A prevalência da obesidade infantil e adolescente atingiu uma proporção epidêmica e está a afetar quase 1 em cada 4 crianças, chegando até quase 40% em algumas regiões do mundo. Infelizmente, a obesidade na população jovem tem sido associada a doenças cardiovasculares, metabólicas, neurológicas, músculo-esqueléticas e à morte prematura na idade adulta.
A detecção precisa do sobrepeso e da obesidade em crianças é fundamental para iniciar intervenções oportunas. Por quase uma geração, gráficos de relação peso/altura e IMC para idade e sexo têm sido usados para diagnosticar crianças com obesidade. No entanto, estas ferramentas de avaliação substitutas são imprecisas na infância e adolescência, uma vez que não distinguem a massa gorda da massa muscular.
Por exemplo, duas crianças com IMC semelhante podem ter proporções diferentes de gordura e massa muscular, o que dificulta o diagnóstico da obesidade.
Temos outras opções mais precisas, como a absorciometria de raios X de dupla energia (DEXA), que mede com precisão o conteúdo de gordura e músculo do corpo, mas este dispositivo não está prontamente disponível em todos os locais e embora pouca é uma dose de radiação que a criança será exposta. Recentemente, a Academia Americana de Pediatria (AAP) publicou uma diretriz clínica sobre obesidade infantil e solicitou pesquisas urgentes sobre medidas alternativas baratas e precisas de obesidade.
Estudos emergentes em adultos parecem sugerir que a relação circunferência da cintura/altura prediz melhor a morte prematura do que o IMC e pode ser uma ferramenta potencial adicional à medida do IMC para melhorar o diagnóstico da obesidade.
No entanto, não houve nenhuma avaliação anterior de até que ponto as medidas da relação circunferência da cintura/altura concordam com a massa gorda e a massa muscular medidas por DEXA durante o crescimento, desde a infância até a idade adulta jovem. Além disso, o limiar da relação circunferência da cintura/altura necessário para detectar o excesso de gordura em crianças não era claro até semana passada.
Um recente estudo é o maior e o mais longo estudo de acompanhamento de massa gorda e massa muscular medida por DEXA no mundo, usando dados das Crianças dos anos 90 da Universidade de Bristol.
O estudo incluiu 7.237 crianças (51% do sexo feminino) com 9 anos de idade que foram acompanhadas até os 24 anos. O IMC e a relação circunferência da cintura/altura foram medidos nas idades de 9, 11, 15, 17 e 24 anos. Quando diferentes aparelhos medem uma variável com semelhança exata, isso é descrito como concordância perfeita dos aparelhos com pontuação de 100%. Por exemplo, dois exames DEXA de fabricantes diferentes mediriam a massa gorda com uma concordância quase perfeita de 99 a 100%.
A relação circunferência da cintura/altura teve uma concordância muito alta de 81-89% com a massa gorda corporal total medida por DEXA e a massa gorda do tronco, mas uma concordância baixa com a massa muscular (24-39%). O IMC teve concordância moderada com a massa gorda total e massa gorda do tronco (65 – 72%) e massa muscular (52 – 58%). Como o IMC teve concordância moderada com a massa muscular medida por DEXA, é difícil especificar se o IMC mede o excesso de gordura ou a massa muscular.
Os pontos de corte ideais da relação circunferência da cintura/altura que previram o percentil 95 da massa gorda total nos homens foi de 0,53 e 0,54 nas mulheres. Este ponto de corte detectou 8 em cada 10 homens e 7 em cada 10 mulheres que realmente tinham excesso de gordura medida por DEXA. O ponto de corte também identificou 93 em cada 100 homens e 95 em cada 100 mulheres que realmente não têm excesso de gordura.
“Este estudo fornece novas informações que seriam úteis na atualização de futuras diretrizes e declarações de políticas sobre obesidade infantil. A relação média entre circunferência da cintura e altura na infância, adolescência e idade adulta jovem é de 0,45, não varia com a idade e entre indivíduos como IMC. A relação circunferência da cintura/altura pode ser preferível à avaliação do IMC. Vemos as mesmas características para as mulheres com lipedema que não deveriam utilizar o IMC para nada. Em breve veremos todos utilizarem mais a régua do que a balança para saber a saúde de alguém de uma forma prática e barata.” – Afirma o Dr. Daniel Benitti, cirurgião vascular médico especialista em Lipedema que atende em São Paulo, Campinas e a distância (online).
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