádio que estava sobre a mesa e disse para a mãe: “Só a escute e a observe.” E assim que eles deixaram a sala, ela estava de pé, se movendo com a música. Eles observaram por alguns minutos e ele se virou para a mãe e disse: “Sra. Lynne, a Gillian não está doente, ela é uma dançarina. Leve-a para uma escola de dança.”
A mãe de Gillian a levou para a escola de dança e anos depois Gillian contou em uma entrevista: “Não consigo descrever como foi maravilhoso. Entramos em uma sala cheia de pessoas como eu. Pessoas que não conseguiam ficar paradas. Pessoas que precisavam se mexer para pensar.”
Em sua longa carreira como coreógrafa e diretora, Lynne trabalhou em muitas produções, incluindo aquelas da Royal Opera House, Royal Shakespeare Company e English National Opera, bem como muitos shows do West End e da Broadway. Em 1970, coreografou e dirigiu a produção do musical Love on the Dole em Nottingham Playhouse. Originalmente um romance de Walter Greenwood, foi transformado em um musical estrelado por Eric Flynn e Angela Richards. Em 1975 ela chegou à Austrália para criar o primeiro trabalho do The Australian Ballet expressamente comissionado para a televisão, The Fool on the Hill. Ela pode ser mais conhecida por seu trabalho nos musicais de Andrew Lloyd Webber, Cats (1981), The Phantom of the Opera (1986) e Aspects of Love (1990).
Ela ganhou e foi indicada para vários prêmios por seu trabalho. Ela recebeu a Ordem de Mérito de Prata, Prêmio Rosa de Ouro de Montreux, BAFTA, Prêmio Molière e Prêmio Coroação Rainha Elizabeth II da Royal Academy of Dance (2001). Ela recebeu um prêmio especial no Olivier Awards 2013.
Ela foi nomeada Comandante da Ordem do Império Britânico (CBE) nas homenagens de aniversário de 1997 e Dama Comandante da Ordem do Império Britânico (DBE) nas homenagens de Ano Novo de 2014 por serviços de dança e teatro musical.
Lynne foi nomeada duas vezes para o Tony Award por Coreografia, por Cats e O Fantasma da Ópera, e pelo Drama Desk Award por Cats. Ela recebeu o Prêmio Olivier em 1981, de Melhor Realização do Ano em Musicais, por Cats.
Em 2018, o The New London Theatre foi rebatizado de Gillian Lynne Theatre, tornando-o o primeiro teatro no West End de Londres a receber o nome de uma mulher não pertencente à realeza.
Outro médico poderia ter receitado um remédio e dito para ela se acalmar. Essa, entre outras muitas histórias, provam que não somos errados, apenas deixamos ser avaliados pelos outros que tentam nos encaixar em padrões que muitas vezes não nos pertencem.
Quando a lagarta disse que ia voar todos riram dela, menos as borboletas!
Junho, mês da conscientização do Lipedema.
Juntos somos mais fortes!
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